Fábbio (@omeninoquele) 22/09/2023Uma experiência super positiva!#OMeninoResenhando
"... Ela, que me ensinou que viver e estar vivo eram coisas completamente diferentes."
Depois que perdera uma pessoa importante em sua vida, esse garoto quase cometeu suicídio e então passou a frequentar uma psicóloga, para superar seus traumas. A vida pode ser difícil e parece que nada faz sentido, mas encontrar algo em meio ao turbilhão de coisas ruins é o que te ajuda a seguir em frente.
A psicóloga passa uma tarefa, escrever um mês, num diário, todas as suas emoções e tudo aquilo que sente dificuldade em pôr pra fora. A tarefa é simples, e desafiadora, e de cara o garoto acha que não vai cumprir por ser bobo demais, mas quando começa, aquele se torna seu refúgio, o lugar onde pode se expressar sem medo.
Mas a vida desse garoto vai mudar completamente quando ele é quase atropelado por uma menina que ele passa a chamar de Cabelo de Raposa, e surge uma amizade desse momento inesperado e assim, o garoto conhece os outros dois amigos dela e juntos, os quatro viverão momentos que jamais o garoto quase atropelado esperaria viver. E ele novamente se sente vivo, como nunca mais havia sentido e toda a dor, parece que está encontrando seu final.
Ele em dado momento começa a nutrir uma paixão pela Cabelo de Raposa, que é uma pessoa totalmente livre de tudo que nos prende e que por conta disso, talvez, tenha despertado o interesse nele. Aliás, os quatro são personagens muito completos, com características super densas que posso dizer que os transformam em quase pessoas reais.
O livro conversa muito sobre amizades, recomeços e sobre outros assuntos mega delicados e pesados que fazem parte da vida de pessoas comuns como nós. E é por isso que eu recomendo que leia esse livro só se você estiver super bem consigo mesmo. A história é bonita e delicada, mas cheia de buracos negros.
O personagem principal não tem nome, para que essa história esteja mais próxima do leitor possível. E os personagens são incríveis, ainda que a Cabelo de Raposa tenha me tirado da linha algumas vezes por todo esse espírito de ser livre que ela tem e que me incomoda, mas é também uma personagem magnífica e que trás aquela intensidade à história.
Uma trama super fluida, apesar dos temas que aborda e cheia de frases reflexivas que nos deixa pensativos por muitos momentos. Esse é o segundo livro que leio do autor, o primeiro solo e aqui eu pude conhecer um pouco mais de sua escrita. Estou lendo por ordem e espero que possa ver o amadurecimento dela nos trabalhos mais recentes, mas posso dizer que já gosto e sou fã.
A metáfora "quase atropelado" aparece em muitos momentos na história e acho que deveríamos a usar mais, porque afinal, podemos sim ser atropelados por coisas boas, que nos trarão felicidade e nos permitir ver que as coisas ruins que acontecem com a gente, são para que esses atropelamentos bons, sejam mais apreciados. Recomendo muito!!
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