Resenhas - Ouça o que eu Digo

Nhyx0 25/05/2023

O demônio e seus planos...
Sabe aquela história do bater de asas de uma borboleta, cria um furacão do outro lado do mundo? Ouça o que eu Digo é quase isso. É sobre como uma tragédia se ramifica em um cataclismo social sem precedentes.
Uma influência sombria aqui, um revelar de segredos obscuros ali. Tudo trabalhando para que a cidade de Nova Enoque se torne uma amostra do inferno na terra.
Esse livro tem todo tipo de coisa estranha e ideias tortas. Pulei algumas partes, algumas descrições e cenas de uma personagem especifica - só porque não estava muito interessado com o que aconteceria com ela, fiz aquela boa e velha leitura dinâmica. Achei a escrita do autor um pouco arrastada.
Essa história expõe o pior da humanidade. Aquela ideia de que todo ser humano é naturalmente ruim, nunca fez tanto sentido em um livro. As pessoas de Nova Enoque são péssimas, e tudo o que precisavam era de apenas um sussurro, para expor suas faces mais grotescas e sombrias, que mantinham escondidas atrás da faixada de pessoas de bem.
Enfim, foi uma boa leitura. E com certeza, continuarei acompanhando o trabalho de Cesar Bravo.

CONRADO0 25/01/2023

Ouça o que eu digo, "Não ouça ninguém"
O livro explora o mal que habita dentro de nós que por muitas das vezes só previsão de um empurrão. Com cenas bem viscerais César Bravo consegue mais um vez despertar reações de asco, nojo, repulsa o que é visto como ponto alto do livro, contudo ao meu ver o excesso de diálogos e enxertos de detalhes tornou a leitura um pouco arrastada em vários pontos o que ocorria é que se vinha com a crescente expectativa e naquele clímax gostoso e do nada um solavanco bruto no freio e Tinha todo o trabalho para voltar ao ponto gostoso do terror do livro o que se repete muitas vezes cria-se um desgaste na história. Se o livro tivesse umas 60, 100 páginas a menos enxugando esses diálogos e detalhes para mim seria 4 ?

Diego Almeida @diegoalmeida999 03/12/2021

Terceiro livro deste autor que leio esse ano.
Mais um livro do autor César bravo, brasileiro que escreve histórias de terror e horror com um toque narrativo muito bem construído. Sua assinatura é impactante por vezes crua e visceral, mas paralelo ao choque o autor consegue cativar e deixar o leitor empolgado e envolvido com o enredo e seus personagens. Certamente vou ler mais coisas dele em breve. Adoro a forma como ele consegue caminhar entre o Stephen King e o Clive Barker e neste movimento conhecemos o grande "Bravoverso" tão peculiar e característico.

Val 10/08/2021

Ouça o que digo
Muito bom o livro, o primeiro que leio de Cesar Bravo, e provavelmente não o último, muitos personagens que surpreendem, e chocam a gente, personagens que pareciam ser principais e ai bum! O livro prende a atenção e não dá vontade de parar, e o Cesar não perdoa ninguém, não tem dó, mas também, ninguém é totalmente inocente, assim como ninguém é totalmente mau. O livro captura bem a natureza dúbia do ser humano. Muito bom mesmo!

Roberta Costa 28/03/2018

Passei um bom tempo sem ler um livro de terror / suspense tão angustiante e, ao mesmo tempo, tão viciante! Cesar Bravo me fez lembrar Stephen King! Um terror que todo e qualquer amante do gênero deve e precisa conhecer... e o melhor de tudo... É brasileiro! O humor negro misturado à história, mesclado com descrições extremamente detalhadas das cenas, fazem o estômago revirar de tão vívidas e perturbadoras que se tornam! Uma montanha-russa de emoções que faz o leitor sentir-se parte do livro.

site: http://livrosdabeta.blogspot.com.br/2015/11/resenha-ouca-o-que-eu-digo.html

Fabio 23/10/2017

Gambasinho
Gostei muito, nao esperava que fosse tao bom como alem da carne...os personagens sao bem interessantes, a leitura e fluida e cesar bravo e o cara!!!ultra carmen ja esta na minha lista de leitura e tenho crteza que irei gostar...

