Honoráveis Bandidos

Honoráveis Bandidos Palmério Dória




Resenhas - Honoráveis Bandidos


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Ivani 08/12/2023

UM LIVRO NECESSÁRIO
No centro de São Luís, dois do povo conversam: " Qual a pior coisa do Maranhão?" "A família Sarney". " Qual a melhor coisa do Maranhão?" " Ser da família Sarney".
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Rodrigo 20/03/2023

Honoráveis bandidos.
Incentivado, influenciado, apoiado pelo pai Sarney ascendeu na política. De lá pra cá criou o seu império, e ensinou os filhos a fazerem o mesmo. Mas aí com os filhos não foi muito bem. Mas mesmo assim ele manda no Maranhão. Se o Brasil fosse uma monarquia , Sarney , seria o primeiro ministro.
Recomendo essa leitura.
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Déa 28/05/2022

O livro já dizia quem era Michel Temer, antes de ser O vice
Relatos tenebrosos das operações criminosas e ocultas de alguns dos políticos do Brasil. Leia com moderação, pois é sabido que cada um atende aos próprios interesses, imparcialidade é um doente jamais visto. Mas está aqui, a vida de poderoso chefão do famigerado vice e como ele é um personagem digno de um grande filme da marfia. Sim, também verá muito sobre o dinossauro Sarney. Leia com um balde do lado, pois é tanta podridão que dá vontade de vomitar!
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adjalina.menezes 14/09/2021

No começo a gente se empolga. É estarrecedor acompanhar os meandros da corrupção na biografia do político retratado. Extremamente necessárias obras como essa.
Mas o livro vai perdendo fôlego, e a gente percebe que é fraco porque o autor se repete na narrativa e não consegue redigir coerente. Vai apenas enumerando fatos, o que fica evidente na última parte do livro onde há uma cronologia. A "linha do tempo" do personagem principal é contextualizada com datas importantes e fatos aleatórios. Encontrei uns errinhos que a mínima revisão teria notado.
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Deilson.Barros 28/09/2020

"Onde os dinossauros ainda vagam"
O livro, embora escrito até 2009, é atual na medida em que explica por que o Brasil até hoje é um país subdesenvolvido. É por causa de figuras nefastas como a do Sarney no cenário político. Era um típico político gafanhoto, onde chegava era pra espoliar, tirar vultosas vantagens e o povo que se danasse. Amealhou fortuna bilionária sugando o bem público, sobretudo nos setores das comunicações, energia e terra. O estado do Maranhão/MA pena até hoje com seu legado de malversação e de cleptocracia oligárquica. Os maranhenses até chegaran a reagir a essa opressão, mas o esquema do Sarney sempre vencia. Enfim, o livro conta, com ironias e documentos, o rastro predatório dos Sarney e de sua "famiglia" enquanto atores políticos. Serve de alerta aos atuais cidadãos: o Brasil não aguenta mais tipinhos como os do clã Sarney.
Nota 3.7 de 5
Recomendo, mas merecia uma atualização ou continuação.
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Sammi 31/12/2019

E a história se repete
Só o capitulo Cronologia, já vale a leitura. A história parece um conto de ficção, mas "acho" que nenhum autor teria a capacidade de criar algo assim. O que surpreende é muitas partes são histórias que já se repetiram no passado.
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Matheus 30/06/2018

Leitura Obrigatória
Finalizado em 2009, o livro traz o histórico da vida política da família Sarney. Escrito há quase 10 anos atrás, cita a maioria dos principais políticos envolvidos na operação Lava Jato. Leitura obrigatória para todo brasileiro, para que tenhamos sempre em mente o quanto essa gente sugou das riquezas do nosso país de uma forma que dá inveja a qualquer grande bandido mundial.
denis.caldas 03/10/2019minha estante
Eu gostaria que o jornalista e escritor Palmério Dória também escrevesse um livro sobre a era-Lula, quem sabe da era-Dilma... Só para ver a visão dele da época.




