Avenida Niévski

Avenida Niévski Nikolai Gógol




Resenhas - Avenida Niévski


8 encontrados | exibindo 1 a 8


André 24/03/2021

Mais um monumento literário de Gógol! Comecei a leitura às 10 da manhã e finalizei às 14 horas. A sensação é de que realmente estamos transitando pela avenida mais marcante da história da literatura russa!
comentários(0)comente



Marta Skoober 23/02/2021

Li Avenida Niévski a primeira vez cerca de oito anos atrás, não lembrava de muita coisa, exceto de ter tido um certo encantamento, mas tudo muito vago. Não havia anotações no livro, mas os vários post its sinalizam o que chamou a atenção, a quantidade de estrelas da avaliação me diz que achei quase perfeito. A releitura anos depois me aponta para passagens que me incomodam, e que o ideia que eu tinha da obra não se sustenta. O que me faz pensar que a memória nem sempre é um narrador confiável.
A edição da Cosac é uma obra de arte, não li o texto de apoio dessa vez. Foi uma leitura fluída, mas sem o encantamento que eu esperava encontrar. Não consegui entrar na história, fui mais espectadora do que coadjuvante. Para essa leitura eu dou 3,5 e devo deixar claro que não estou avaliando a qualidade da obra.

Grifo

A beleza produz autênticos milagres. Todas as imperfeições espirituais numa beldade, em lugar de produzir a repulsa, tornam-se de algum modo extraordinariamente encantadoras; mesmo o vício, nelas, respira com graça; porém, uma vez ausente a beleza a mulher precisa ser vinte vezes mais inteligente do que um homem, a fim de inspirar, se não o amor, ao menos o respeito.
22.02.2021
regifreitas 23/02/2021minha estante
eu tenho medo de alguns releituras. reler obras que eu gostei muito e descobrir que perderam o encanto. tive esse receito com o Memorial do Convento no ano passado, mas pelo menos essa obra continuou grande pra mim.




Steph.Mostav 18/02/2020

"Oh, não creiam nessa Nevsky Prospekt!"
Como sempre, Gógol foi um gênio. Um dos temas principais da novela é a dissimulação, a ilusão, o disfarce através das belas aparências, ilustrado pela avenida citada no título e através de dois casos com finais bem diferentes entre si. A enganação já começa pelo texto, que se inicia muito elogioso, positivo e entusiasmado, o que não passa de ironia. Aliás, ironia é o que não falta do início ao fim, sempre acompanhada do bom humor da prosa do Gógol. Acompanhamos dois homens: o tímido e sonhador Piscariov, um pintor, e o tenente Pirogov, mulherengo e tão seguro de si que chega a ser egocêntrico e a história deles é narrada por um terceiro personagem que não faz parte da história. Com isso, existe um certo distanciamento com relação ao que é narrado, mas a voz que conta tem muita personalidade, além de sempre deixar escapar (de propósito, é claro) os seus julgamentos e opiniões. Isso faz da novela bem leve, mesmo em cenas mais trágicas, o que tem tudo a ver com o tema principal.
comentários(0)comente



Camila(Aetria) 19/07/2016

Avenida Niévski
E eu acho que tenho esse livro desde o lançamento… Fui numa Bienal de Design e lá estava o bendito, lindo, maravilhoso, envolto por uma folha de jornal em russo. Eram dois livros, o Avenida Niévski, com uma diagramação louquíssima que me conquistou na hora. E o Notas de Petersburgo de 1836.
Skoob dando bug de novo nas minhas resenhas. No link tem tudo.

site: http://www.castelodecartas.com.br/index.php/2016/07/19/avenida-nievski-ogs-135/
comentários(0)comente



Viviane 16/01/2016

Nievski
Esse conto tem início com uma declaração de amor a umas das avenidas mais belas da São Petersburgo, a avenida Nievski. Nela a sensação é sempre de prazer e de bem-estar. Seus frequentadores alternam em funcionários públicos, preceptoras e seus pupilos, casais elegantes, senhoras respeitáveis. Mas nem tudo é o que parece ser...
comentários(0)comente



deboni 31/01/2015

Forma e Conteúdo
Ler esta linda edição da Avenida Nieviski de Nokolai Gógol publicada pela Cosac-Naif, me fez pensar sobre a influência da forma sobre o conteúdo. O projeto gráfico deste livro é uma atração à parte neste livro. Detalhes como uma "página de jornal russo" que embrulha a edição ou uma série de imagens da avenida na época em que se passa o conto, ajudam a contar a história, e a transportar o leitor para dentro do conto e da sua época. O texto divido em duas partes nas páginas (um de forma invertida) de modo que o leitor é obrigado a ir (da primeira à última página) e voltar (da última à primeira página novamente), como que passeasse pela avenida de São Petesburgo como fazem os personagens do excelente conto de Gógol. É a Gestalt na literatura na sua totalidade. Vendo o cuidado que os editores tiveram com o livro, e como a relação do texto com a forma está tão integrada neste trabalho, se faz pensar se o fato do autor saber como o leitor vai ler o livro, altera a sua escrita. Como o autor será influenciado na sua escrita quando estiver escrevendo para leitoras que não vão ler mais um livro de papel com páginas, mas vão estar lendo em um tablete ou um leitor digital?

