Intempérie

Intempérie Jesús Carrasco




Resenhas - Intempérie


6 encontrados | exibindo 1 a 6


MF (Blog Terminei de Ler) 20/12/2020

"Intempérie" de Jesús Carrasco: uma interessante surpresa...
“Intempérie”, romance do escritor espanhol Jesús Carrasco, publicado originalmente em 2013 e traduzido em vários países. Esse foi um livro que comprei pela capa, bem inusitada, mostrando um jovem segurando um fragmento de osso facial em frente ao próprio rosto, e que se provou uma leitura interessante.

Na história, um garoto se encontra escondido em um buraco, fugindo de homens que o perseguem. Em uma região árida e inóspita, durante a fuga, o caminho do garoto se cruza com a de um pastor de ovelhas de poucas palavras.

Carrasco cria um romance atemporal, sem especificar o local e o tempo em que se passa a ambientação. Se, por um lado, isso torna um pouco genérico o relato, por outro lado torna a trama palatável para qualquer região do mundo que sofra com a fome imposta pela seca, pela aridez, pelos governantes.

A relação entre o garoto e o pastor é praticamente monossilábica, o que exige um aparato descritivo da comunicação não-verbal, dos sentimentos dos protagonistas, seus medos, seus gestos. O autor é bem-sucedido nessa questão, ainda que em momentos isolados a leitura se torne demasiado arrastada, pelo ritmo e em grande parte devido ao uso de vocábulos pouco usuais, o que me levou a recorrer ao dicionário. O uso excessivo dessas palavras me pareceu um tanto forçado, pouco natural.

Apesar dessas questões pontuais, “Intempérie”, ainda que tenha uma ambientação genérica, apresenta pontos interessantes em seu dinâmico relato. Há um trabalho satisfatório na construção dos personagens, simples em essência, sem demasiados conflitos a serem trabalhados. A impressão é que o foco está na construção do plano de fundo, o ambiente em si, de certa forma, apesar do tom genérico, como já citado. Isso é inusitado, mas não compromete a experiência literária. No resumo da ópera, uma ótima leitura.
comentários(0)comente



Dani_LJI 14/12/2015

Resenha Intempérie
O que dizer de um livro de apenas 182 páginas que é capaz de causar todos os questionamentos possíveis em uma narrativa em terceira pessoa rebuscada, poética e singular. Quando solicitei esse livro para resenha li a sinopse coisa que não tenho hábito de fazer, mas a capa e o título incomum chamaram a minha atenção. A história parecia simples a fuga de um menino sem expectativas da sua vida penosa e pobre.

Meu julgamento foi errôneo e equivocado, a leitura iniciou bem devagar como disse o autor é rebuscado e poético ao extremo, recorri ao dicionário inúmeras vezes, fiquei com pé atrás com a história por que ele divaga demais na sua narrativa para descrever o situação, o lugar e os sentimentos dos personagens, mas é aí que entra o lado poético do autor.

E depois que você capta a essência da história tudo começa a fazer sentido, e o ritmo da história torna-se algo intrigante e desafiador.

Nossos personagens principais não tem nomes, e se faz desnecessário nomes nessa história, pois a densidade do livro é o suficiente para tornar os personagens marcantes, o menino que foge de sua casa, foge de uma realidade triste, sofrida e devastada pela seca e a maldade humana. Nada tinha sido planejado, seu esconderijo dentro de uma caixa mal dava para se mexer, e enquanto a sua agonia o consumia, homens estavam a sua procura, sua ideia era fugir o mais longe da aldeia onde morava com sua mãe e pai.

Em sua jornada ele passa fome, se priva de água e seu corpo começa a dar ares de cansaço, até ele ser pego por uma insolação. Quem o salva é um velho pastor de ovelhas, que o ajuda alimentando, curando suas feridas e suas alucinações causada pela febre e exposição ao sol. A comunicação entre eles não passava de frases monossilábicas do pastor para o menino que respondia com seu silêncio. A relação dos dois nessa jornada é uma cumplicidade silenciosa, eles caminham procurando pastos para as ovelhas, tentando sobreviver na região castigada pela seca, pobre em alimentos, e sem qualquer habitante próximo a quem pudesse pedir ajuda.

