Ana Júlia Coelho 09/05/2022O livro narra a história de três mulheres grávidas que foram mandadas para campos de concentração. Priska, Rachel e Anka se viram arrancadas do convívio de seus familiares, afastadas de seus maridos e grávidas no pior lugar do mundo. Em questão de segundos tiveram que decidir se confirmavam ou negavam a gravidez, e a negação foi o que as salvou.
Todo o horror da separação das famílias ao serem forçadas a irem aos campos foi relatado nas páginas desse livro. Judeus escolhiam se suicidar para não precisar se verem longe de familiares. O medo do desconhecido ao entrarem nos trens tomava conta dos prisioneiros. Os abusos sofridos, a fome e a falta de tratamento para as doenças são citados diversas vezes. O livro traz como era o processo de seleção na chegada aos campos, como os prisioneiros eram direcionados para serem tosados e terem seus bens furtados e como era o processo de condução até as câmaras de gás e o descarte dos corpos. Essa parte é tão chocante que dá nojo de ler, nojo de imaginar essas coisas acontecendo com gente como a gente.
Priska, Rachel e Anka, grávidas e sem o mínimo para sobreviver, mantinham a esperança apenas para verem seus bebês nascerem. Perderam tanto peso e ficaram tão debilitadas que diversas vezes não tinham nem força para comer o mínimo ao que tinham acesso. Em meio a tanta desgraça e destruição, encontraram em outras prisioneiras e até em alguns guardas (pasmem) ajuda para continuarem seguindo em frente.
Priska teve sua filha na cidade para onde foi transferida e na qual trabalhava na fábrica. Rachel teve seu filho no trem, na evacuação dos campos após o ataque dos Aliados. Anka teve sua filha na chegada a outro campo de concentração, Mauthausen, logo antes de ele ser libertado.
Foi a segunda vez que li esse livro, e dessa vez ele me arrancou lágrimas. É até difícil dizer o que achei. Não gostei de história, é difícil gostar de um relato desses, mas é um livro necessário.
“Quanto mais pessoas souberem do que aconteceu, menor a probabilidade de que aconteça de novo, assim espero”. – Anka
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