Jac 17/08/2022
É bem engraçado como ganhei esse livro já tem uns anos e calhei de decidir lê-lo justamente quando inesperadamente me mudei da capital paulista pra região do Pampa, que naturalmente a autora gaúcha menciona.
Teve um texto no final do livro que me chamou a atenção, porém fiquei com preguiça de anotar (considerando que li antes de dormir) e resolvi confiar na minha memória, que falhou. Então vou deixar aqui um pedaço de outro que também gostei e que aliás dá o título ao livro:
"Como é que tem que ser? Se te perguntam, responda. Se te emprestam, devolva. Sem dinheiro, não compre. Se te dão, agradeça. Se te confiaram, cuide. Se te agridem, afaste-se. Se te pagaram, entregue. Se cansou, pare. Se te confidenciaram, silencie. Se te roubaram, acuse. Se colocou no mundo, crie. Se contratou, pague. Se gostou, fique. Se não gostou, recuse. Se errou, desculpe-se. Se acertou, repita. Se tem que fazer, faça. Se prometeu, cumpra. Se vai atrasar, avise. Se te necessitam, ajude. Se você precisa, peça.
É feito um relógio. Tique-taque, no ritmo da eficiência. Porém, as pessoas fogem desse esquema porque acreditam que ficarão engessadas, que serão chamadas de caretas ou que terão uma existência simplista. Que bobagem. Elas apenas adiantarão seu lado a fim de ganhar tempo para se dedicarem à deliciosa anarquia da vida, aquela que, aí sim, nunca teve tique-taque. Se gamar, invista. Se sofrer, azar. Se der frio na barriga, celebre. Se vacilar, tente de novo. Se parecer longe, vá igual. Se nunca fez, arrisque. Se der medo, vença-o. Se não souber, invente. Se falhar, ria. Se cansou, viaje. Se calor, praia. Se calhar, Londres."