Maravilhosas Distopias

Maravilhosas Distopias Marcia Dantas
Maurício Coelho




Resenhas - Maravilhosas Distopias


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Lids 21/02/2016

Maravilhosas Distopias (Maurício Coelho)
Maravilhosas Distopias é uma antologia, ou seja, um livro que reúne vários contos com uma mesma temática, no caso, o tema é distopia.

O primeiro conto “Surface Down“, de Ivan Y. Sikorski, explora um mundo em que houve um golpe, em que esse grupo A Bolha conseguiu assassinar os presidentes de países chaves e implantar um governo totalitário em que obrigada a sociedade em se organizar em castas, a resistência chamada Pegaso tenta livrar as pessoas desse repressão militar e reverter o processo.

No segundo conto, “A Liga Invisível“, de L. A. Nuñes conta sobre um mundo em que houve uma crise hídrica, provocando escassez e fazendo com que a nossa Amazônia fosse o lugar mais procurado pelo mundo todo, o que provocou uma espécie de 3ª Guerra Mundial até que os Estados Unidos veio e dominou tudo com mais guerra, e rebeldes brasileiros estão tentando retomar seu país um estado de cada vez e tirá-lo desse governo totalitário.

O conto “Asfixia“. de Lu Days é provavelmente um dos mais interessantes da antologia, e revela um mundo em que as pessoas excluem da sociedade jovens com talentos especiais e relata que o Estado tem tanto poder sobre as pessoas que elas não questionam as autoridades e vão pra guerra sem perguntar “por quê?” ou “contra quem?”.

No conto seguinte, “Lei do Mais Forte“, de Claudia Mina, um dos meus preferidos, é sobre um mundo pós apocalíptico em que as pessoas têm que viver dentro de ambientes fechados, pois o ar, a terra e tudo o mais está poluído. Achei um conto ótimo e com uma narrativa diferente!

Em seguida, em “A Abdução de Lucas“, André Luis Pinto conta uma história de abdução alienígena… Só pra dizer que aliens podem ser gostosas. Em “A Chuva“, Gabriela Leão narra um apocalipse, do ponto de vista de um trabalhador normal e seus pensamentos sobre uma enchente que está tomando conta de toda a cidade.

“Crimes Cibernéticos“, de Davi M. Gonzales conta uma história sobre o combate virtual à pornografia infantil em um mundo futurista em que a pornografia evoluiu a um nível de quase realidade, com alguns vídeos conectados ao cérebro das pessoas permitindo que elas possam também acessar as sensações das pessoas no vídeo e, assim, realizar suas fantasias de fazer coisas ilegais, no caso do conto, é a pornografia infantil. Achei muito interessante a premissa e é obviamente um tema importante, mas não sei se gostei de como ele acabou…

Márcia Dantas escreveu “Sobre Corações Partidos e Curas Indesejadas“, um conto lindo e sensível sobre uma cientista que procura a cura para uma doença sexual que muda o comportamento das pessoas. É belíssimo *-*-* (apesar de ser cientificamente equivocado se considerarmos a ciência que conhecemos rs)

“O Refúgio“, de Amauri Chicarelli narra sobre um pós apocalipse nuclear, que deixou o ambiente todo contaminado por radiação e as pessoas tem que ficar trancados em abrigos, separados por grupos ideológicos? Premissa poderia ter sido melhor explorada e desenvolvida…

O conto “Mais Um Pedaço de Carne” de Jean Thallis fala sobre prostituição em um futuro em que o homem pode comprar meses e provavelmente até anos com uma mulher, tendo que se comprometer em prover coisas básicas, como alimentação, higiene, entretenimento, entre outras. A prostituição já é um tema polêmico, com muitas divergências e tratado com cuidado e respeito, mas nesse conto o autor não teve cuidado nenhum, pelo contrário assumiu o objetificação da mulher e o machismo, fazendo do personagem principal um tremendo babaca arrogante.

Em alguns aspectos, o conto tem um clima de suspense sobre quem está controlando quem e no final não temos resposta para essa pergunta. A resposta do final é voltada para a maior preocupação do homem: se ele está fazendo sexo com uma mulher real ou um robô humanoide… Porque afinal, o importante é que a mercadora seja carne de primeira… Enfim, depois de todas essas declarações de machismo grosseiras, obviamente que imaginei um final Ex-Machina (2015) que não aconteceu.

