Resenhas - Em Defesa do Preconceito

Camilla 16/08/2020

Para sair da caixinha
Esse é meu segundo contato com o autor (o primeiro sendo alguns capítulos que eu li de A Vida na Sarjeta) e eu gosto muito das análises que ele faz. Dalrymple é um psiquiatra britânico que recebe muitos pacientes que sofreram ou cometeram violência, e ele traz muitos insights sociológicos e filosóficos a partir disso.
Em Defesa do Preconceito é uma obra em que ele tenta demonstrar para o leitor que preconceitos são parte da natureza humana, e somente a partir dele os indivíduos possuem virtude social. A aversão ao preconceito muitas vezes é mais danosa que o preconceito em si, e ele dá diversos exemplos históricos para fundamentar sua teoria. Acho uma leitura bastante interessante para quem quer pensar um pouco sobre sociedade e comportamento humano.
Alguns dos meus trechos favoritos foram:
"Um objetivo inalcançável não pode ser visto como desejável."
"Geralmente, fatos inconvenientes nos levam a heroicos contorcionismos retóricos a fim de preservar a nossa visão, em vez de promover uma honesta reavaliação."
"O amor pela verdade, embora exista, é geralmente mais fraco que o amor pelo poder."
"Isso, é claro, torna as leis e, portanto, aqueles que as produzem, os árbitros morais da sociedade. São eles que por definição decidem o que é e o que não é permissível."

Alan kleber 16/12/2020

O livro aborda a ideia de que não devemos abandonar os preconceitos pelo simples fato de serem preconceitos, mas sim de mantermos aqueles que fazem sentido e abandonar os que não tem. E só o julgamento lógico pode mostrar quais são os preconceitos que devem ser mantidos e os que não.
Uma mulher não deve ter preconceito com a cultura que a trata como um ser inferior?
Ou um homem não deve ter preconceito com as músicas que descrevem a mulher como uma coisa que o homem usa pra o sexo?

Julio.Henrique 19/02/2022

O preconceito na perspectiva de um conservador
O conservador Dalrymple trata sobre o preconceito contra o preconceito, trazendo a lume que há preconceitos ruins e bons. Ele revela o risco de eliminar ideias preconcebidas boas, necessárias e indispensáveis, a partir da premissa de que um preconceito é substituído por outro que nem sempre é mais virtuoso do que o anterior. Há um importante aspecto civilizador presente em alguns preconceitos, expressos em tradições e convenções sociais, reconhecidamente benéfico para a humanidade e que deve ser preservado. Leitura esclarecedora.

RALPH 16/05/2020

A tentativa de quebrar o preconceito em ter preconceito
O livro possui uma premissa interessante, exaltar que os costumes adquiridos corroborem as escolhas futuras. O autor desenvolve seu racionio comparando como as mudanças de paradigmas culturaes podem se tornar em uma catastrofe. O livro é razoável achei raso, deveria ser aprofudado.

Dom 06/05/2016

Logica boa, livro ruim
O livro tem uma ideia muito boa ao propor quebrar o preconceito de ter preconceitos, já que para não termos nenhum preconceito teríamos que ter todos os conhecimentos prévios já moldados.
Porém o autor utiliza de citações e exemplos rasos e desconexos, e até refutado por outros cientistas (como o exemplo dos povos I.K). Muitas vezes sua opinião pessoal tenta se valer de argumentos que não são encontrados ou explicados de forma clara.
Acredito que para absorver o lado bom que o livro te passa não seja necessário ler, basta folhear ou ver os resumos, já que o livro é muito raso.

Lerei mais coisas do autor para tentar mudar o opinião sobre ele.

Pedróviz 18/09/2020

Brilhantes páginas
Nesta obra, através de ensaios breves e acessíveis, Theodore Dalrymple desfaz muitas confusões e traz muita luz a respeito do tema preconceito. Páginas muito proveitosas, que criticam o legado de correntes filosóficas que pregam a total autonomia do indivíduo, à revelia de regras pre estabelecidas. Páginas que deixam clara a diferença entre bom e mau preconceito e que o primeiro é necessário.
Brilhantes páginas.
Cinco estrelas.