Ronaldo 16/11/2017

Resenha – Honoráveis Bandidos
Terminei hoje a audição do livro, “Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na Era Sarney”, lançado em 2009 pelo jornalista Palmério Dória.
A obra funciona como uma biografia não autorizada do ex-presidente, ex-senador e escroque, José Sarney, e também de toda sua família, e de como eles transformaram o Estado do Maranhão em seu feudo, tendo como consequência a transformação do Estado num dos mais miseráveis do país.
Quando o livro foi lançado no Maranhão em 2009, as livrarias se recusaram a fazê-lo, com medo de represálias, o evento aconteceu no sindicato dos bancários que foi atacado por uma horda, armados com pedras e colocando em risco a integridade física do autor e dos demais participantes.
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Artax 12/05/2017

Apesar de parecer tudo muito interessante, achei problemas no livro, exatamente pelo fato de ter sido "jornalístico" demais. O autor é jornalista e escreveu tudo coletando reportagens de diversos veículos de notícias. MAS SÓ. Senti falta de coisas mais concretas: o livro não tem referências. É meio "by Google", sabe? E eu não confio em tudo o que jornalista diz, simples assim. Nem tudo o que se publica é verdadeiro, então sendo esse livro fruto de uma coleção de reportagens....Tem sua parcela de suspeita! Não que eu seja contra as acusações dele, mas não é sensato acreditar em tudo o que se vê por aí, só porque a coisa está do lado do "bem".

Honoráveis Bandidos promete, promete, promete...Mas não entrega tudo o que prometeu. Achei que fosse ser mais bombástico e revelador, mas só fala aquilo que a gente já vê nos jornais.
Gustavo 14/07/2017minha estante
Concordo plenamente...só a falta de referências já me deixou com um pé atrás em tudo o que ele comenta. Além disso, percebi que puxava a sardinha muito pra um lado ideológico, o que faz duvidar de tudo o que ele colocou.




João Moreno 06/02/2017

"Art. 85. São crimes de responsabilidade os crimes que atentem contra a Constituição Federal", disseram.

Segundo o Wikipédia, Ouroboros, do grego antigo, é um “conceito” representado graficamente por uma “serpente ou dragão mordendo a própria cauda”. Paro por aqui: uso a representação simbólica do Ouroboros para rascunhar alguns pequenos trechos da vida de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa.

Ao falar sobre “aquele que devora sua própria cauda” de maneira infinita, até os fim dos tempos, falamos também da figura do político brasileiro – caricato por natureza, ideologicamente voltado para ganhos e lucros pessoais, com espectros políticos inexistentes e conluios como principais regras – aqui falamos também de José Sarney, o Velho Coronel. Segundo o jornalista Palmério Dória, um Honorável Bandido (um dos muitos).

Com a obra, descobrimos uma outra realidade – ou a mesma de sempre, só que dessa vez escrachada. “A decisão do ministro Fernando Gonçalves, do mesmo TSE, entrou para a história. Fernando Gonçalves sustou o processo, por conta própria, por falta de custas para extração de fotocópias”.

E, se no Brasil obra é sinônimo de aditamentos de contratos, superfaturamento, fraude e negociação de licitação, o termo privatização tem sido divergente à processos idôneos e eficazes, com valores de venda versus valores de custo não sustentáveis. Vamos vender patrimônio público abaixo do valor de mercado, financiados com dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)?

E o protagonismo político continua: nomes de vinte ou quinze anos – atores em si mesmos, personas envolvidas em escândalos (no plural, de muitos), continuam e continuarão sendo personagens principais neste cenário rentável que é o ato de fazer política:

“O Parlamento brasileiro é um dos mais caros do mundo. No momento em que Sarney chegava ao cinquentenário de sua carreira politica, a folha do pessoal custava dois bilhões de 200 milhões de reais por ano – 80 % do orçamento da Casa”.

Coloque na conta – grande demais, é verdade – o escândalo envolvendo atos secretos em 2009, a farra das passagens áreas, o recebimento indevido de auxílio moradia mesmo com residência fixa em Brasília (etc etc). E, entrando nos deméritos do “mau uso de concessões de Rádio e TV por grandes conglomerados para arrecadação de votos e o não pagamento de tributos”, façamos das palavras do jornalista as nossas:

“Nem é exagero debitar na conta da dupla de coronéis a programação idiota e fabricante de idiotas que temos neste país, dado nível de “políticos” que ganharam concessões – disposto à imoralidade de trocar rádio e tevê por apoio a mais um ano de Sarney. São todos do mesmo saco, os grandes responsáveis pela “máquina de fazer doido”, o jornalismo emasculado e engomadinho, a picaretagem em nome de Cristo, a cafetinagem do filho de Deus – “esta televisão”, escreveu João Antônio, “que vai transformando ignorantes em idiotas”.”

