Silvana 14/05/2020
No ano anterior a Sra. Highwood veio para Spindle Cove com suas três filhas solteiras passar as férias de verão por causa de um problema de saúde de Diana, a filha mais velha. O clima do lugar é perfeito para as jovens mais frágeis se recuperarem. Mas não foi só Diana que se beneficiou de Spindle Cove, Minerva, a filha do meio acabou sentindo se em casa já que em Spindle Cove Minerva pode ser ela mesma, uma garota que ama ler e também se dedicar a sua paixão pela geologia. Mas o verão acabou se transformando em meses quando Colin Sandhurst Payne, o Lorde Payne chegou ao local com seu primo Victor Bramwell, Conde de Rycliff. Certa de que Lorde Payne logo vai pedir a mão de Diana em casamento, a Sra.Highwood foi prolongando a estadia em Spindle Cove.
Mas Minerva sabe que isso não pode acontecer porque Lorde Payne é um libertino no pior sentido da palavra e se Diana, a garota com o coração mais bondoso do mundo se casar com ele, Minerva sabe que sua irmã vai sofrer pelo resto da vida. Então ela tem uma ideia para afastar Diana de Lorde Payne e de quebra ajudá-la a realizar seu sonho. Minerva procura Lorde Payne com uma proposta nada decente. Ela quer que Lorde Payne a acompanhe até a Escócia para apresentar uma grande descoberta em um simpósio de geologia, fazendo assim com que todos acreditem que eles fugiram juntos. Ela vai sacrificar sua reputação em troca da felicidade da irmã.
Em outras épocas Colin não pensaria duas vezes para negar a proposta de Minerva. Primeiro que ele apesar de ser um libertino, nunca o foi com garotas inocentes. E segundo que ninguém vai acreditar que eles fugiram juntos já que Minerva descrita pela própria mãe é sem graça, estudiosa, absorta, desajeitada com os cavalheiros e, sem salvação. Mas Minerva tem certeza de que vai ganhar o prêmio em dinheiro oferecido para a melhor apresentação e diz que vai dá-lo para Colin. E dinheiro é o que ele mais precisa no momento, já que quem controla sua herança é seu primo Bram, que não pretende dar o comando a Colin antes do necessário. Mas Colin só decide a ir mesmo depois que Minerva diz que se ele não for vai sozinha. E os dois vão descobrir que uma semana é o que basta para eles se perderem um no outro.
"Impossível? Por que é impossível que um homem se apaixone por uma garota improvável? Talvez Minerva não seja a garota mais bonita do local, mas pode ser que Lorde Payne tenha visto beleza em sua mente curiosa, ou em seu espírito independente. Será que é mesmo tão impossível que uma garota imperfeita seja perfeitamente amada?
E a Tessa acabou de se tornar a minha autora favorita de romances de época. Ela já vinha brigando pelo posto com a Sarah MacLean há algum tempo, mas com esse segundo livro da série Spindle Cove ela finalmente reinou absoluta. Que história maravilhosa. Eu acabei de ler o livro e nem sei o que dizer dele porque na verdade queria escrever aqui algo que fizesse todo mundo correr para ler ele. Mas parece que quando a gente ama tanto um livro, acaba de não conseguir colocar em palavras tudo o que ele significou para a gente. Mas vou tentar passar um pouco do tanto que a Tessa foi maravilhosa com essa história.
Para quem ainda não sabe esse livro faz parte de uma série. Cada livro vai contar a história de uma das moradoras de Spindle Cove, um lugar para onde as garotas da sociedade vão em busca de cura para uma enfermidade física ou para um coração partido. E também sempre tem um lugar especial para aquelas que não se encaixam nas regras de perfeição da sociedade londrina. E apesar de dar para ler as histórias separadas, acho muito interessante que sejam lidas na ordem em que foram escritas porque os personagens da série participam das histórias uns dos outros. O casal desse livro mesmo já teve suas tretas lá no primeiro livro da série. E nesse também já foi apresentado o casal do próximo livro.
Eu gostei muito das duas primeiras histórias da série. Favoritei o primeiro livro como fiz com esse. Mas se for para comparar os protagonistas das duas, Uma Semana Para Se Perder ganha de longe de Uma Noite Para Se Entregar. Principalmente por causa do protagonista masculino. Colin é incrível gente. E olha que eu não tinha gostado do jeito dele nos livros anteriores. Mas a forma com que ele trata Minerva não tem como não se apaixonar. Minerva tem baixa autoestima e Colin faz com que ela veja tudo o que ele enxerga nela. É lindo de ver como ele vai rompendo as barreiras dela e chegando em seu coração.
E o melhor eu ainda não disse. Minerva tem uma profissão que hoje em dia não é valorizada, imagine naquela época e ainda uma mulher fazendo aquilo. Ao ler tudo que eles passam durante a história, porque é uma aventura o que eles vivem em uma semana, é de se imaginar que a preocupação de Minerva com suas descobertas fosse ser uma "bobagem" perto de tudo o que eles enfrentam. Mas não para Colin. Ele incentiva e dá valor ao trabalho dela. As vezes, muito raro, acontece da gente encontrar um homem feminista em um romance de época. Acho que é o segundo que eu vejo. E quando isso acontece tem que aplaudir a autora por ter escrito alguém como ele.
E Minerva não fica atrás. Apesar de ter a autoestima lá no chão, por culpa da mãe dela, ela consegue lutar pelo o que quer. E quando ela "descobre" com a ajuda de Colin que sua aparência não importa, e com isso não estou dizendo que ela era "feia" (até porque beleza não é uma verdade absoluta), ela ganha confiança e enfim começa a acreditar que pode ser feliz. Esses dois foram feitos um para o outro e fazia tempo que não torcia tanto por um casal como torci por eles (mesmo já sabendo que iam ficar juntos hehe). A história se passa em sua maioria na estrada, então temos uma participação menor dos moradores de Spindle Cove, mas eles ainda aparecem ocasionalmente. E para finalizar tenho que falar da capa, que novamente tem tudo a ver com a protagonista. Amei os óculos na mão da modelo.
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