Os que bebem como os cães

Os que bebem como os cães Francisco de Assis Brasil




Resenhas - Os que bebem como os cães


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Mah 22/03/2024

A Cela - O Pátio - O Grito
Ca.ra.lho que livro!

To sem reação real com a estrutura, com tudo o que aconteceu. Assis Brasil foi realmente um escritor extremamente FOD4!!!

Um livro que deveria ser obrigatório nas aulas de histórias.

DITADURA NUNCA MAIS!
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Cleuson.Saraiva 22/01/2024

A Cela, o Pátio, o Grito
É desta forma envolvente que Assis Brasil desenvolve o célebre romance que retrata questões sociais como a Ditadura. Com este título o autor já consagrado ganha o Prêmio Nacional Walmap de 1975.
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Elani Araújo 26/04/2023

Visceral e necessário
Queres saber como foi a quase vida de educadores em uma cela durante a ditadura militar? Eis um relato ficcional forte, mas muito necessário para o entendimento do que faziam com os educadores que ousavam não pensar e fazer pensar. A leitura nos leva a caminhar junto com o preso que tenta descobrir onde está, se comeu ou não, e até mesmo quem é, de tão assolado que fora e que continua sendo, muito dele se perdeu, menos a coragem.
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Isa 31/10/2022

Começou bem chato de ler, mas o final é marcante, fui surpreendida.
O livro ambientado numa prisão, com um homem que não lembra de nada, quem é, pq está ali, oq fez, e ele vai reaprendendo a pensar, a se manifestar, a questionar as injustiças.
E o ciclo que ele é escrito em cela, pátio e grito torna ele mais interessante, sem essa forma de escrever que o autor usou, o livro não teria a total qualidade que ele conseguiu alcançar.
É um livro de denúncia de uma época que o Brasil infelizmente viveu, onde o homem se via no direito de machucar o próprio homem.
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Geth 25/09/2021

Os que bebem como cães
A Cela, o Pátio e O Grito, essa narrativa feita através dessas 3 denominações e espaços nos mostra como a ditadura militar vilipendiou homens, mulheres de forma desumana e aqui Assis Brasil fez com que vivenciássemos todo o sofrimento de alguém que foi suprimido e afastado dos entes queridos e da sociedade por expressar os seus pensamentos.
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Toni 26/11/2018

No Casino de Los Oficiales em Buenos Aires—campo de concentração e tortura transformado em espaço de memória—há o vídeo de uma senhora vítima da ditadura argentina em depoimento durante os julgamentos dos militares responsáveis por crimes contra a humanidade. Quando o advogado pede para ela descrever o que acontecia depois que as sessões de torturas acabavam, ela o interrompe e diz, Señor, la tortura no acaba nunca.
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Exatamente porque a tortura nunca acaba é que precisamos ler e reler obras como Os que bebem como os cães. Publicado durante o governo do ditador Geisel (aquele do slogan Brasil: ame-o ou deixe-o. Hello, SBT!), o romance desafia os limites da representação ao tentar traduzir em narrativa toda a desorientação, a angústia e o desespero de alguém que se encontra preso e torturado por razões políticas/ideológicas. Uma história sem horizonte narrativo, na qual a supressão da fala transforma a palavra—qualquer palavra: deus, mãe, um nome, uma ideia—em grito de guerra.
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A ausência de um horizonte narrativo é uma chave de leitura importante, merece que tornemos a ela. O livro é dividido em três núcleos que se repetem e determinam a cadência do romance: "a cela”, “o pátio” e “o grito”. Através desses três “momentos” somos jogados, leitores e personagem, na perversidade burocrática de uma repressão que poderia pertencer a qualquer tempo e lugar sem que isso, contudo, enfraqueça a proximidade da obra com nossa própria imorredoura ditadura. Forma e conteúdo são orquestrados por Assis Brasil de maneira a transformar a leitura em uma experiência de cárcere e privação de direitos, não apenas à dignidade e à liberdade, como também ao tempo e à memória. O torturado do romance, cuja profissão deixarei à descoberta de cada um, é um esboço impressionante de todos-nós, vítimas que seremos da eleição ignominiosa.
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Geth 25/09/2021minha estante
Li e estou encantada com a escrita dele. Livro espetacular.