E, ao falar de Sarney, o “Zé da Urna”, relembremos-nos da figura do Ouroboros: círculo eterno, que se fecha, completa-se. Assim foi e é a vida desse Velho Cacique – que manda e desmanda – e “vem determinando, o que fazer ou não fazer nesta terra de nome Brasil”.

Para finalizar, por que não mais algumas menções ao Maranhão, estado com a 26° colocação no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), de acordo com o Atlas Brasil de 2014? Honoráveis bandidos: um retrato do Brasil na Era Sarney detalha aspectos de uma tal Lei de Terras, também responsável pelo intenso fluxo migratório da população maranhense. Nas palavras do autor, uma espécie de expurgo em prol de latifundiários.

“Ainda durante a campanha eleitoral ao governo estadual do Maranhão em 1965, Sarney mobilizou e arregimentou o eleitorado rural como estratégia de diluição das bases eleitorais do PSD, ou seja, associações de lavradores, trabalhadores agrícolas e sindicatos de produtores autônomos. O mote da mobilização girava em torno de demandas específicas: acesso à terra e reabertura e livre funcionamento das agremiações. Nenhuma delas, todavia, jamais chegou a ser concretizada. Se os canais de participação política foram sendo cada vez mais estrangulados pelos atos discricionários do regime militar, o acesso à terra tornou-se ainda mais inviabilizado pela aprovação da Lei de Terras em 1969. Como Governador do Estado, Sarney foi o responsável pela aprovação da legislação que é considerada como a responsável não só pela expulsão da população camponesa de suas terras, como principalmente pela regulamentação do latifúndio. Este trabalho propõe-se a analisar a chamada “Lei Sarney”, ou seja, a Lei de Terras, nº 2.979, aprovada em 17 de julho de 1969, consensualmente responsabilizada nos estudos históricos pelo latifúndio e fortalecimento das relações capitalistas no campo maranhense. Serão analisados os fundamentos da Lei e apontados seus desdobramentos para a reconfiguração da estrutura agrária do Maranhão nos anos 1970 em diante (…)

Intriga-me saber que ele é também responsável pela desgraça sócio-econômica que atinge o estado (mortalidade infantil, segundo pior IDH, etc, etc) e mesmo assim cada rua e avenida, escolas e praças, cidades e talvez, quando morrer, até igrejas terão o nome e sobrenome SARNEY estampados e eternizados”.

É sabido que não existe justiça na história. Ela, por sua vez, segue registrando o passado, como numa espécie de aviso, de alerta. Voltamos, no fim, ao diabo do Ouroboros! Ainda falando em registros, vale à pena (re)visitar o documentário de Gláuber Rocha, Maranhão 66, um recorte sobre a (primeira) posse de Sarney como governador do estado, seu estado – indicado pela Ditadura Militar, é verdade. Ao ouvir o discurso, não consigo deixar de ser anacrônico: não, não existe justiça na história.

site: literatureseweb.wordpress.com
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Igor13 09/12/2015

Boa introdução para iniciantes no tema
Esse foi meu primeiro livro que li desse gênero. Muitos outros já estão na fila, que é longa, pois o que não faltam são escândalos e esquemas de corrupção – num fluxo constante. Assim, acho que teremos opções infinitas nos próximos anos.
Gostei do livro, mas achei que poderia ter ido mais fundo nos casos descritos. Listo resumidamente minhas percepções:

1) Para um 'iniciante', aprendi muita coisa. Há muitos casos de corrupção e clientelismo ligados a momentos importantes na história política nacional recente. Apesar do enredo girar em torno da família Sarney, muitos outros políticos são citados e esse é um ponto interessante;
2) Por serem muitos casos de corrupção e negociatas descritos no livro, o mesmo acaba por não se aprofundar. O que gera uma curiosidade e vontade de continuar lendo para entender melhor como a coisa toda funcionou, e pior, funciona atualmente;
3) Linguagem leve e de fácil compreensão. Por um lado deixa a leitura leve, por outro deixa a desejar nos detalhes mais específicos;

Conclusão: boa leitura para iniciantes. Porém, a leitura isolada do mesmo não agrega muito. Assim, faz-se necessário buscar outras fontes, como livros e arquivos de reportagens de época.
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Matheus.Perie 02/08/2015