O medo do menino é presente a todo o momento, o pastor não o questiona o motivo da sua fuga, mas lhe da companhia e alimento, e ele o segue sem mais questionamentos, é o que o mantém vivo, e ele aprende a lidar com situações que ele pensa que está sendo castigado na sua vida.

O que acontece nessa jornada, é algo que deixa o leitor temoroso, triste e enojado. Esse menino tão novo é obrigado a uma realidade nua e crua em sua vida, a maldade dos homens chega ao extremo, e a expectativa de ter uma vida normal parece algo distante. Ele narra com tanta veracidade que fica impossível não se emocionar com a história, tive que parar algumas vezes para me recompor e continuar lendo, é um livro que instiga e que mostra uma coragem por parte dos personagens que é ausente em muitas pessoas, a busca por uma realidade diferente, a busca pela mudança do destino.

Jesús Carrasco traz um drama intenso, crível e denso, é um livro que tira o leitor da zona de conforto por completo. Nada do que eu li até hoje se compara com essa narrativa sofrida e silenciosa, em poucas páginas ele resumi os dias de sofrimento de dois personagens castigados pela vida, que aprende lições da pior forma possível, ele mostra como a maldade é algo inconcebível e absurda.
Uma leitura madura, com personagens marcantes, com narração poética e com uma incerteza da vida dos personagens. É um livro que termina de modo pensativo e reflexivo, mas que não se questiona da maneira que foi, pois é um romance dramático cheio de incertezas e que não conta com um final feliz, mas sim com um final cheio de grandes recomeços.

site: http://www.livrosajaneladaimaginacao.com.br/2015/12/resenha-intemperie.html
comentários(0)comente



Monalisa (Literasutra) 06/01/2016

Jornada de autoconhecimento no deserto
Fugitivo da realidade dura em que viveu até então, um menino, sem nome nem idade definida, se aventura numa planície devastada pela seca. Uma jornada implacável, com o desconhecido que se assoma à sua frente e os algozes que o perseguem sem folga logo atrás. Não se sabe do que exatamente ele foge, assim como não se sabe especificamente onde ele se encontra. E talvez seja justamente por isso que “Intempérie” impressiona: O que realmente define uma pessoa está muito além de meras convenções terrenas. Coisas como nome, cor e posição social dizem muito menos sobre alguém do que suas atitudes.

# Leia a resenha completa no blog Literasutra clicando no link abaixo. Obrigada pela compreensão! :)

site: http://literasutra.com/2015/12/15/intemperie-jesus-carrasco/
comentários(0)comente



Norberto 15/05/2017

Ótimo
Triste, denso e profundo, com um ritmo constante e uma ambientação fascinante. Demorei para começar a ler, mas valeu a pena pegar o livro. Muito bom.
comentários(0)comente



tarsila 26/01/2020

Uma obra-prima
Dificil falar algo sobre esse livro, que li há 5 anos e que ainda não “superei”. Basta dizer que, se fosse a uma ilha deserta e tivesse que escolher um único livro para ir comigo, seria este. Um livro para engolir em um par de dias - ou, melhor dizendo, para deixar-se ser engolido por ele. Uma obra prima irretocável.
comentários(0)comente



vasilisamorozko 21/11/2020

Dando Um Tempo
“A intempérie empurrara-o para muito mais além do que sabia e do que não sabia acerca da vida. Levara-o até a própria fronteira da morte, e ali, ao meio de um campo de terror. Ele levantara a espada ao invés de oferecer o pescoço.”

#58 - Acho que não absorvi essa história como gostaria por isso coloquei na pilha de releituras e espero que na próxima vez eu esteja mais preparada para sentir tudo o que esse livro tem para dar.
comentários(0)comente



6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR