Resenhas - Nevasca

vicniro 07/03/2024

Prometeu tudo, mas entregou nada
Quando li a sinopse desse livro eu fiquei com a expectativa muito alta. Pensei que um livro que o protagonista é um cara que é entregador de pizza na vida real e um hacker e espadachim do metaverso tinha tudo o que eu esperava de um livro cyberpunk, mas tudo se perdeu logo nas primeiras páginas. Se você for ler esperando isso, vai se decepcionar completamente, porque tirando uma ou outra situação o livro não trata dessas questões com muito destaque.

Além disso, até a página 400 o livro é muito enrolado, confuso e lento. Quase desisti no meio da leitura, mas as últimas 150 páginas tem um gostinho daquilo que eu estava esperando. Nas partes da Y.T. achei que faltou uma continuidade de um capítulo para o outro porque parecia que começava uma cena totalmente diferente, onde eu não consegui entender da onde surgiu aquela situação. Também achei muito confuso como os lugares e as instituições do livro são descritos, como a Jangada e o Grande Hong Kong do Sr Lee. No geral, eu só pensava em alguma que na minha cabeça parecia que tinha sentido e ia adaptando conforme o livro avançava. O final foi outra decepção. Achei que foi muito cômodo e muito qualquer coisa.

Em relação aos personagens, eu achei que o Hiro foi muito mal explorado como disse acima, e a Y.T. (que toda hora eu lia como youtube), que no começo achei que tinha uma personalidade bem interessante, se mostrou uma adolescente nos seus 15 anos cuja única preocupação parece ser como ela vai conquistar todos os homens do livro. Aqui eu nem vou entrar na questão dos relacionamentos dela, que ela trata como “namorado” quase qualquer pessoa que ela tem uma queda, como o Hiro e o Corvo, que parecem ser muito mais velhos que ela, o que também é problemático considerando sua idade. Sua mãe, que eu esperava que tivesse algum destaque em determinado momento da trama, não serviu pra nada.

No geral, eu achei que ficou faltando explorar muitas coisas, principalmente na parte da realidade da história, como o papel da Y.T. com a máfia, a relação do governo com o Snow Crash, o trabalho da mãe da Y.T., o porquê do Tio Enzo estar indo atrás do Snow Crash entre outras coisas (se alguém souber a resposta para alguma dessas perguntas, por favor, me fala!). Eu entendo a importância que esse livro teve para a ficção científica, mas quando li que tinha inventado o “metaverso” eu achei que seria um lugar mais interessante do que o que foi descrito. Além disso, algumas vezes eu ficava confusa se o que estava acontecendo era no metaverso ou na realidade. Queria muito ter gostado dele, mas não rolou pra mim.

Men 26/02/2024

Alucinante
História bastante visionária e futurista, o autor criou um vasto sistema de possibilidades, ao criar o metaverso, que sabemos que hoje é bastante comum e ainda desenvolveu a história em futuro cyberpunk, no qual inspirou várias mídias tanto no cinema quanto nos quadrinhos em geral. A trama por vezes se mostra confusa, e por isso exige bastante atenção e o conhecimento em tecnologia e informática no geral.

Misa.Uehara 25/02/2024

É bom mas podendo evitar é melhor
Nem acredito que demorei quase três meses pra conseguir terminar de ler este livro. Pra quem quer ler, fica avisado: é arrastado e chato. Ainda não sei dizer se vale a pena.

Vou começar com os pontos positivos que se resumem a um processo criativo conceitual e teórico que embasam ideias posteriores. É a coisa-rato, as inteligências artificiais, os daemons, o multiverso. Toda essa miscelânea tecnológica de possibilidades que impressionam o leitor e introduzem a cultura cibernética do Stephenson de maneira muito cativante.