Os donos do Brasil
Livro importante para entender quem são os verdadeiros dono do Brasil, os que de fato mandam e desmandam. Um livro que aborda o coronelismo na sua forma mais atual e ainda distante de chegar ao fim.
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Tiago Lott 29/12/2014

A dimensão
Honoráveis Bandidos detalha como opera o clã Sarney, um grupo extremamente audacioso, inescrupuloso e perverso. Por vezes as histórias são nauseantes, mas o bom humor do autor tentar compensar a vergonhosa atuação deste grupo político.
Trata-se de uma oba que nos leva a bastante reflexão quanto a política nacional. Recomendo.
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Lanzellotti 20/03/2014

Leitura Obrigatória
Um livro arrasador, pra não dizer assustador. Retrata pelo avesso a política Brasileira.
Corrupção , formação de quadrilha, nepotismo, pagamento de propina, apropriação de bens públicos e muitas outras falcatruas conhecidas e outras nem tanto pelo pobre e inculto povo Brasileiro.
Leitura obrigatória.
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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Honoráveis bandidos: um retrato do Brasil na era Sarney, de Palmério Dória
"Qual a pior coisa do Maranhão?"
"A família Sarney."
"Qual a melhor coisa do Maranhão?"
"Ser da família Sarney."
*
“Memorável dia 2 de fevereiro (de 2009). Surpreendentes seriam as fotografias nos jornais do dia seguinte. Sarney de óculos escuros como os ditadores latino-americanos do passado, amparado pelo colega de PMDB Michel Temer, eleito presidente da Câmara, igualmente pela terceira vez. Barba e bigode. Este Michel Temer, com seu talhe de mordomo de filme de terror, merece umas pinceladas.
Michel Miguel Elias Temer Lulia, paulista de Tietê, nascido em 1940, é advogado, pai de três filhos. Casou em segundas núpcias em 2003 com uma jovem 42 outonos mais nova, “aspirante a Miss Paulínia”, de 20 anos.
Temer desponta no mundo político no começo da década de 1980. Filiado ao PMDB desde 1981, elegeu-se deputado federal em 1986. Foi secretário de Segurança no governo de Franco Montoro. Professor universitário de direito. Jeito cerimonioso, formal e educado.
Em 1990, Luís Antônio Fleury Filho se elege governador de São Paulo, numa eleição difícil bancada pelo governo Orestes Quércia – “quebrei o Banespa, mas elegi meu sucessor”, a frase de Quércia entrou para os anais da política desta Era Sarney. Pouco depois do massacre do Carandiru, em outubro de 1992, Fleury Filho indica Michel para a Segurança Pública. Ele organizou a Secretaria, criou condições de trabalho, deu recursos técnicos e operacionais.
Os admiradores e eleitores sabem que, paradoxalmente, ao mesmo tempo em que conteve o crime organizado, foi a época de melhor coexistência pacífica entre jogo do bicho e cassinos clandestinos de um lado, e de outro lado o alto comando da polícia. Não se sabe de escândalo em sua gestão, mas não há quem não saiba em São Paulo que o comando da jogatina organizada e o impoluto jurista encarregado de reprimi-la se davam às mil maravilhas.
Michel talvez seja um dos políticos mais dissimulados do país. Não tem a arrogância de ACM, o sentimento oligárquico e o provincianismo de Sarney, o pavio curto de Ciro Gomes, os ademanes gatunos de Renan Calheiros. Usa abotoaduras de Saville Road, o templo londrino dos elegantes, ou as compra em Roma, quando vai dar aulas de direito como professor convidado. As meias são as mesmas de outro elegante, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, de seda pura. A coleção de gravatas concorre com as 4 mil deixadas na mansão do Cosme Velho por Roberto Marinho, o general civil da ditadura militar. O cabelo, tingido, não chega a ser ridículo como o negro asa-de-graúna do presidente do Senado, que aparece ao seu lado nos jornais do dia seguinte ao indigitado 2 de fevereiro de 2009. A voz é do tipo frequência modulada, imperturbável e serena. Não há testemunho de uma grosseria, um ato tosco, um palavrão, um agravo que tenha partido de sua figura bem posta.