E por fim, o conto de Maurício Coelho, “Locus Amoenus“, é sobre um jovem da Resistência que está tentando fugir da cidade chamada Metrópole para ir em busca de sua amada.

O que me incomodou nesse livro foi que não acho que todos os contos nele são distopias. Acho que a principal diferença entre apocalipse e distopia é que apocalipse é a coisa errada acontecendo naquele momento, é a enchente acontecendo ou o começo da invasão alienígena, é a falta de recursos no presente momento. A distopia pode ser uma forma da sociedade/grupo responder e se reorganizar após o apocalipse, seja ele causando por guerras nucleares, acidentes naturais ou que seja.

Então, nessa antologia tem alguns contos falam de apocalipse, outros contos falam de governos autoritários, e outros que são realmente a minha ideia de distopia. Foi muito interessante a reflexão que alguns contos trouxeram, mas tem uns que não chegaram a lugar nenhum, e isso é meio problemático porque a melhor parte das distopias é a reflexão sobre a sociedade e a crítica social que podemos tirar delas *-*-*

Meus contos preferidos foram: “Sobre Corações Partidos e Curas Indesejadas” da Márcia Dantas; “Lei do Mais Forte“, da Claudia Mina, e o “Crimes Cibernéticos” do Davi M. Gonzales.

Edição: O autor Jean Thallis, de "Mais Um Pedaço de Carne", entrou em contato comigo e disse que ele tinha a intenção de fazer uma distopia que criticasse o machismo e a objetificação da mulher. Minha crítica a esse conto permanecesse, acho que o conto não foi cuidadoso com o tema e em nenhum momento percebi esse posicionamento crítico, nem contra, nem a favor do que o personagem estava falando. Na verdade, como o personagem tem sempre a última palavra, me pareceu muito mais que o autor era a favor, mas como ele disse, não era a intenção. Um final Ex Machina teria resolvido o problema, mas não aconteceu, o que é uma pena.

site: https://screamyourlies.wordpress.com/2016/02/20/maravilhosas-distopias-mauricio-coelho/
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Davenir - Diário de Anarres 25/02/2016

Boa coleção de iniciantes
A coleção de contos “Maravilhosas Distopias”, reúne um punhado de contos bem curtos e inéditos de autores nacionais com as mais variadas experiências, além do próprio organizador Maurício Coelho. São 11 contos dentro de 86 páginas. A obra foi lançada este ano em pdf para download grátis pela plataforma lulu, e a versão impressa pode ser adquirida com o organizador e pela editora. Procurei fazer breves comentários conto a conto, com nota individual. Mas antes, um pouco da obra em geral.

As abordagens que predominaram trouxeram distopias em terras tupiniquins e em lugares universais. Nada de história passada nos Estados Unidos, lugar comum no gênero, e a criatividade agradece. Em relação as origens das distopias temos mais ocorrências de contos que seguiram a linha de regimes autoritários (“Asfixia”, “Surface Down” e “Escapismo Suicida”) e também com cenários frutos de desastres naturais (“A chuva”, “A Liga invisível” e “Lei do mais forte”, “Sobre Corações Partidos E Curas Indesejadas”). Enquanto aliens e OVNIs aparecem em “A Abdução de Lucas”, este não é uma distopias. “Crimes Cibernéticos” entraria no subgênero de pós-cyberpunk, assim como, enquanto “Mais um pedaço de carne”, até se passa num ambiente do cyberpunk clássico, mas a personagem “marginalizada” não conduz a história. O cyberpunk clássico teve apenas uma aparição, em “Surface Down” de Ivan Sikorsky, que abre o livro, mas foi bem representado.

Meu destaque positivo é “Sobre Corações Partidos E Curas Indesejadas”, de Márcia Dantas, que abordou a diversidade de modo profundo e com protagonismo feminino no seu conto.

