Hannah Green 07/04/2024
A história é tão bonita que não sei por onde começar.
Vou começar pela parte mais óbvia, tendo em vista o arco principal da história: a diagramação do livro. Ele é curto, como um L&PM, e isso contribuiu para a vibe de história comfort/cozy. Mas não se engane com o tamanho, ao longo das 175 páginas, ele consegue contar diversas pequenas narrativas, que se entremeiam, formando um vínculo que passa de personagem a outro, até que estejam todos bem amarrados.
Vamos começar por Yvon e seus alexandrismos, confesso que não sou muito da rima, não sei se saberia conviver com ele, o que evidencia a paciência de Guylain. As delacôte sisters são especialmente queridas, diferente de Kowalski, que passei o livro inteiro desejando que ele rolasse das escadas que ele tanto balançava, direto naquela máquina. O velho Giuseppe é um amigo que todo mundo deveria ter pelo menos um no seu círculo, ter procurado Julie tão avidamente foi uma coisa que só alguém "sem canela nas pernas, e sim nas prateleiras", poderia fazer e entender. Vignolles e os seus 1299 pares de pernas conseguiram me fazer quase estragar o livro de tanto que chorei por cima das páginas, um pouco emocionada, aim, sou, mas se você não for, quando ler, vai ficar. Guylain deveria receber a medalha de ouro pela "melhor amizade de todos os tempos". Por fim, Julie e seus tialogismos, especialmente o número 5: "urinar não é brincar", sua forma de enxergar o mundo sem sua forma mais pura, é hilariamente verdadeira, até as partes dos "barulhos de atividade", fazem parte de uma narração encantadoramente normal, e é aí que está a beleza da coisa.
O fim não poderia ser melhor. Não há fim melhor do que o começo de uma nova história, uma história redonda de 14.718 cerâmicas.