carlos 06/05/2017
Tá mais para Orgulho e Preconceito
Como Encontrar Seu Estilo de Escrever até que tem dicas úteis, mas é muito pretensioso. Francisco Castro usa e abusa de nomes cânones da literatura mundial, mais como padrões a serem seguidos do que como exemplos que sustentem seu texto. Sem contar o desmerecimento a best-sellers. Ele não esconde em momento algum o que entende por texto bom e texto ruim, mas, pessoalmente, não acho que essas definições sejam assim tão distintas e extremas.
O autor também reforça bastante a ideia de que o objetivo de todo escritor é se tornar o escritor de um clássico, e eu simplesmente não concordo com isso. É claro que é algo a se almejar, ser lido e relido por décadas e décadas, mas não um desejo do qual se deve partir. A arte da escrita é tão tímida e desbravada que eu não consigo ver como alguém pode ter sucesso nela se não começar, acima de tudo, com o amor e o desespero de colocar a história no papel. De que importa a futura recepção da história tão cedo em sua concepção, se no momento da escrita só existe o escritor, sua mente e uma folha de papel ou um documento em branco no Word?
O livro não acrescenta nada que leve o leitor a se encontrar estilisticamente como escritor, o que me fez pensar que o título deveria ser, na verdade, `Como encontrar o meu estilo de escrita – As chaves para alcançar a expressão que Francisco Castro acha adequada`.