No geral a coletânea é muito boa, a maioria dos contos vão de bom a muito bom. Não são alguns contos que de repente você não curte que estragam um livro deste tipo. Coletâneas são assim mesmo. Se falta incentivo para ler, vale dizer que ele é um livro curto (vais ler rapidinho) e a versão pdf é gratuita.

Atribui nota aos contos em separado, mas não ao livro como um todo, pois faço notas apenas para comparação e não dou nota em si. Vamos aos contos em separado:

Surface Down - Ivan Sikorsky
Um pequeno grupo de hackers travam uma resistência inglória contra uma organização chamada “A Bolha” que instaurou uma ditadura global. O conto parecia tomar um ritmo de distopia juvenil, mas o desfecho me fez mudar de ideia. É um conto no melhor estilo cyberpunk. Nota: 5/5

A Liga Invisível – L. A. Nuñes
Uma crise hídrica torna o Brasil um cenário de várias guerras, intervenções externas, resistências locais, pestes e degradação do tecido social. Emergidos deste cenário uma liga com os mais variados tipos se une entorno de um ideal anárquico. O conto centra-se na descrição do cenário político e da chamada “Liga Invisível”, contudo não chega a desenvolver uma história. Nota: 2/5

Asfixia – Lu Days
O “Poder” domina o mundo deste conto claustrofóbico em que cinco pessoas formam um grupo de prisioneiros heterogêneo. Na visão de uma prisioneira, histórias de traição, rebeldia e opressão em uma cela secreta. O final brusco pode tanto desagradar o leitor mais metódico quanto agradar outros. Neste caso caiu bem. Nota: 3/5

Lei Do Mais Forte – Claudia Mina
A lei do mais forte não é apenas o fio condutor deste conto, é o personagem principal e condensa o que emergiu deste mundo destruído. As reviravoltas em tão pouco espaço surpreendem. Os personagens são inseridos e removidos da história do mesmo jeito que o mundo criado pela autora os vê: desesperados e descartáveis. Nesta distopia nem os fascistas sairiam de casa. Nota: 5/5

A Abdução de Lucas – André Luís Pinto
Uma história de abdução, cercada de mistério. Lucas é um pacato interiorano que vai casar e é abduzido e transa com uma das alienígenas (safadinho!). Depois de muitos anos eles retornam revelando o motivo da primeira abdução (e querendo transar denovo). O final aberto não me agradou e prejudicou a apreciação. Nota: 1/5

A Chuva – Gabriela Leão
Um pacato funcionário de escritório em um dia de chuva é retirado bruscamente do seu cotidiano. Uma distopia catastrófica parece estar se formando diante dos seus olhos. A leitura é consistente e envolvente. Vale a pena ser lido bem devagar para aproveitar cada momento. Nota:5/5

Crimes Cibernéticos – Davi M Gonzales
Um agente do Governo Central caça pedófilos que compartilham vídeos que imergem profundamente na mente. O conto explica muito bem as situações. Contudo a história se desenvolve e os personagens não, o que dificulta o envolvimento do leitor. Nota:2/5

Sobre Corações Partidos E Curas Indesejadas – Márcia Dantas
A Dr. Dias busca a cura de uma doença que ela não consegue entender. Sua cobaia humana Leila a envolve a ponto de fazer a Dr. Dias questionar tudo pelo qual vem trabalhando. É um conto sobre diversidade e alteridade. Uma ficção científica com crítica social e ao cientificismo. Este conto é o ponto forte da coletânea. Nota 5/5

O Refúgio – Amauri Chicarelli
A personagem principal, uma ex-cientista nuclear, depois vira ativista antinuclear, vive uma espécie de profecia autorealizável do velho medo de um apocalipse nuclear dos tempos da Guerra Fria. O conto tem muitas reflexões interessantes, como o questionamento da realidade, mas dá um desfecho demasiado aberto. Nota: 3/5

Escapismo Suicida – Maurício Coelho
Este conto de tiro curto, traz o personagem principal em uma tentativa desesperada de escapar de uma cidade tomada por uma ditadura feroz. A reflexão sobre o suicídio fica na cabeça depois de terminada a leitura, difícil falar mais sem entregar todo o conto. Nota: 4/5

Na versão impressa o organizador deixou outro conto que se chama "Locus Amoenus".