No romance do cubano Alejo Carpentier, O Recurso do Método, o refinado e culto governante de uma nação caribenha é, ao mesmo tempo sanguinário ditador. O jurista Michel Temer, poderoso presidente da Câmara dos Deputados na década de 1990, foi ao mesmo tempo dono de um pedaço suculento da administração pública. Foi o padrinho, o chefe, o protetor de quem operou o maior esquema de corrupção da história das docas de Santos, maior porto comercial da América Latina.
Por lá passam 25% do que o Brasil importa ou exporta, e lá reinava um homem seu, um apadrinhado seu. Atende pelo nome de Wagner Rossi. Político de Ribeirão Preto, intimamente ligado ao quercismo, mas também a qualquer governo que possa lhe dar algo em troca. Na superintendência do porto de Santos, onde 8 mil estivadores pegam no pesado e 40 navios estão em operação num dia comum, Wagner Rossi criou um estilo debochado e extrovertido para não fazer nada pelo resto da vida, ele e os descendentes. Recebia empresários e fornecedores com um procedimento que marcou sua administração e traumatizou a maior parte de suas vítimas. Precavido, tinha no gabinete um aparelho de som potente, sintonizado nas mais inesperadas emissoras de Santos. E ao som de baladas brejeiras ou rock pauleira, tocados em altos decibéis, atendia os interessados. Assim evitava gravações. Falava quase no ouvido das pessoas, sussurrando uma cantilena de administrador ímprobo. Como se fosse o mímico Ricardo “Marcel Marceau” Bandeira das docas santistas, na calada do gabinete fechava os acordos mais espúrios com uma gesticulação que enojava ou divertia os empresários importadores ou exportadores. Sorridente, arregalava os olhos, levantava as mãos e esfregava freneticamente indicadores e polegares, sinal de dinheiro desde que o dinheiro existe. Se todo o empresariado brasileiro sabe disso, se toda a classe política sabe, se toda a imprensa nacional sempre soube, e agora você também já ficou sabendo, como Michel Temer não haveria de saber?
Este era o novo presidente da Câmara, que aparecia nas fotos praticamente amparando o novo presidente do Senado, Casas que entrariam numa fase de escândalos dia sim dia não, um deles carimbado pela mídia como “farra das passagens”.
Pois não é que Michel Temer logo usaria o agora famoso ato secreto para absolver um colega que “farreou”? O presidente da Câmara perdoaria o deputado potiguar Fábio Faria (PNM-RN), e por extensão a outros parlamentares que usam nosso dinheiro para a tal “farra das passagens". Em dezembro de 2007, Fábio Faria levou, para animar seu camarote de “carnaval fora de época” em Natal, artistas e a apresentadora de televisão Adriane Galisteu, a quem atribuiu o status de “namorada”.
Michel arquivaria o caso em 3 de junho de 2009. Respaldou a decisão em pareceres técnicos, pelos quais o erário pagou R$ 150 mil. A “análise ética”, que custou R$ 70 mil, foi do professor da Universidade de São Paulo Clóvis de Barros Filho, que ao jornal O Estado de S. Paulo declarou, em 24 de junho:
“Meu parecer é um pouco broxante, enigmático, porque não oferece uma condenação apressada nem uma absolvição ingênua. Não tenho elementos para condenar ou absolver.”
Trata-se, como se vê, de uma versão caríssima do que teria dito, de graça, o político mineiro Benedito Valadares (1892-1973), aquele que ficava “rouco de tanto ouvir”. Valadares simplificaria a questão, dizendo o seguinte:
“Deputado levar com dinheiro público acompanhante de luxo para evento carnavalesco, não sou contra nem a favor, muito pelo contrário.”
Já o parecer “jurídico” foi de Manoel Gonçalves Ferreira Filho. Ao Estadão, este homem da lei disse sobre a ajuda de custo para comprar passagens de avião:
“Consiste na alocação de uma verba ao parlamentar para que este se transfira, com sua família, com suas amizades mais íntimas, seus empregados, animais de estimação etc., bem como os pertences de sua conveniência para a referida sede.”
Portanto, opina o jurista, ninguém tem nada com isso, se o parlamentar leva até a cadela para passear de avião. É, segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, questão “de foro íntimo”. Seu parecer nos custou mais caro: R$ 80 mil. Parece que, com tão doutos pareceres encomendados pelo presidente da Câmara, a farra das passagens esta doravante autorizada.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2012/06/honoraveis-bandidos-um-retrato-do.html
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