Agora vamos para as dificuldades:
O livro soa como uma grande carteirada egoica de conhecimentos e projeções do autor, incluindo o personagem principal. Aliás, essa é uma crítica que faço ao livro e não vi muitas pessoas tratando pelo Skoob... Compreendo a localização temporal da obra mas como não problematizar a narrativa em torno de Y.T, uma das poucas personagens femininas (humanizadas) do livro? Não sei o que mais me incomoda, se é a hipersexualização fetichista de uma adolescente de 15 anos ou a sua personalidade reduzida ao mascote rebelde. Todas as (poucas) personagens femininas são caricatas. O cliché "she is not like the other girls" cabe bem aqui. O próprio protagonista que, inclusive faz parte de recortes étnicos e raciais bem específicos, parece deslocado quanto a essa decisão do autor de retratá-lo como uma minoria sem trazer a profundidade que isso pede, tornando-o uma expressão exótica do que seria, nos dias de hoje, um redpill: talentoso, inteligente, calado mas não tímido, muito exigente com as mulheres e... um babaca chatíssimo. No frigir dos ovos, toda a história acaba demonstrando o quão "fodão" ele é, não apenas individualmente mas também coletivamente já que sua habilidade primária consta como o umbigo civilizatório centrado nas questões cultistas que o livro aborda. É como se tudo fosse sobre ele. Sempre.

Questões históricas também são difíceis de engolir, mas não entrarei em detalhes. Apenas tive dúvidas reais sobre o posicionamento social e político do autor ao retratar questões de hiperindividualismo. Não dá pra saber se ele é fã ou hater dessa cultura liberal.

Enfim, em resumo penso que essa obra seria mil vezes melhor se fosse um filme, série ou quadrinho. Me parece o típico caso de narrativa em que a plataforma não dá liga: desperdício de palavras, conceitos que seriam melhor traduzidos visualmente e perda de oportunidades de representação em outras instâncias. É bom mas podendo evitar é melhor.

Nicolas 07/02/2024

Investigação, crítica ao capitalismo, metaverso, história?
Eu já tinha lido outro livro cyberpunk (Neuromancer), e não tinha reparado como é um gênero que critica o capitalismo, e critica de uma forma louvável.

Comecei a ler sem esperar o que o livro acabou me entregando, esperava algo parecido com jogar n°1, mas a carga e conteúdo históricos dão um txã. Mistura da realidade com a ficção científica faz com que eu acredite que é uma história real do futuro ksksksks.

E acho que posso afirmar que Hiro Protagonist e Y.T são os meus protagonistas favoritos até agora, tentando lembrar de outras histórias que eu li, mas nenhum foi tão interessante quanto esses dois

cherry_motth 21/01/2024

O terror da ficção científica (não digo isso como elogio)
Dou todo o mérito ao Neal Stephenson pelo pioneirismo na criação do conceito do metaverso e a analogia interessantíssima de representar diferentes religiões como um (meta)vírus, mas no fim é só isso que o livro sabe entregar bem.

A narrativa é confusa e extremamente cansativa, todos os personagens são mal construídos e rasos. Tive que me esforçar pra conseguir terminar e quando o fiz só conseguia pensar ?graças a deus?. Falando nisso inclusive, que final ridículo.

Jamelo Leituras 24/11/2023

Quando o Neil Gaiman mandou o papo e falou "colé, pq vcs tem q demorar tanto pra terminar a sua história?". Essa frase ficou ecoando na minha cabeça o tempo inteiro quando eu lia esse livro.

É bem notável q ele é um livro arrastado, pode afastar muita gente dele, o q é mais do q é compreensível, é uma obra q quis zoar mesmo e trazer o absurdo, seja com um plot meio maluco q chega a envolver a antiguidade ou até o q rola durante os eventos do livro. O q pode parecer positivo, no entanto é notável q ele é um livro carregado, com gordura, o q não torna necessariamente ruim, mas ele dá muita informação sobre história e pouco desenvolve os personagens.

Agora, vai de pessoa e pessoa. Recomendo se vc quer uma leitura de ficção científica q começa descompromissada e q vai escalando, é um livro pra vc, com absurdo sobre absurdo. É uma leitura q, consideravelmente grandinha, não é cansativa quanto poderia ser.

Emanuel Xampy Fontinhas 18/11/2023

É um livro hermético e que, mesmo pra mim, que sou fã de ficção científica, não disse nada de muito interessante. Reconheço o pioneirismo na introdução do metaverso mas, fora isso, nada.

