Desenhando em Letras 28/01/2016
Resenha: Quando a Neve Cai
Vivo dizendo que um dos meus gêneros literários favoritos é fantasia, mas quase ninguém sabe o porquê. Agora, contudo, eu esclareço: a fantasia já foi - e continua - sendo muito usada e, portanto, nada parece que nos surpreenderá, afinal já visitamos diversos mundos mágicos, atravessamos portais secretos, vimos profecias atrás de profecias e, sim, tudo é tão repetido, com uma mínima alteração aqui e acolá. O que muitas pessoas parecem não perceber é que são essas diferenças - mínimas ou gritantes - que tornam cada obra especial; essas singularidades que nos tiram o fôlego, por assim dizer.
Quando a Neve Cai, o primeiro livro da duologia O Chamado do Dragão, do Ítalo Oliveira, também apresenta essas distinções que tanto admiro e, óbvio, mantém os clichês fantásticos que - pasmem - continuam a me surpreender.
Diante do falecimento misterioso do pai, onde apenas o carro foi encontrado, Cristal, a mãe e dois irmãos são forçados a morar na casa da avó devido a diversas dívidas. Como se não bastasse, a matriarca ainda sofre com a perda do marido e apresenta sintomas de depressão. Por fim, no decorrer dos dias, acaba sendo internada e deixando os três filhos aos cuidados da Jana, a avó. É aí que acontecimentos estranhos começam a ocorrer em Denver, nos EUA, como uma nevasca em pleno verão.
Deparada com a visão de um novo mundo, um mundo mágico repleto de seres estranhos, raças impetuosas e reis e príncipes cruéis, Cristal acaba por descobrir que é salvação de um povo oprimido, que precisa lutar ao lado de pessoas que jamais vira, mas sem ter ideia do porquê ou como deveria batalhar. Nessa jornada em busca por respostas, se depara com Hunter, um adolescente que pode ser a sua maldição, e com Nikolai, um príncipe que pode ser a sua salvação. Ao menos é essa a ideia que a garota, de apenas dezessete anos, tem. Estaria correta ao julgar as pessoas tão previamente?
Embasado por mistérios e adrenalina, Quando a Neve Cai nos ensina que a magia vive dentro de todas as criaturas, mesmo que algumas não tenham conhecimento sobre o fato; aqui não falo somente da magia mundana - raios de luz, venenos malditos e tantos outros -, mas sim sobre a magia pura em essência: o amor fraterno, o amor entre homem e mulher, entre mãe e filhos, ou até mesmo o amor que nos faz olhar para o lado, perceber as dificuldades do outrem e, sobretudo, estender a mão para ajudá-lo.
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