Mais um Pedaço de Carne – Jean Thallis
Um homem solitário busca uma companhia e compra/aluga literalmente uma mulher para seu prazer. As reflexões do conto são muito atuais sendo essa distopia é apenas um exagero do que é nossa realidade hoje. Contudo a narração através do homem faz a história perder uma personagem feminina bem mais instigante em função dos detalhes eróticos. Nota:3/5

site: http://www.wilburdcontos.blogspot.com.br/2015/08/resenha-maravilhosas-distopias.html
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Alline 14/04/2016

Algumas maravilhosas, outras nem tanto...
Recebi este livro, através da parceria com o escritor Maurício Coelho, há um tempinho, li e só agora consegui fazer a resenha. O tempo está curto, então aproveitei esse feriadão para colocar as coisas em dia.

Por um lado, Maravilhosas Distopias é uma antologia muito interessante, mas, por outro, possui alguns probleminhas que me desapontaram um pouco. Destaquei o trecho da imagem acima, porque as palavras do Luís no prefácio são impactantes, me fizeram pensar e concordar com praticamente tudo que diz e refletir sobre a realidade em que vivemos. Deixa eu parar de enrolar aqui e ir direto ao assunto!

O conto de Ivan Y. Skorski, Surface Down, dá início à obra. Uma organização chamada "A Bolha" instaurou um regime mentiroso e explorador no mundo todo, depois de assassinarem oito presidentes, inclusive o dos Estados Unidos, da Rússia, da Alemanha, da Coréia do Sul e da China. "A Bolha implantou seu sistema, ergueu cidades dentro de muradas e construiu o império que domina". Consequentemente, não tiveram alguns adeptos, os quais formaram uma resistência, a Pegaso. Este grupo tenta reverter a situação e livrar a sociedade da repressão militar. Por ser bem construído, posso afirmar que renderia uma narrativa completa. E esse conto tem um baita final surpreendente, tanto que minha reação foi mais ou menos assim:

Em seguida, vem o conto A Liga Invisível de L. A. Nuñes. O planeta foi assolado pela escassez da água e a nossa Amazônia foi tomada pelos Estados Unidos à força. O Brasil passou a ser cenário de várias guerras, cidades foram devastadas e pessoas inocentes mortas. Entre os sobreviventes estava Lúcifer, um homem com esperanças de derrubar o poder totalitário regente através do grupo chamado "Reles Mortais", "composto por lunáticos sociais e peritos em diversificadas áreas, cujo único objetivo era exterminar pessoas que não mereciam viver". Esse conto deixou a desejar, pois focou muito na descrição da esfera política e dos opositores ao invés de desenvolver mais a história.

O terceiro conto é o da Lu Days, chamado Asfixia. Somos apresentados a Destra ou, como era chamada, Cristal, uma prisioneira especial. Ela conta histórias de traição, rebeldia e opressão, sobre os seus companheiros de "jaula" e como o próprio homem arruinou o mundo, depois de pensar que o futuro traria bons frutos. O modo como a autora arquitetou a narrativa foi muito bom, visto que o drama e a desgraça do início da história foram colocados de lado para ter um final mais esperançoso e heroico. Um dos mais interessantes!

Lei do Mais Forte da Claudia Mina é o próximo. O ar, a terra e tudo mais está poluído, não há como viver senão em lugares fechados. Segundo Charles Darwin, "não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, e sim as mais suscetíveis a mudanças", e é exatamente o que acontece ao longo dessa trama. As reviravoltas acontecem em instantes e aqueles que não se adaptam são descartados.Sobreviver em um mundo pós-apocalíptico demanda que o ser humano siga o seu instinto, e é justamente isso que a autora nos mostra. Esse conto é ótimo e bem diferente dos demais.

A Abdução de Lucas do André Luís Pinto é o conto seguinte, mas que, a meu ver, nem deveria estar na antologia. Como o próprio título já adianta, Lucas, um morador do interior de Minas Gerais, é abduzido por seres alienígenas (aqueles do tipo humanoides, com olhos grandes escuros, cabeça oval e pele cinza). Depois de ser examinado pelas criaturas, o rapaz tem relações sexuais com uma mulher extraterrestre e, em um piscar de olhos, acorda em sua cama. Ele começa a se perguntar como continuaria a viver normalmente depois de um episódio como este, porém os anos passam e "tudo que vai, volta". Além de ter um final em aberto, o conto apresenta muitos erros ortográficos e de tempo. É uma história que não chega a lugar nenhum e não tem relação com o tema...não me agradou.