Lucas.Costa 07/09/2017

O pequeno toque se tornou grande demais, a ponto de se perder
O que aconteceria se o demônio resolvesse brincar com a população de uma pequena e pacata cidade?? Somos apresentados a um cenário em que isso acontece, e como está no título da resenha, tudo estava maravilhoso, até que cresceu demais...

NARRATIVA

A premissa é excelente, mas o que mais me encantou à primeira vista foi que era necessário apenas um pequeno toque do mal para que o caos se instaurasse. O demônio apenas "plantava a sementinha do caos" e via o resto acontecer... Isso foi excelente de se ver, mostrou o mal como algo intrínseco do ser humano, necessitando tão somente de um pequeno estímulo.
A estória começa a se perder quando o "pequeno toque do mal" passa a ser grande demais, quando o sobrenatural passa a tomar conta da obra, toda a construção das personagens se perde ante ao caos... Eu preferi o momento em que ele apenas plantava as idéias, seria uma excelente lição de que a humanidade se perde com apenas um pequeno estímulo... enfim, quem sou eu para questionar as decisões do autor...
Não sei se o livro passou por revisão, é possível notar alguns erros de português quanto a regência e concordância, nada que incomode muito, mas vale nota.

PERSONAGENS

Notei uma pequena influência de Stephen King na construção das personagens, foram apresentados capítulo a capítulo e muito bem construídos, logo de cara já era notório com quem se importar, quem "odiar" entre outros. Não achei qualquer dos núcleos ruins, e todos funcionaram excepcionalmente até os eventos se tornarem "sobrenaturais e caóticos demais"

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estória se perdeu um pouco pra mim do que era a premissa inicial. O saldo final ainda é positivo. Peguei o livro de graça pelo Kindle Unlimited e foi uma leitura rápida e agradável... Aos que gostam do genêro, e são assinantes do serviço, vale a pena.

Tiago Toy 09/02/2016

Um editor não fez a mínima falta aqui.
Cesar Bravo se supera a cada novo livro. Desde o lançamento de 'Ouça o que eu digo' fiquei com vontade de ler. Muita gente falando a respeito, Biblioteca do Terror resenhando positivamente. Não podia não ser bom.

Vários personagens são apresentados nos primeiros capítulos, e me senti um tanto quanto perdido. Mas nada que as páginas seguintes e as peculiaridades de cada um deles não me ajudasse a me encontrar. E quando me encontrei (em Nova Enoque), adorei me ver no meio daquele monte de sangue e insetos e manifestações do capiroto.

As mudanças nas importâncias de certos personagens no decorrer da história incomoda, mas de um jeito bom. Você imagina que Fulano é o protagonista e Ciclano é apenas um coadjuvante, mas então entra Bertrano e toma todos os papéis para si, deixando um punhado de ex-protagonistas lutando pelo seu espaço, enquanto outros "figurantes" nem percebem que se tornaram peça fundamental. Sua cabeça dá um nó, e o capeta fica atrás de você desfazendo esse nó enquanto você está absorvido na leitura.

Cesar Bravo não tem pudores quando se trata de chocar o leitor. Ele não está nem aí para o que você acha. Tem criança derretendo no fogo do inferno, e se reclamar você vai junto. Tem uma das cenas mais gore que já vi. Ah, se eu tivesse lido isso na época da escola... Aqueles valentões teriam visto o que dava mexer comigo.

Para quem ainda não conhece, Cesar Bravo é um dos autores independentes mais promissores. Ele está galgando seu caminho entre as pedras (e as esculpindo com formas demoníacas enquanto o faz). O melhor dessa independência é a inexistente "mão editora de um editor" para cortar as melhores partes.

Vale muito.