Blendinha 22/05/2021

Esse livro é um início de unha jornada pessoal em me tornar uma pessoa política.
Ele me foi muito útil ao me fazer rever alguns posicionamentos que tinha antes e algumas filosofias hipócritas que levava comigo.
A leitura não é simples, mas depois dos primeiros ensaios ela flui. Acaba sendo uma leitura rápida e o autor tenta simplicar o máximo possível com utilização de exemplos cotidianos.
Sobre o título, não se preocupe, o autor vai desconstruir a definição da palavra preconceito que se alinha com todo o propósito do livro.
É um leitura que recomendo para todos, à partir de uns 15 anos já dá para ter um intendimento sobre essa leitura, se vc é mais novo tente os primeiros capítulo e veja seu entendimento para julgar se vai conseguir aproveitar a leitura.

Gabriel 06/01/2017

Primeiras impressões
Após assistir à entrevista que o Roda Viva realizou com o médico psiquiatra Anthony Daniels, mais conhecido pelo pseudônimo de Theodore Dalrymple, senti-me na obrigação de ler algo desta figura que se mostrou tão instigante na condução das respostas às perguntas que lhe fizeram.

Embora o título da obra possa espantar os herdeiros do ?utilitarismo puritano? ? para usar a terminologia adotada pelo Dalrymple ? de John Stuart Mill, ?Em defesa do preconceito? é mais do que um tratado acerca da narrativa contemporânea, que pode ser resumida como a mentalidade acadêmica do ?preconceito contra o preconceito?.

Para além das análises supérfluas e preguiçosas, Daniels traça um paralelo histórico, linguístico e até mesmo estatístico ? com base em suas experiências na área da saúde ? buscando ressaltar a importância do preconceito e da discriminação na sociedade. O autor, é claro, distingue a conotação moderna do termo ?preconceito? em relação à postura que nossos ancestrais tomavam com base em conceitos previamente apreendidos, que foram de extrema importância para a preservação da espécie humana em períodos inóspitos.

Dalrymple finaliza a obra com algumas assertivas espinhosas para muitos adeptos do liberalismo, demonstrando que um preconceito nunca deixa de existir e que, na verdade, ele só pode ser deixado para trás se for suplantado por outro. Com uma preocupação digna de um conservador nos moldes britânicos, Dalrymple atenta para os perigos do culto à originalidade, igualdade e liberdade, destacando que o abandono de certos preconceitos nem sempre será algo individualmente e socialmente bom, tampouco o serão os preconceitos incutidos para substituí-los.

Apesar da ácida ironia que permeia a obra do início ao fim ? inclusive no prefácio do Reinaldo Azevedo, intitulado ?O preconceito faz do lobo o homem do lobo? ? a estilística do texto é agradável e até mesmo convidativa.

Como é impossível reproduzir com perfeição tudo o que consegui absorver nesta primeira leitura de 2017, fiz esta pseudo-resenha-sem-fins-lucrativos para que os interessados no assunto possam acrescentar a obra ao seu acervo bibliográfico.

Biblioteca Álvaro Guerra 03/04/2018

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580332155

Durães 25/07/2020

Esclarecedor
Eu invejo aqueles que tem a capacidade de analisar e colocar em palavras certos conceitos e pensamentos. É o que o autor faz de forma genial neste livro. O livro conta com vários ensaios demostrando porque as ideias pré concebidas não são necessariamente ruins e como um culto ao estilo de vida "livre de preconceitos" pode ser prejudicial para o indivíduo e a sociedade. Em alguns trechos fiquei confuso, não vou mentir, mas pretendo reler pra tentar entender tudo rsrs. Recomendo.

Lucio 23/04/2022

Por um mundo mais preconceituoso - e isso é bom!
Há preconceitos bons e preconceitos ruins. Eis a questão que muitos não conseguem entender. E não se vê as reais intenções dos que discursam contra os preconceitos em geral, e nem a impossibilidade da proposta, bem como seus efeitos nefastos. Para entender tudo isso, veja a resenha que coloquei no meu canal!