Biel.Rocha 13/11/2023

Difícil, mas proveitoso
É um livro de difícil leitura para eu, que nunca li um livro de ficção científica. As descrições são muito precisas e em momentos é necessário ler mais de uma vez. No mais, a história é boa. O desenvolvimento do vírus "snow crash" é baseada em aspectos históricos de povo antigos - sumérios. Não esperava encontrar tantos aspectos assim neste livro. Pra quem não gosta de LONGOS diálogos, o livro pode ser maçante e com muita informação, mas, pra quem gosta de contrações longas, é ótimo.

IIIERS 10/11/2023

Hacker, drogas, espada e um serviço de entrega expressa..
Imagine fazer uso de alguma droga em seu Avatar virtual e seu corpo físico sentir o baque na vida real, como um vírus destrutivo, essa é premissa inicial do que vemos aqui.

Confesso que ao chegar pra ler, a primeira abordagem junto ao Hiro Protagonist (sim, é o nome dele), não despertou meu interesse imediato, talvez pelo detalhamento demasiado da cidade, todo ambiente criado em um metaverso não me brilhava tanto os olhos.
A entrega de uma pizza e quando conhecermos a Y.T., mudou tudo.

Tudo começa a tomar o interesse do espectador quando Hiro conhece um de seus antagonistas, O corvo oferecendo drogas, em frente ao The Black Sun, salão exclusivo a Hackers.

A história em diante, se torna curiosa, intercalando as narrativas e personagens, querer saber o que acontece a cada passo, o conceito de Avatares, Metaverso, toda base é criada nesse livro que permeia seus mais de 30 anos.

A aventura de um Hacker com espadas Samurai, uma Courier de entregas, a Máfia que aprendeu a viver os novos tempos e um vilão visceral em seus momentos, confesso? é envolvente.

Vale a leitura de cada capítulo, a aflição gerada em inúmeros momentos, ação e toda sensação de perigo que alguns diálogos e cenas trazem, torna uma aventura prazerosa de ler.

heloise 30/09/2023

Top top
Adorei esse livro di início ao fim. Personagens cativantes que nos fazem torcer por eles. E um final meio aberto meio fechado que não deixa raiva não já que estamos familiarizados com o estilo e com o mundo.

Alexandre 04/09/2023

Meio neuromancer
O livro é muito bom no começo. Daria 5 estrelas até a página 200. Depois não é ruim, mas tica um pouco maçante as descrições em meio a aventura dos acontecimentos. Esse livro é para ser lido com bastante paciência.

