Cafés Amargos

Cafés Amargos Sabryna Mendes




Resenhas - Cafés Amargos


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kleris aqui, @amocadotexto no ig 28/01/2016

Cafés se revelou ser um daqueles pequenos romances que podem passar despercebidos, mas quem para uns minutinhos para lê-lo, sabe que não vai largá-lo.
(Esta resenha teve corte de quotes; visite o link para conferir)

Tomás é um escritor que está numa fase difícil, sem perspectivas, sem família e sem inspirações. E ele aceita essa realidade, vivendo um dia de cada vez, perdido em suas lembranças. Isso porque fora um escritor de sucesso que não soube bem lidar com o prestígio e quando veio o primeiro baque na carreira, logo atrás veio mais uma e outra, até que não deu mais pra segurar a barra, Tomás se deixou envolver pelo fracasso.

Sem mais nem menos, em um dia qualquer, sua vizinha pede para passar na sua frente na fila do caixa de um supermercado. Um feeling diferente, mas conhecido, bate em Tomás, que fica incerto sobre essa garota, Marina, que justamente lembra-o sobre outra Marina do seu passado, quem o inspirou para o primeiro livro. Mas... seria realmente outra Marina? Era possível ser a mesma Marina?

Poucas pessoas sabem que tenho certa queda (tombo!) por metaficção e justo por ser um tema às vezes complicado de transpassar, nem sempre as experiências são tão win quanto imagino que possam ser. Com Cafés Amargos, não sei bem que feeling de encontro foi esse, mas já fui com esse pezinho de metaficção e sem preocupações. Sem falar que logo nos primeiros capítulos, a autora me ganhou.

Sabryna envolve o leitor de maneira bem rápida e sem que percebamos. Foi engraçado que houve momentos em que a história, que fala de um escritor de seu sucesso a seu fracasso, parecia dizer a mesma coisa que eu estava sentindo com o próprio – pelo menos na parte de sucesso – o que deixava a trama ainda mais gostosa de ler. Essa pegada em muito me lembrou de O Sorriso das Mulheres, um livro muito queridinho por mim e recheado dessas pegadinhas com o leitor.

Para um encanto maior, a autora se utilizou de idas e vindas do tempo para nos ambientar do enredo e isso foi uma jogada esperta, pois me deixou bem ansiosa e grudada no livro. Realmente, quando se começa a ler, você não para. E como é curtinho, vai tudo numa sentada só.

Mais que falar de livros, leitores e sonhos, o romance coloca o amor, família e superação. Sabryna escreve, leva e traz a história, os ganchos, as reviravoltas, tudo de maneira bem despretensiosa, e isso também muito me impressionou, como concentrou muito em tão pouco. Gostei como pegou coisas usuais e corriqueiras e saiu do lugar comum, sem precisar ir muito longe para construir um bom livro.

Cafés se revelou ser um daqueles pequenos romances que podem passar despercebidos, mas quem para uns minutinhos para lê-lo, sabe que não vai largá-lo. É no singelo doce e amargo dos cafés tomados por Tomás, e pelo preparo que tem por eles e pela vida, que ausências são preenchidas e que vemos aí uma autora ainda acanhada, mas que se arrisca e tem muito para nos apresentar.

O final deu uma corridinha e bateu a sensação de que poderia ter sido mais. Talvez pela estreia? Felizmente, em nada diminui o bom desenvolvimento da trama. A edição é simples, precisa de uma revisãozinha de texto e diagramação. Porém, depois de um tempo, juro, você nem nota mais.

Preciso dizer? Recomeeeeeeeendo!

site: http://www.dear-book.net/2015/12/resenha-cafes-amargos-sabryna-mendes.html
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