Vitor 27/09/2010
A saga dos vampiros nacionais continua!
Após a leitura de “Os Sete”, corri para ler logo a seqüência, “Sétimo”, ambos do escritor nacional André Vianco, o mais famoso no ramo da ficção fantástica no país. Geralmente não gosto muito de ler toda a série de um livro de uma vez só, mas abri uma exceção e li logo a seqüência do primeiro livro de Vianco.
“Sétimo” é a continuação imediata do primeiro, pois a narrativa se inicia até no mesmo dia de onde havíamos parado. O poderoso e vil vampiro Sétimo está novamente liberto, determinado a fazer do Brasil sua nova casa e subjugar a raça humana com seu exército vindouro. Para isso, nomeia Tiago (protagonista da série) o seu general e guia. Para azar do vilão, diversos inimigos surgirão para confrontá-lo, começando pelo vampiro Lobo (um dos irmãos da caixa de prata).
O estilo narrativo empregado por Vianco na obra difere-se em pontos importantes em comparação com “Os Sete”. Os capítulos são mais abundantes e mais curtos, há mais personagens, mais pontos de vista e, infelizmente, a novidade dos vampiros no Brasil já terminou. Vianco não pode mais contar com esse elemento para entreter o leitor. Precisa inovar, o que, de certo modo, ele faz. Enquanto que no primeiro livro o número de vampiros era bem escasso, aqui temos mais de uma centena das criaturas, com vários poderes diferentes, com diversas características.
Foi bacana ver a evolução dos personagens principais, como Tiago e Eliana, que ao decorrer da história largam de vez a inocência e tornam-se dispostos a tudo para sobreviverem. E ainda sobre os personagens, gostaria de destacar Dimitri, o Matador mercenário, e Tobia, o descendente caçador de vampiros. Esses foram as melhores adições para mim. Nem todos eles têm papéis realmente decisivos, mas se relevarmos o grande número destes, até que o escritor fez um bom trabalho.
A narrativa torna-se morna mais ou menos pela metade, o que prejudica um tanto a leitura. Mais adiante, o fôlego retorna, mantendo-se constante até o fim. O resultado do confronto final do livro pode ser considerado até como previsível, mas a maneira como a luta foi descrita por Vianco é competente. Infelizmente, alguns problemas do primeiro livro persistiram, como a repetição exagerada das características dos personagens. As vampiras, por exemplo, são dezenas de vezes rotuladas como sensuais e provocantes. Quem ler e se atentar vai concordar com o que digo.
Num balanço geral, Vianco conseguiu se intento: divertir os leitores de diversas idades, com aventura, ação, lutas, explosões, sangue e poderes sobre-humanos. Como anteriormente dito, há erros claros, mas pode-se também afirmar que houve uma melhora notável deste para o primeiro livro da série, tanto no estilo, na profundidade dos personagens quanto nas cenas de ação. Recomendado para qualquer um que aprecie o estilo.
Para quem acha que histórias fantásticas só podem ser bem feitas por estrangeiros, já passou da hora de dar uma chance para nossos próprios autores.