Marselle Urman 24/01/2016

Nova Enoque daria uma temporada inteira de "Supernatural"
Com um enredo que lembra muito o "Trocas Macabras" do mestre King até certa parte, esse livro contém aquele humor coloquial do Bravo e cenas de arrepiar. É um terror legítimo com uma boa dose de inventividade. Gostei.

PS: os erros de revisão na versão da Amazon ainda continuam...

Karina 14/08/2015

OUÇA O QUE EU DIGO – Cesar Bravo.
Cesar Bravo é sem dúvidas um dos parceiros mais queridos do Blog Casa de Livro.
Suas obras, resenhadas por nós, tem um “quê” de mistério somado ao terror perfeito do autor.
A obra “Ouça o Que eu Digo”, apenas uma palavra consegue descrevê-la: Magnífico.
Um livro que nos leva para dentro da história.
Personagens tão bem elaborados que nos sentimos ali, presentes. Vivendo cada acontecimento ao lado da Prefeita Mirian, Vereador Orlando Torque, Delegado Zétia e muitos outros que estarão gravados em minha mente para sempre.
Nova Enoque é uma cidade pequena. Seus habitantes, todos se conhecem. Sabe aquela cidade que um suspiro mais alto já é motivo de falação? Essa é Nova Enoque.
Mas seus habitantes não são todos interioranos bonzinhos não. A maldade paira sobre aquelas pessoas.
Corrupção, Estupros, Drogas, Bandidagem total, fazem parte do cenário.
Claro que as coisas acontecem por de baixo do pano, ninguém seria burro de enfrentar a polícia a troco de nada.
Mas as coisas pioraram. Parece que o demônio está a solta, incentivando aquelas pessoas a cometerem as mais terríveis desgraças contra seus companheiros.
O mal começou a trabalhar através de Roger Minotto.
Roger sempre foi um garoto bom. Seu pai era um pilantra da maior espécie. Mas Roger era um covarde a seus olhos.
O garoto estava envolvido com Milena Sultão, realmente gostava daquela menina. Ela não era tudo o que ele imaginava, pode ser que estava apenas interessada em sua fortuna, mas para Roger não fazia diferença.
Ele não seria capaz de matar uma mosca. Mas em uma noite, em que Milena não quis se entregar, foi possuído por algo tão maléfico, que cometeu as maiores atrocidades contra ela.
A partir desse momento a cidade virou de cabeça para baixo.
Delegado Zétia já não entendia mais o que estava acontecendo com aquela cidade.
O cheiro de vingança e morte rondava aquelas pessoas. Todos queriam sangue, todos queriam terror.
Pauline sempre foi uma pobre coitada, que não tinha voz para nada.
Era humilhada por Bosco, seu marido, a todo instante. Tinha medo do que ele podia fazer. Aguentava calada todas as surras, temia por sua vida, mas não suportava mais viver daquela forma.
Foi quando em um ataque de insanidade, o rádio conversou com ela. Uma voz que lhe inflamava tamanha raiva ao expor os segredos sujos do marido, tanta humilhação, que levou Pauline a decidir dar um fim em tudo aquilo.
Sequestros.
Mortes.
Torturas.
Crianças queimadas vivas.
Uma cidade até então pacata, da noite para o dia, virou cenário dos crimes mais bárbaros.
Quem poderia estar por trás de tudo aquilo?
Quem estava sussurrando no ouvido de pessoas de bem, para que pudessem fazer tamanhos absurdos?
Madame Safira é a única que tinha a solução.
A vidente sabia o que estava acontecendo.
Uma vingança sanguínarea comandada pelo Coronel Constâncio Trindade.
As famílias mais antigas da cidade, as que mais estavam sofrendo com os horrores de Nova Enoque, presenciaram a morte de Coronel Constâncio.
Um homem que mutilava, estuprava e escravizava seus funcionários.
Ele jurou vingança, a todos aqueles que ajudaram para que o seu fim chegasse.
O solo de Nova Enoque estava amaldiçoado.
Ele voltaria, e usaria as pessoas para acabar com tudo o que ali existia.
Nada mais poderia detê-lo.
Ninguém ousaria ficar em seu caminho.
A cada dia a cidade estava sofrendo mais.
O Delegado já não sabia mais o que fazer.
Padre Estevão também foi vítima da maldade daquela Terra.
Zétia precisará acreditar em Madame Safira.
Só ela poderá ajudá-lo a acabar com o demônio que ronda Nova Enoque.
Coitada daquelas pessoas, daquelas crianças.
O coração do Delegado está partido, ele não suportar mais tanta desgraça. Tanto sangue.
O ar cheira sangue.
Sangue de pessoas que ele conheceu, viu nascer. Pessoas que ele aprendeu a respeitar, a amar.
Não poderia mais admitir que continue acontecendo.
Apenas os antepassados da trindade, conseguirá mandar aquele demônio para o inferno definitivamente.
Após tantas mortes que aconteceram em seus braços, Zétia se unirá a Safira, e juntos enfrentarão o mal encarnado.
Será possível que conseguirão salvar Nova Enoque da desgraça?
Porque tanta raiva em um só homem?
Será possível exterminar tamanha maldade?
Uma obra que nos tira o fôlego.
Escrita com a maestria que Cesar Bravo provou possuir.
Casa de Livro Recomenda.