Marcus Oliver 30/08/2023

Um futuro com ferramentas familiares a nós hoje
Havia colocado esse livro na seção de distopias que vinha lendo, mas, apesar de haver elementos que configuram uma distopia, o livro é da área do cyberpunk. Essa é apenas uma curiosidade simples que talvez interesse a alguém.
O livro é o primeiro a trazer o termo e limites do que poderá ser o metaverso um dia em que teremos a possibilidade de trazer parte do mundo real para o virtual de maneira ainda mais funcional, como escritórios, locais de reuniões, eventos culturais e acesso a informações deixa de ser algo bidimensional em telas de computadores e celulares e se torna uma realidade própria e perceptível pelos nervos ópticos. Não se propõe uma matrix, mas a internet ser um mundo próprio em que se pode andar, ter um avatar, uma residência, escritórios e conhecer pessoas: um simulacro do real. Uma potencialização do que é a internet, porém ainda mais imersiva.
O mundo se tornou um local realmente distópico, não há mais nações, há franquias que controlam regiões dentro dos limites das próprias cidades e estados, sendo disputas comerciais e brigas entre milícias particulares e contratadas que determinam o quanto a influência de uma ou outra franquia cresce. Os EUA controlam só parte do que um dia foi o seu território e, mesmo assim, perdeu a maior parte do seu poder, fronteiras e influência num conflito passado e a ascensão das franquias.
Acompanhamos Hiro Protagonist, o maior espadachim do mundo e hacker freelancer, um jovem parte afro-americano e parte asiático que investigará um novo vírus que vem assolando a Rua (Metaverso).
Durante as investigações de Hiro o leitor encontra uma conexão coma história da Suméria antiga e o mundo que ele vive, o perigo da mistura de religião/ideologia e política e o valor da informação correta.
Hiro é o protagonista que nos levará ao metaverso e nas investigações por informações em bibliotecas e códigos virtuais e localidades do mundo real, sendo ele a ponte entre o metaverso e a realidade.
Ao lado de Hiro, está Y. T., uma kourier, que sangra os asfaltos com seu skate gravitacional. Uma adolescente bem mais nova que Hiro que embrenhará pelos aspectos mais políticos envolvendo as franquias e os modos como elas operam e fidelizam seus membros e a população por sua guarda. Enquanto Hiro tenta ser racional e cauteloso, Y. T. é quem move a história com a ação e informações na realidade e sendo a responsável por explorar localidades neste mundo ficcional.
Será na perspectiva narrativa desses dois personagens que o leitor encontra tecnologias futurísticas, relações do meio ambiente, o perigo da doutrinação cega e as interações do virtual e o real.
Não coloquei uma boa nota ao livro por uma questão de ritmo, o livro prolonga muitas cenas e as repete tempos depois do futuro, isso acabou por me deixar ansioso pelo fim e bem entediado porque eu tinha entendido a relação que o autor fez entre um fato do passado e o futuro.
Outro detalhe era a constante fixação com a importância dos hackers e programadores para a sociedade como um todo - o que na época poderia fazer bastante sentido, mas, hoje, em que programadores têm perigo de perder parte de suas funções e importância para IAs e automações perde um pouco a força.
Na capa do meu livro há um adesivo escrito: o clássico que inventou o Metaverso. Isso meio que criou uma expectativa da história girar em torno disso, mas é apenas um adendo e um enfeite, que tem sua função na narrativa; mas não é o cerne dela, rendendo um pouco de frustração.
Por fim, é um problema de todos os livros que mexem com o futuro, o futuro de Snow Crash é mais familiar do que encanta para nós hoje, na época, creio que o impacto seria maior. Então não chega a ser um defeito, apenas um aviso para não esperar um futuro muito diferente e que explodirá a mente; entretanto isso demonstra a genialidade do autor de imaginar ferramentas e usos do virtual que hoje se tornaram realidade em partes.

Dai Solyom 19/08/2023

Snow Crash na leitura
Eu jamais tiraria o mérito do autor ter lançado esse livro em 92, realmente a criatividade dele e imaginação foi além dos anos 90.

A criação do metaverso é interessante, e todas as questões tecnológicas a ela relacionada.

Mas quando se trata da qualidade da história, aí o autor passa longe.

Personagens mal construídos, história sem nexo misturando tecnologia com religiões milenares, vilões fracos e infantis.

Um porre de leitura.

Larissa.Herbsthofe 18/08/2023

Não sabia o que esperar sobre essa história, mas fui surpreendida e enquanto ia avançando fui ficando cada vez mais envolvida com os personagens, a trama, tudo!
Só queria avançar mais e mais pra saber seu desfecho. Mas confesso que queria mais algumas páginas no final...

Luiz Pereira Júnior 21/06/2023

Em um futuro (nem tão) distante (assim)...
Em um futuro talvez distópico (afinal, se é distopia ou não dependerá da classe social do personagem; para os privilegiados do sistema ou da sociedade, a pior das situações para os miseráveis poderá não ser uma distopia para eles) um motoboy futurista corre para salvar o mundo de um vilão que quer conquistar o mundo.

Em que pese o argumento banal, “Nevasca”, de Neal Stephenson, é um livro à frente de seu tempo, em que a linguagem corriqueira se mistura a temas do universo nerd/geek, mas nada que impeça a fluidez do leitor disposto a seguir até o final do livro e saber como a aventura, o corre-corre, acaba.

Misturando religião e crítica social (excelente a ideia de retratar os refugiados do mundo em uma Jangada tão grande que é considerada um continente artificial), o livro cumpre um importante papel ao chamar a atenção dos leitores mais jovens para o mundo que o (nos) rodeia, ao bordar temas como o subemprego, a fuga da realidade por meios virtuais (o Metaverso), o domínio do poder pelas grandes corporações, o uso de drogas, o esfacelamento do Estado, a mudança climática... Enfim, um livro que vale a pena, sim – isso se você estiver disposto a passar pela linguagem (nem tão) densa (assim) da técnica de escrita do autor...