Igor13 09/12/2015
Outros autores de peso poderiam seguir o exemplo do Giambiagi
Achei difícil avaliar este livro porque este envolve não só questões técnicas, mas de preferências individuais em relação à organização de uma sociedade.
Em resumo, o autor defende uma maior racionalização na discussão do modelo capitalista no Brasil e tenho que concordar inteiramente com ele. Aqui no Brasil, aliás, está difícil achar racionalidade em qualquer tema.
Achei interessante o destaque dado ao autor italiano, Luigi Zingales, no artigo “Capitalism after the crisis”, da National Affairs (disponível em .pdf na net), e as impressões deste autor comparando o capitalismo norte-americano com o praticado na Itália, em que neste último é mais na linha de um crony capitalism - que aliás, se parece demais com o nosso em vários sentidos.
Por que não dei nota 5? Apesar de concordar com o autor, penso que suas soluções não levam inteiramente em consideração como nossa sociedade foi organizada historicamente. A discussão deveria não ser só na base da competitividade, eficiência, das medidas pró-mercado e da cultura do rags-to-riches-via-hard-work (que são superimportantes e imprescindíveis), mas deveria incluir questões relacionadas a temas raciais, morais e religiosos também. E isso obviamente não é fácil e abre espaço para ressentimento por parte de alguns e hipocrisia por parte da maioria.
Para aqueles que conhecem melhor as origens do capitalismo e seus autores clássicos, o modelo foi sim influenciado determinantemente por valores morais/religiosos em seus pilares – não só pela lógica de maximização do bem-estar e renda - [recomendo o livro “The Making of Modern Economics: the lives and ideas of great thinkers”, de Mark Skousen, sem tradução para português]. Valores estes bem diferentes em sua maioria da nossa tradição eminentemente latina.
Enfim, um livro com excelentes considerações e reflexões.