ViagensdePapel 25/01/2016
Capitolina
Pensando em trazer novas opiniões e apresentar para vocês novos olhares a partir de uma mesma obra, esta resenha seguirá um formato diferente. Logo abaixo, vocês encontrarão duas opiniões a respeito de Capitolina, de várias autoras, publicado pelo selo Seguinte da editora Companhia das Letras. O livro é voltado para o público juvenil, mas nada impede que seja lido e apreciado por leitores mais velhos. Por isso, eu, Camila, de 22 anos, convidei a minha irmã Melissa, de 12, para ler a história junto comigo e compartilhar o que ela achou da obra.
Camila
Avaliação: 5/5
Um livro lindo, colorido, recheado de textos com temas reflexivos voltados para o público adolescente feminino. Isso é Capitolina. Um compilado de textos colaborativos publicados na revista on-line de mesmo nome, escritos por mais de 41 autoras e ilustrados por mais de 23 artistas. O livro nasceu para coroar o excelente trabalho feito pelas meninas e mulheres do site, que possuem o intuito de trazer temas comuns ao cotidiano de garotas adolescentes – como sexualidade, feminismo, identidade, vestibular, viagens, preconceito, entre tantos outros –, e propor uma reflexão sobre esses diversos assuntos.
Logo no primeiro texto do livro – “Identidade de gênero: uma introdução”, eu já estava apaixonada pelo projeto. Essa sensação permaneceu até depois da leitura, quando fui conhecer o site e descobri outros textos maravilhosos. Acho que muitas vezes falta interesse de falar com as meninas sobre os problemas enfrentados por elas diariamente, um descaso como se os dilemas adolescentes não fossem importantes. Os textos da Capitolina sanam esse problema e trazem diversos questionamentos. Ainda que os textos sejam curtos (cerca de três páginas cada) e nem sempre tão aprofundados, é uma maneira de propor debate e mostrar que nenhum dilema é bobagem.
Um dos termos apresentado no livro, inclusive, é a sororidade, que defende a irmandade entre as garotas, o “apoio mútuo entre as meninas das mais variadas origens, mas que têm uma coisa muito importante em comum: a identidade feminina, que, ainda hoje, é muito desvalorizada por aí”, como diz esse texto maravilhoso da revista. Enquanto eu lia o livro, só pude concluir que o projeto é sororidade pura: uma forma de mostrar para as meninas que estamos aqui por elas, unidas em qualquer situação, e que isso é uma importante ferramenta de transformação.
Ainda que eu já tenha passado pela minha adolescência e já esteja na casa dos 20, a experiência com Capitolina foi incrível. É um livro que eu recomendo para todas as faixas etárias, até como forma de incentivar que mães, pais, familiares e amigos discutam e reflitam sobre esses temas tão importantes. Além das temáticas, o livro também é muito legal por ser ilustrado e interativo. A obra é toda colorida e propõe que as leitoras façam atividades – como preencher cartazes de manifestos, colorir desenhos, faça um diário de viagem etc., como forma de se sentir ainda mais próximas do que está sendo retratado. Outra coisa que achei muito legal foi o fato de vários textos terem indicações de livros, bandas, artistas e filmes para conhecer e se aprofundar na temática. Por fim, só tenho a comentar que fico muito feliz e orgulhosa que projetos como esse estejam ganhando espaço também nas livrarias.
Leia a continuação da resenha, acesse o link abaixo:
site: http://www.viagensdepapel.com/2015/11/09/resenha-dupla-capitolina-vol-1-de-varias-autoras/