Cassia 21/04/2016
Na dúvida, leia as obras de referência
Confesso que li este livro levada sem nenhuma referência, levada pelo título. Imaginava que fosse algo no estilo "relacionando o mito dos zumbis com passagens da bíblia" ou "mostrando que a existência dos zumbis já estava predita no apocalipse bíblico'.
Mas, na verdade, o que o autor faz é intercalar capítulos onde discorre sobre o fenômeno dos zumbis (como surgiram, como se multiplicam, seus hábitos, como combatê-los) e sobre a bíblia. E é aí que o bicho pega. Pois nos capítulos onde trata sobre a bíblia, apesar de algumas vezes ameaçar a introdução de uma "temática zumbi", o que se segue, na verdade, é um certo proselitismo cristão - light, é verdade -,mas ele está lá.
O livro é dotado de uma narrativa bacana e, por vezes, muito divertida, mas inconsistente. Explico. De repente, o autor está tratando de zumbis, quando parte para a parte religiosa, e, por vezes força a barra em assuntos teológicos mais complicados e se torna confuso. E, nesses momentos, retoma o tema zumbi, como se nada tivesse ocorrido. Muito louco.
Nada contra a religião dos outros. Só não achei muito legal porque, na verdade, fiquei com a impressão de que ele fez um "catadão" em um monte de obras de referência que ele cita bastante (como o Protocolo Bluehand, O Guia de Sobrevivência a Zumbis, Guerra Mundial Z) e usou de pano de fundo para pregação. Uma pena, porque ele é realmente um escritor habilidoso, dono de um estilo claro, fluido e muito gostoso de ler.
Sinceramente? Se você não liga para misturebas excêntricas, vale a curiosidade. Agora, se o seu negócio é somente zumbis, na dúvida, leia as obras de referência citadas, que é bem melhor.