de Paula 07/01/2022
Tiny Dancer: Me abrace mais forte
Em 2020 eu realizei a releitura de Will & Will, um dos meus livros favoritos do John Green e que me faz querer conhecer a obra de David, afinal, o Grayson dele é demais! Dito isso, quando me deparei na livraria com este livro, que eu não sabia da existência, eu pirei! Primeiro que, quando um livro tem uma obra nele, como O Iluminado e até mesmo O Estrangeiro, eu fico louca para ver se existe a obra citada, publicada como spin-off. Infelizmente, até onde eu sei o do King não tem, porque Doutor Sono é outra história e Camus até tem, mas é um livro difícil de achar. Me lembro de como fiquei curiosa para ver a peça de Tiny (que no livro original se chamava Tiny Dancer, como a música do Elton John, e provavelmente por direitos autorais chegou ao Brasil com o nome de Me abrace mais forte), e surtei com a possibilidade de ler. Comprei o meu exemplar sem pensar duas vezes. Foi gostoso relembrar Will & Will, inclusive fiz a leitura da peça com o exemplar por perto para retomar trechos importantes. Senti uma nostalgia muito boa e é o que eu costumo buscar na literatura também.
Quero compartilhar um trecho da minha resenha de Will & Will, onde falei sobre Tiny: "O personagem principal é o Tiny, e isso acontece porque ele é absolutamente fabuloso, abnegado, um amigo incrível, um namorado dedicado, uma pessoa inspiradora. Ele é muito humano, e por consequência, cheio de falhas. A grande beleza de sua história é que mesmo sendo coadjuvante das vidas dos Wills, ele consegue, por ser ele mesmo, todos os holofotes. Fora que fazer tudo dentro de um musical é coisa de gênio!" e continuo acreditando e concordando com cada palavra.
Sobre a peça, acho que o David conseguiu, apesar de alguns pontos negativos, representar melhor Tiny e não transformá-lo num personagem cômico e caricato, super estereotipado, como lembro de Will & Will. Claro que existem pontos de melhoria, como algumas tratativas sobre a orientação sexual do personagem e sua condição física. Apesar disso, sinto que Tiny lida muito bem com seu corpo e sua sexualidade, mesmo com a descriminação por parte da sociedade e até de ex-parceiros, é um personagem muito maduro para lidar com as merdas da adolescência de um menino gordo e gay.
Adorei demais a peça e sinto vontade de um dia trazê-la a luz se tiver oportunidade de voltar a trabalhar com teatro de alguma forma. A grande lição sobre o amor, aceitação, amizade, superação e nunca perder a esperança de ter o que sempre desejou é algo que vou levar para vida, mesmo quando a escrita não fizer mais tanto sentido para mim. A sensação que tive lendo foi muito semelhante a ler As vantagens de ser invisível, outro livro que guardo em meu coração. O grande momento é a queda, porque dela tiramos força para levantar e seguir em frente. Uma leitura muito válida.
Apesar de não ser Will Grayson, eu te aprecio Tiny Cooper, que é pequeno só no nome, mas gigante em todo o resto!