Raquel Rodrigues 04/12/2015Me surpreendeu. :)Li esse livro através do booktour do blog Drafts da Nica, pelo blog do qual faço parte (Inspiration Box), e fico muito feliz de ter aceitado participar.
Vitor Hugo é o personagem principal da história, e tudo na vida dele toma um rumo inusitado quando ele ganha de seus pais um presente que ele não queria de jeito nenhum: um telephone antigo, da época do pê agá, preto e pesado, com a marca escrita em letra cursiva e aparentemente em ótimo estado. O telephone é instalado em seu quarto e funciona. O toque é estridente e assusta de primeira, mas ele o deixa ali para agradar os pais – e a namorada, Amanayara, que acha o aparelho vintage uma graça.
Vítor Hugo não espera muita coisa, mas logo recebe um telefonema, e fica surpreso quando a pessoa que ligou ri dele e dos oito dígitos que ele possui em seu número de telefone. A pessoa que ligou jura de pés juntos que seu número possui apenas quatro dígitos, e que o ano é 1961. Vítor Hugo tem certeza de que se trata de um trote.
Mais tarde, porém, ele percebe que não é bem assim, e que de alguma forma, através do telephone preto, ele consegue se comunicar com essa pessoa do passado, o que levanta questões em sua cabeça. A única pessoa para quem ele revela o fato é sua Fofucha (a namorada, Amanayara) que felizmente acredita nele e tenta entender a situação.
O livro se passa em vários períodos de tempo diferentes. No início, foi um pouco confuso, e eu não sabia muito bem o que estava acontecendo exatamente. Mas logo a narrativa se torna clara e a confusão passa. É, na verdade, uma forma bem inteligente de abordar a história do livro.
A escrita do Luís é clara e concisa, sem tempo pra perder. Isso é ótimo, porque acaba prendendo o leitor e, como a história é curta, você fica com o livro até o final. O estilo da narrativa se alterna entre diálogos e uma narrativa em terceira pessoa, o que ficou bem interessante em suas respectivas linhas do tempo. Acho que não dá pra explicar totalmente como o texto funciona bem, a menos que a pessoa tenha lido o livro.
Além da escrita objetiva, gostei que a própria história não se prende muito a detalhes desimportantes. Ela passa rápido – o livro é curtinho, apenas 96 páginas – e mais cedo do que tarde, você se vê diante do clímax da história e louca para saber o que vem depois.
Honestamente, eu subestimei o livro. Não imaginava que seria tão bom. Achei que seria uma leitura chata e que eu faria por obrigação, mas realmente me prendi à história – que não gira apenas em torno do telephone e da conversa de Vítor Hugo com Iolanda, a mulher de 1961 – e aos personagens, e me vi gratamente surpresa pela leitura.
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http://inspirationbox.com.br/resenha-o-telephone-luis-dill/