Aline Teodosio @leituras.da.aline 22/07/2018

Um homem se vê aprisionado em uma cela completamente escura, cheirando a mofo, sem nem ao menos saber o porquê de estar ali, e pior, sem nem saber quem é.

O livro é narrado em uma espécie de ciclo - a cela, o pátio, o grito - ou seja, o encarceramento, o alento, a inconformidade. A exceção de algumas ordens dos guardas, é quase um monólogo em que o personagem divaga sobre a sua permanência naquele lugar fétido e pavoroso. Ao mesmo tempo em que busca desesperadamente recordar as suas origens, luta para sobreviver e resistir.

Diante de tanta brutalidade, privações de higiene básica, restrições alimentares e tortura psicológica, o ser humano começa a se questionar se o ideal em que acredita vale mesmo a pena o sacrifício. Vale a pena deixar a vida pacata e a família para enfrentar um embate desleal com o sistema? Será possível lograr vitória diante de tais adversidades? Nunca o bordão "você é um homem ou um rato?" fez tanto sentido como na situação humilhante que o nosso personagem aqui enfrenta. É desesperador, desolador, causa asco, temor e um sentimento de incapacidade.

Nacional, forte e indigesto, escrito na década de 1970, o livro pode nos remeter à ditadura militar no Brasil. Porém, em nenhum momento, o autor sugere lugar ou período histórico. Pode ser a cruel e tortuosa ditadura daqui, como pode ser de qualquer outro lugar. A ênfase está em mostrar o quanto o ser humano pode ser monstruoso com o seu semelhante e, principalmente, em quanto os que estão com o poder podem te aniquilar de forma implacável e impiedosa se você ousar ir contra.

A história te deixa nauseado e estupefato com tamanha desumanização. Mais do que isso, causa revolta, indignação e suscita várias reflexões sobre a luta nossa de cada dia. Literatura nacional de excelente qualidade, bem escrito, com vocabulário rico e grandes críticas sociais. Se vale a pena lutar eu não sei, isso vai da força de cada um, mas com certeza vale a pena mergulhar nessas páginas de puro horror. Você certamente saíra com alguns questionamentos a mais na cachola.
Thiago 22/07/2018minha estante
Gostei! Preciso adquirir meu exemplar em breve.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 22/07/2018minha estante
Achei que você já tivesse lido.


Thiago 22/07/2018minha estante
Estou evitando comprar pela estante virtual, pois ainda estão com meus livros retidos em algum buraco negro.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 22/07/2018minha estante
Eita!! Ainda bem que os meus chegaram certinho. Tô pedindo agora só dos sebos de São Paulo, são os que chegam mais rápido.


Thiago 22/07/2018minha estante
O problema é o correios daqui.


Vanessa.Souza 23/09/2018minha estante
Resenha muito rica! Motivou-me a continuar lendo.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 23/09/2018minha estante
Olá, Vanessa! Que bom que tenha gostado da resenha. Bem, ele não é um livro de grandes reviravoltas, mas sim de grandes reflexões. Eu gostei.




Carlos 20/11/2017

Uma lição sobre direitos humanos
Primeiro livro piauiense que li e fui pego de surpresa por um enredo tão autêntico, o personagem é castigado por algo que nem lembra ter feito, a perca da noção de tempo, a condição insalubre e a solidão fazem o ato de beber como um cachorro o menor dos problemas. A alternância em sequencia dos capitulos: A cela, o patio, o grito era como um espiral quando se acreditava que a história tomaria novos rumos era jogado junto com o personagem aos ratos no escuro. Em suma, é incrível e Assis Brasil entra pra lista dos qie admiro.
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Ivna 21/05/2017

