Fran 19/02/2024
Resenha de "Te vendo um covil"
Sobre o livro "Te vendo um cachorro" de Juan Pablo Villalobos. Publicado originalmente em 2014 na Espanha, foi lançado no Brasil em 2015 pela editora @companhiadasletras , contém 242 páginas.
Trata-se da história de um senhor chamado Teo que habita em um prédio composto de pessoas idosas, e que, constantemente, causa confusão sobre os assuntos do prédio e também acerca da existência de uma tertúlia literária realizada pelos moradores e a síndica, na qual possui uma atração.
Sobre o que eu achei: sem dúvidas, é o livro mais engraçado que eu já li. O protagonista Teo é o ser mais inteligente, honesto, com humor ácido e cheio de camadas, ele tem um estilo de vida e de ver as coisas muito singular, é impossível você encontrar alguma fala dele que não tenha uma sagacidade. o livro também traz a história de sua juventude que é tão interessante quanto da sua velhice. Outros personagens do livro também são interessantes, como a síndica Francesca, o policial cabeça de mamão e Mao, o traficante de livros, mas nenhum supera o ingênuo mórmon Willem que tem a personalidade oposta a do protagonista. O livro aborda várias tramas como o sequestro de um livro, a infestação de baratas do prédio, uma investigação em torno de um restaurante chinês, Além disso, a história tem um excelente final, diferente, com uma surpresa, sem falar da dedicatória que é cômica. No entanto, há uma página que me deixou bastante emotiva. Eu fico impressionada com o talento do autor em escrever um livro com tantas páginas cheias de humor, pois até quando as piadas repetem, é impossível o leitor não rir. Sobre a explicação do título, vocês terão que ler, pois embora seja um tema sensível, não tem como não rir. Nunca desejei uma adaptação cinematográfica para uma obra quanto desejei para este livro. Assim, a obra é muito interessante, e merece ser lida por abordar temas relevantes como o descaso com os idosos, a falência de instituições religiosas e acadêmicas, o preconceito cultural, a banalização artística e o esnobismo literário de forma tão leve e graciosa.