Resenha em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=pR5Ras10ORA&ab_channel=InstitutoSensoComum

Mauricio.Alcides 24/01/2016

Um novo herói?
Em defesa do pré conceito - Livro escrito por Anthony Daniel sobre pseudónimo de Theodore Dalrymple. Nada mais que um dos mais novos “heróis” intelectuais dos novos conservadores.
Nessa obra que me foi tanto recomendada e pelo visto pouco ou nada lida por quem me recomendou, Dalrymple nos apresenta algumas verdades que muito ignoramos, o livro nos relembra que o pré conceito sempre ira existir e o mesmo apenas será substituído por novos pré conceitos, ele também demonstra com certa maestria que os nossos hábitos nada mais são do que pré conceitos comportamentais. Mas é só isso,

Quando o autor tenta se aprofundar em suas defesas de pq devemos manter alguns “pré conceitos” ele o faz de maneira demasiada rasa. O autor também parece ter um problema perceptivo de compreender a diferença entre “Pré conceito” e “conceito” … Essa passagem fica devidamente evidente no inicio do ensaio 7 e mais evidente ainda no ensaio de encerramento da obra, 29. Aonde ele por falta de conhecimento ou pela simples trapaça intelectual tenta misturar o “trigo ao joio”. O livro tem sua importância intelectual, ele demostra que o facto de termos pré conceitos é inerente ao convívio social da raça humana, infelizmente o autor parece estar satisfeito com isso e busca justificativas vazias para manter os seus próprios “pré conceitos”. Nota: 6,5
PS: eu mesmo tive pré conceito sobre o livro, antes de abri-lo

João Pedro 13/07/2022

Interessante com algumas ressalvas
É um livro que verdadeiramente estimula o pensar. Sendo assim, sinto-me na liberdade de criticar alguns pontos da argumentação do autor:

De fato, é impossível que não tenhamos ideias preconcebidas. Se analisarmos suas origens, contudo, perceberemos que há sempre um elemento racional por trás de fatos sociais ou inconscientes; logo, concebido por intermédio da mente humana.

Analisemos o exemplo que o próprio Dalrymple fornece: ?sentamo-nos à mesa para comer.? Evidentemente, tal afirmação não é e não deve ser questionada na atualidade. Porém, a criação do conceito de se comer à mesa foi dada pela razão. Ora, fez-se necessário o ato unicamente humano de pensar para que o homem primitivo chegasse à conclusão de que a mesa fornece limpeza e segurança contra pequenos animais; ergo, não foi algo naturalmente herdado ou intrinsecamente preconcebido.

Creio que os únicos elementos aos quais não cabem questionamentos são os fatos objetivos. Descobertas científicas, por exemplo, não passam de verdades provisórias.

Thaylan 13/12/2015

É impossível não ter preconceito
http://thaylangranzotto.blogspot.com.br/2015/12/em-defesa-do-preconceito.html?m=1

A resenha que fiz é consideravelmente longa e por isso não a copiei aqui, deixando apenas o link para quem de fato se interessar em ler o livro.

Filino 25/11/2017

Contra o lugar-comum dos "desencanados"
Theodore Dalrymple (Anthony Daniels) é um mestre na arte de sacolejar ideias tidas como "verdadeiras" (ou, ao menos, difundidas como tal) e de abalar nossas zonas de conforto. E essa obra é um ótimo exemplo disso.

O autor não poupa argumentos para demonstrar que é, simplesmente, impossível para alguém viver sem qualquer ideia preconcebida - do contrário, os atos mais comuns do dia-a-dia, bem como o próprio conhecimento humano, seriam simplesmente destruídos. E mais: uma atitude negativa perante o preconceito (atitude essa que, em geral, é considerada louvável ou "descolada") pode refletir, em verdade, um egoísmo profundo. E ilustra vários exemplos acerca disso.

A obra é formada por textos curtos e os seus argumentos são simples (mas não simplórios). Em diversos momentos o autor ressalta a necessidade de não se confundir o "preconceito" que ele defende com atitudes execráveis tomadas contra outrem (e tidas como preconceituosas). E também demonstra como uma palavra pode ter seu sentido alterado no decorrer da história, como ocorreu como "discriminação" (que, segundo o autor, há algumas décadas, refletia inteligência, para tempos depois ser associada a algo negativo).

Uma leitura imperdível. E essencial para esses tempos de "bom-mocismo" barato.