Fui levada pela curiosidade a ler “Os que bebem como cães” do escritor piauiense Assis Brasil. Nem de longe imaginei algo tão denso, mesmo que o título já sugerisse algo assim.
A história discorre entre capítulos cíclicos, A cela, O pátio, O grito, A cela, O pátio...nesse contexto, um indivíduo com as mãos algemadas nas costas, jogado numa cela, sem higiene básica e apenas sorvendo um tipo de líquido insípido pra se manter vivo. Ele não tem memória, e nós não sabemos o porquê. O que sabemos é que a cada página cresce a agonia daquele que não sabe nem seu próprio nome, querendo apegar-se ao menor resquício de lembrança da sua vida. Mas como lembrar de uma vida se ali esqueceram-se até que são humanos?
O pátio permite que ele perceba que existem outros iguais a ele. Eles se veem mas não podem se falar. Por isso O grito é tão importante. O grito é o nome de Deus, a primeira lembrança. O grito tbm é o nome da mãe, uma vaga lembrança. Mas acima de tudo, O Grito é resistência. No entanto, essa resistência se perde abafada violentamente por mordaças.
No pátio só permitem que façam a higiene pessoal, e nada mais. Sem gritos, sem levantar os olhos, sem resistir.
Mas afinal, quem são seus carrascos?
Vou deixar o mesmo suspense a que o autor me flagelou. Mas garanto, a descoberta é surpreendente.


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Caronte 22/12/2016

Tortura, Ditadura Militar e Piauí

O que dizer de um livro que na primeira frase você já percebe que o bagulho vai ser louco? "A escuridão é ampla e envolvente".

Somos jogados logo de cara num quarto escuro de chão batido, mãos algemadas pelas costas, rosto na terra, sem água, sem comida. Os sons das botas vindo te buscar. Esse início só me lembrou o conto do Poe o Poço e o Pêndulo, que se passa na Inquisição Espanhola, de uma pessoa procurando a saída, uma porta, uma abertura qualquer num quarto escuro, parece haver nada mais ao redor a não ser a escuridão, mas... como ele entrou então? Estamos na Cela.

De lá somos amordaçados, pois "Os guardas têm medo de nossas queixas ou de nossas próprias vozes" (página 12), somos arrastados para um lugar onde podemos nos lavar e ao mesmo tempo beber. O estômago vazio, agora cheio apenas de água. Estamos no Pátio.

Então, olhando para os outros percebe que não lembra de quem é, seu passado, o porquê de estar ali. O que fizera? Tenta gritar por alguém, mas por quem? Um vazio na memória... O que acontecera? Os outros gritam por suas mães, por suas esposas. Elas têm vários nomes... E esse é o Grito.

Assim segue o livro: na repetição da essência desses três capítulo (A cela, O pátio, O grito, A cela, O pátio, O grito, A cela, O pátio, O grito). A rotina da cadeia. As torturas. As drogas. A solidão.

Para ler o texto completo: Blog Parágrafos Para Grifos.

site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/2016/09/tortura-ditadura-militar-e-piaui-os-que.html
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08/09/2015

Livro que conta a narrativa de um preso que sofreu lavagem cerebral, não se lembra porque foi preso, não se lembra nem do próprio nome.

A narrativa se passa em três passagens (a cela, o pátio e o grito) que se repetem sucessivamente no decorrer da históra. A cela é onde começa a história, onde ele fica a maior parte do tempo, com as mãos algemadas para trás. Seu único alimento é um prato de sopa que é jogado através de uma portinhola. Tendo as mãos atadas, ele é obrigado a se agachar e debruçar sobre o alimento, como um cachorro (daí o título do livro). O pátio é aonde ele é levado pelos guardas, junto com presos de outras celas, para que possam, em poucos minutos, tomar banho, beber água e lavar as roupas todas defecadas e urinadas. E o grito é o capítulo onde cada preso, à medida que vão retomando seu estado de consciência, grita palavras soltas, nomes etc., num ato de desespero, numa tentativa de liberdade ou rebelião, mas sempre são calados por chutes, socos e coronhadas pelos guardas.

Da mesma forma que essa repetição contínua entre esses três capítulos prende muito o leitor, pode em algum ponto a leitura ficar um pouco cansativa para algumas pessoas. Da mesma forma que é fantástica a maneira como o prisioneiro se adapta àquela rotina torturante e redescobre seu novo "mundo", a degradação pela qual o personagem passa pode passar ao leitor uma certa angústia.