No conto A Chuva da Mariana Leão, o fim está próximo. Uma chuva torrencial que durá há dias causa uma terrível enchente na cidade. Descobrimos tudo isso pelo ponto de vista de um trabalhador comum, que luta pela sua sobrevivência e a de seus colegas de escritório. A leitura é envolvente e agradável. Quando terminei de ler, a primeira coisa que veio à minha mente foi o filme "O Dia Depois de Amanhã". Será que serviu de inspiração?

Depois, temos o conto Crimes Cinbenéticos do Davi M. Gonzales trazendo um assunto polêmico, a pornografia infantil. Os chamados Vídeos Sensitivos, que ao serem conectados ao cérebro, permitem o acesso as sensações em um nível exorbitante, "tornaram-se uma verdadeira praga", porque caíram nas mãos erradas, nas mãos de pervertidos. Deste modo, um agente do Governo Central incia uma caça a pedófilos, na tentativa de salvar milhões de crianças indefesas espalhadas pelo mundo. O desfecho não foi muito atrativo, não sei muito bem se gostei...

O oitavo conto é o Sobre Corações Partidos e Curas Indesejadas da Márcia Dantas. O melhor! A Dr. Dias é uma cientista que busca a cura de uma doença sexual que ela não consegue entender. Leila, sua cobaia humana, faz com que ela comece a questionar certos assuntos defendidos pela sociedade conservadora. Homens amando homens, mulheres amandando mulheres... por que ver isso como uma doença? O amor está em questão nesta história. A autora implementa uma crítica social de forma bem contundente. É um conto magnífico! Como posso acreditar que vocês querem o melhor quando querem me impedir de amar quem meu coração quiser?

O Refúgio do Amauri Chicarelli vem na sequência. Uma ex-engenheira nuclear conta como o apocalipse nuclear, temido durante a Guerra Fria, afetou o planeta e mostra ter esperanças de que um dia melhor irá chegar. Vidas foram tiradas e a radiação arruinou tudo. Quem sobreviveu teve sorte. É um bom conto, traz reflexões intrigantes sobre a nossa realidade.

O penúltimo conto é o Mais Um Pedaço de Carne do Jean Thallis. O tema central é a prostituição, porém, de certa forma, mais desenvolvida. O homem pode comprar uma mulher e "usufruí-la" por dias, meses ou anos, comprometendo-se em promover coisas básicas para ela, como alimentação, higiene... A maior preocupação do personagem é: se ele está tendo relações sexuais com uma mulher real ou um robô humanoide. O assunto é delicado, porém o autor não teve cuidado algum em tratar sobre a objetificação da mulher e o machismo. Além de colocar detalhes eróticos desnecessários, criou um protagonista extremamente estúpido e nojento. Não. Não gostei! Resumindo:

E o conto que finaliza a obra é o do Maurício Coelho, Locus Amoenus. Um jovem tenta se desvencilhar da sociedade ditatorial em que vive para ir atrás de sua amada Marília. Ele passa por alguns apuros, mas será que obtém sucesso? Consegue fugir da Metrópole? Encontra o seu amor?

No geral, a coletânea é boa. Contudo, algo me incomodou um pouco: nem todos os contos seguem realmente o tema distopia. Alguns focam mais no apocalipse, outros nos governos autoritários e outros obedecem a definição de distopia corretamente. Eu gosto desse gênero pelas reflexões que podem ser abordadas e a maioria dos contos não apresentaram isso.

A leitura é bem tranquila e rápida, afinal, são apenas 76 páginas. Cada autor(a) deixa a sua marca, uma escrita mais diferente que a outra. Encontrei alguns errinhos, mas não atrapalharam a interpretação. Espero que deem uma chance para este livro!


site: http://blogdreamon.blogspot.com.br/2016/03/resenha-maravilhosas-distopias-mauricio.html
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