Titulo: Ouça o Que Eu Digo.
Autor: Cesar Bravo.
Ano: 2015
Páginas: 348
Amazon Ebooks.

Boa Leitura.
Casa de Livro.


Karina Belo.

Quando as duas olharam na direção daquele fedor estranho, muita gente fazia o mesmo. No começo ninguém gritou ou saiu correndo. Assistir um carro queimando no meio de um comício já seria interessante, mas o carro do safado do Torque? Era uma espécie se prêmio de consolação para quem perdeu a tarde ouvindo desculpas esfarrapadas.

Encontrou alguém entre as chamas. Alguma coisa que parecia não se incomodar com aquele calor que derreteria ossos. Estava bem no meio do caminho, parado, olhando para frente, olhando para ele. O fogo o circundava, ficando mais claro, quase branco, em volta do corpo. Usava terno e sapatos escuros. Não fazia sentido que aquela coisa existisse, mas sim, ele estava ali, saboreando a desgraça. Quando outra explosão trouxe o teto acima dele para baixo, Zétia correu com Clélia em seus braços.

O andarilho deu um passo em direção a ela e abriu os braços, sua jaqueta velha, cor de terra, balançou. Patrícia ganhou dois metros de distância e passou diante dos olhos famintos do homem. Ele agarrou a própria virilha e sorveu o ar com vulgaridade. Meteu a língua para fora e a moveu como uma serpente. Seus olhos ficaram vermelhos, olhos de lebre. Patrícia não ficou parada para ver mais nada. Tomou a esquerda que estava livre, não arriscaria passar perto dele, nem para chegar à cidade. Patrícia só parou de correr quando seus pulmões estafaram. Então pensou em Miriam e no que disse o vagabundo.

Jota assentiu e deixou que seu antepassado, outro que teve a coragem de se opor ao próprio pai facínora, o levasse ao seu descanso ou danação final. O Andarilho cuidou das pernas e, como prometido, seguiu com o cortejo. Como aquele monstro pôde fazer isso com seu próprio filho? Se o andarilho estava lá, era tão escravo quanto os outros, tão assassinado quanto os outros. Patrícia tomou o braço direito de Jota e forçou-o a recuar.
As entidades caminharam e foram desaparecendo no fogo que lambia as nuvens. Uma a uma, fingindo que as chamas as acariciavam como algodão. Perdendo roupas e contornos, perdendo o que ainda restava de vida e de morte.
Perto da porta do galpão, Safira caiu de joelhos e agarrou-se a terra. Esfregou o pó entre suas mãos até que a maioria dos grãos caísse de volta. Fez isso algumas vezes. Ela chorava um pouco, em parte consumida por aquele homem que voltou dos mortos. Zétia tocou seus ombros. Ela olhou para seu semblante preocupado e disse:
— Está terminado.
Raios riscaram o céu. O firmamento rugiu e derramou seu perdão.

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