O livro foi escrito em 1975 e é inevitável a ligação com a ditadura militar. Enfim, um ótimo livro da nossa literatura e que poucos conhecem. Recomendo.
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FélixEdu 02/08/2015

O pátio, a cela e o grito
O livro traz consigo uma monotonia profunda, intensa e apaixonante. Assis Brasil nos transporta a realidade de um prisioneiro que vive o cotidiano sofrido dos condenados que o acompanham em diferentes celas no mesmo presídio. A narrativa é profunda e atemporal, a divisao do livro em 3 partes repetitivas e subsequentes oferta ao leitor a chance de perceber a profundeza da sensibilidade e existencia humana. Sem sombra de dúvida um dos melhores livros que já li.
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Isa Nascimento 12/06/2015

Percepção
O livro se trata de um único ponto de vista. Tudo que gira em torno do personagem principal é baseado no ponto de vista do próprio. Dessa forma o autor faz com que vc adentre em cada agonia, cada sofrimento e cada pensamento do personagem que por algum motivo, encontra-se preso sob condições subhumanas, como ele próprio se compara em tantas partes do filme com animais, principalmente a um cão. O Livro se divide em 3 partes, que é como toda a vida do personagem é dividida: A Cela, o pátio, o Grito.
Ele demonstra como o tempo pode ser relativo e ao mesmo tempo como a natureza pode auxiliar nessa jornada da vida em busca de sustentar o próprio ser. Eu como leitora senti o medo, a angústia, e, muitas vezes enquanto lia o livro, quando ele não podia olhar pro lado, eu mesma temia olhar pro lado na vida real. O autor consegue transmitir todos esses sentimentos de forma muito sublime.
Interessante observar tbm que a medida que o personagem vai ficando mais ciente da situação e do passado, os capítulos vão ficando maiores, como forma de demonstrar mais uma vez que o tempo passa de forma diferente para aqueles que pensam mais sobre ele. O personagem é um homem estudado, o que reflete muito nos seus pensamentos e na forma como ele interage com o ambiente, dando nome aos ratinhos, dando importância a eles, por exemplo.
Não é uma leitura em suma fácil, porque não tem necessariamente um inicio, meio ou fim, não é uma história linear, na verdade os pontos se entrelaçam muitas vezes. É uma discussão filosófica sobre o ser. Sobre o humano.
Esse livro não é o tipo de livro que eu pego na estante pra ler ou que eu paro pra comprar, na verdade foi uma indicação, mas me trouxe muitas reflexões sobre a importância da vida, de coisas pequenas que não damos valor.
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Aline 04/01/2014

"A opressão e a violência para os que não se submetem"
Conheci esse livro nas aulas de Literatura da minha escola. Na época, era mais uma obra que cairia no vestibular. O título é bem curioso e tinha interesse em saber do que se tratava. E embora curiosa e mesmo sendo cobrada no vestibular, não tinha lido! Mas consegui passar no vestibular, por meio das aulas fantásticas do meu professor! Mas, é claro, que isso não substitui a leitura de um livro que pode ser crucial para a sua entrada na universidade.

“Os que bebem como os cães” foi escrito por um piauiense e ganhou até um prêmio nacional importante. Apesar de ser escrito na década de 70, é um romance atemporal. Quem o ler, perceberá que a história poderia perfeitamente se encaixar na época da ditadura militar brasileira,ou na Alemanha nazista ou em qualquer outro lugar do mundo, em qualquer tempo da história.

Não conhecemos quem é que está preso e nem o motivo de estar algemado e confinado– até o próprio personagem desconhece. Assim, o personagem vai dividindo conosco todas as suas impressões da nova morada; nova rotina; dos homens que também estão lá pela mesma razão que ele, talvez; e dos guardas. O homem aprisionado tem suas mãos algemadas o tempo todo, apenas sendo solto para tomar banho. Até mesmo pra se alimentar, o protagonista tem que se agachar com as mãos presas nas costas e beber da sopa que está no chão. Por isso, a comparação aos cães no título do livro.

Muitas vezes, o personagem chega a sentir pena de si próprio, e é impossível o leitor não sentir o mesmo com tanta humilhação e crueldade.

Não há muitos diálogos na narrativa, apenas as ordens dos guardas, alguma informação trocada entre os presos, lembranças e gritos. É um monólogo de um homem privado de sua liberdade, que sofre por não saber qual a sua história, qual o sentido de tudo aquilo. Confesso que não sou muito fã de monólogos, achei um pouco cansativo.

O momento em que ele se descobre é muito emocionante. Um final triste, porém real e verdadeiro.
Esse Assis Brasil é um orgulho!
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