site: http://www.eduardodeboni.com/blog/?p=1793
comentários(0)comente



Ricardo Rocha 21/07/2011

Ensaio para Almas mortas
A avenida Nievski, definitivamente, não serve como objetivo mas apenas como meio. Tudo é sonho, tudo é engano. Nada é o que parece. Caminhar ao longo desse livrinho pode ser um pequeno ganho na compreensão do mundo e que seja pelo resto da vida. Que seja apenas: minha vida não é da conta de ninguém – ainda que o que nos levou a pensar assim seja uma ilusão cruel, a decisão em si não é. A Avenida Nievski pode representar sim quase tudo e fazer ansiar por um painel maior, que chegará no próprio Gogol com Almas mortas.

comentários(0)comente



Claire Scorzi 06/03/2011

Gogol, um precursor do modernismo
Avenida Niévski está entre as primeiras produções de Nicolai Gógol (1809-1852). O escritor acha-se com 26 anos e demonstra um olhar modernista "avant la lettre": a novela está repleta de características fartamente encontradas mais tarde na literatura e nas artes do século XX.
Precursor, Gógol tem um ponto de partida assaz simples: logo nas primeiras linhas, faz o elogio da Avenida Niévski, então famosa em Petersburgo (e que será coadjuvante em novelas posteriores do seu compatriota Dostoiévski):
"Não há nada melhor do que a Avenida Niévski, pelo menos em Petersburgo; para essa cidade ela representa tudo. Com o quê não brilha essa rua - beldade de nossa capital?"
O elogio é demasiado aberto, excessivo; para não ser ironia, Gógol teria de ser menos artista, menos sensível aos efeitos de um tom acintoso no elogio como é o começo da narrativa. Mas ele não é menos artista, ao contrário; do início ao desenvolvimento até a conclusão veremos seu domínio da escrita, e, portanto, do seu objetivo.
A Avenida Niévski é estonteante, um local de passeio, de encontro entre conhecidos, de exibição de elegância ou beleza; Gógol vai demonstrando sua peculiaridade enquanto dá-nos um retrato da rua em flashes que são recortes do que se passa nela; seus transeuntes, arrolados por ele para nosso olhar, são identificados por detalhes: bigodes, chapeuzinhos, mangas de vestimentas femininas, cinturas, sobrecasacas, um par de olhos, um "maravilhoso nariz grego" (pág. 19), um pezinho, uma gravata... Recortes que o escritor desfila ante nós à maneira modernista: como escreveu Marshall Berman, a técnica descritiva nessas páginas iniciais tem algo de uma tela surrealista (ou cubista).
Gógol assim faz um panorama da avenida das primeiras horas da manhã até o anoitecer; aqui, então, passa a nos falar de dois conhecidos que vêem duas jovens mulheres passando pela rua. Um, o pintor Piscariov, é uma figura tímida, talentosa, idealista; Gógol trata de pô-lo em contraste com a "praticidade" e a "sofisticação" da avenida, o que não pressagia nada de bom para o personagem.
O outro homem é o tenente Pirogov, um tipo bem diverso: vaidoso, metido a conquistador, segue a moça que lhe chamou a atenção e, se nem tudo lhe sai bem, ele não é da espécie de indivíduo cuja natureza possa sofrer uma decepção sentimental.
Este é o enredo de Avenida Niévski: a visão de uma rua, dois homens que olham duas mulheres, e o que lhes acontece ao separarem-se para irem atrás de seus sonhos...
Gógol encerra a história no mesmo tom leve e irônico do começo, só que agora com afirmações inequívocas das suas "reservas" quanto à avenida:
"Oh, não acredite nesta Avenida Niévski! Sempre que caminho por ela protejo-me melhor com a minha capa e tento não olhar para nada com que me deparo. É tudo um embuste, uma ilusão, nada é aquilo que parece ser! (...)" (pág. 89-91).
A conclusão, portanto, é que a Avenida Niévski é um lugar de ilusões, de irrealidade, de aparências. Mas o que Gógol não nos diz explicitamente, porém nos deixa em dúvida, é - será, afinal, que só os que nada levam a sério, só os que não empenham o coração no que "vêem", podem atravessá-la incólumes?
comentários(0)comente



8 encontrados | exibindo 1 a 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR