Fernanda @condutaliteraria 19/08/2016Envolvente!Bianca sofre com crises de sonambulismo após o trauma de presenciar a morte de sua mãe e padrasto, porém mesmo estando presente, ela não consegue se lembrar de nada. Sofre constantes pesadelos e sente que na realidade não foi um assalto que resultou na morte de ambos.
Com 16 anos, Bianca agora vive com a meia irmã Laura, e vive mudando de cidade por achar que isso ajudaria nas crises.
A história se passa em Santos e utiliza muito da história da cidade. O que eu gostei muito.
Logo no primeiro dia de aula Bianca conhece Renan e Nicole e logo após Lucas e sua turma, quando o vê sente forte dor de cabeça e desmaia.
“Sentiu o toque leve dela em sua marca de nascimento e Carol soltou uma expressão de reconhecimento”
Como nem tudo é o que parece ser e é certo que por detrás do passado de Bianca tem algo mais, a autora nos conduz a um mundo de fantasia urbana adolescente com Uivadores, Furiosos, Destemidos, Furtivos e Farejadores. E claro, os Karibakis.
Os Karibakis são uma raça única, composta por aqueles que carregam o sangue da lua, nem humanos, nem lobos. São capazes de trocar a pele humana por uma lupina, algo que não chega a ser um lobo, porém maior e mais feroz. Dentre eles tem os que apesar de se desenvolverem dentro da linhagem, não trocam de pele.
“Não amamos o que queremos, mas o que escolhemos.”
Esse mundo paralelo a nossa realidade é muito bem criado pela a autora. A riqueza dos detalhes é perfeita e não deixa nenhuma dúvida ou ponta solta nos acontecimentos. Os Karibakis são bem descritos, bem como sua história, cultura e poderes. E como em toda fantasia urbana, se escondem da sociedade e têm um lugar próprio para viver. O que é muito bem explorado ao longo da história.
A adaptação de Bianca a essa nova realidade em sua vida é também, bem descrita. Cada etapa do processo é mostrada a nós, podemos acompanhar cada sentimento, medos e evolução da nossa protagonista.
Achei a trama bem envolvente, com mistérios que vão se desvendando ao longo da história e várias reviravoltas. Temos também romance, um triângulo amoroso na verdade, e como os Karibakis têm suas regras nesse quesito, isso também foi colocado. A parte da amizade também foi um ponto forte no livro.
“Você precisa abraçar a dor... Senti-la não é o problema. O problema é ficar incapacitada por ela.”
Realmente o mundo dos Karibakis e suas linhagens é muito amplo, quase impossível falar sem dar um spoiler.
Esse primeiro livro é apenas o começo, acho que muita coisa vem por ai e claro que fiquei curiosa pela continuação.
Agradeço a autora pela oportunidade dessa leitura! Foi uma experiência maravilhosa para mim.