Resenhas - Vampiros & Zumbis

z..... 08/09/2015

As obras desse segmento costumam explorar os temas sombrios em curiosidades implícitas no folclore e modismos atuais. Banalidades interessantes para quem curte vampiros e zumbis.
Gostei da edição pela ênfase às raízes históricas desses mitos, inseridos na cultura de vários países a séculos. Interessante como tem aspectos parecidos. A leitura mostra que as origens estão relacionadas a projeção de temores presentes em nosso meio, como doenças e morte, além de ignorância quanto a fenômenos biológicos e naturais. Associações que foram moldando as lendas e influenciando a sociedade. Hoje a questão está em torno do modismo, numa cultura fortemente arraigada no público jovem. Mortos vivos é a onda para muitos...

Na parte sobre vampiros está legal a investigação do mito e a resenha da obra mais representativa. Penso que há uma derrapagem com a ausência de "Carmilla", de Sheridan Le Fanu. Não é citada na resenha, nem sugerida nas bibliografias, sendo mencionada rapidamente na edição. A obra foi escrita vinte e cinco anos antes de "Drácula" e teve grande influência no erotismo e sedução que encontramos no romance e nas percepções da atualidade.
O mito, em um primeiro momento, tinha aparência monstruosa e depois tomou ares de sedução, numa desfaçatez velada e oportunista.

Na parte sobre os zumbis chamam a atenção os relatos da cultura haitiana, relacionados a feitiçaria. Há um processo de zumbificação por drogas e mecanismos de sugestão, capazes de destruir o indivíduo mentalmente, transformando-o em uma máquina, um zumbi. Acredite, existiram (será passado?) até fazendas com trabalho escravo dessas pessoas e hoje esse processo é considerado assassinato nas leis locais.
Derrapagem também da edição não dar atenção a série "The Walking Dead" (fenômeno mundial de consumo do tema) e, ao tratar da produção cinematográfica nacional, não ter citado o curta "Zombeach". Razões compreensíveis por ser a obra um relançamento, mas que poderia ter suas atualizações.
Esse assunto de zumbis me fez lembrar da passagem bíblica de Ezequiel 37:1-14, sobre a visão do vale de ossos secos. É impressionante e em seu contexto mostra o homem sem vida, na ausência de Deus. A vivificação dos ossos secos simboliza a restauração espiritual no Criador.

Assim foi minha leitura.