Resenhas - A Imensidão Íntima dos Carneiros

Menino Leitor 31/08/2023

Como haviam dito...
Uma leitura emocionante que me fez viajar até as montanhas e sentir íntimo dos carneiros.
Uma escrita dinâmica e ao mesmo tempo, poética. Sabe aquele leitura que vc tem vontade de ler em voz alta? Exatamente isso.

Mayara945 19/03/2020

Bela surpresa
Li este livro por um acaso e me surpreendi. A escrita do autor é muito poética e nos dá uma experiência muito agradável.

O autor nos conta a história de seu avô e os segredos que ele guardava. Mesmo tendo nascido após a morte do patriarca, avô e neto tem suas vidas entrelaçadas.

Pavozzo 27/02/2022

Encarar o medo para livrar-se dele
A temática da ancestralidade, que explicita o quanto de nossas vidas (e de nós mesmos) é determinado por aqueles que nos geraram, é de grande valor.

A importância de se livrar do medo - do passado, da natureza, dos estranhos, de si mesmo - é retratada aqui na narrativa de um homem que, atormentado por tragédias de seu passado, decide exteriorizá-las em um caderno.

No entanto, tenho dificuldade de gostar de histórias que não possuem um enredo claro (pareceu, por vezes, ser apenas um livro de memórias). O excesso de lirismo não me atrai; e a mistura de elementos fantásticos pode confundir o leitor - há momentos em que você não sabe se o que está acontecendo é real ou um sonho.

Relerei futuramente para ver se minhas impressões mudarão.

Luisa1033 11/11/2020

A Imensidão Íntima dos Carneiros
Que livro lindo! Eu coloquei esse livro em lista de leitura por causa da capa e do título. A sinopse me fez deixar a leitura para depois, acabei começando a ler do nada e terminei muito empolgada em como me surpreendeu. É uma autoficcção com realismo mágico que em vários momentos se encaixa muito bem; em poucas partes parece um pouco forçado. De forma geral, o realismo mágico traz um tom bem poético, cheio de metáforas e lindo. É realmente bem intimo. Fala de família e como nossos ancestrais impactam na nossa vida além de características genéticas ou pela convivência, pontos mais subjetivos que não são tão explicáveis facilmente mas são palpáveis. O livro tem o avô do autor, Assaad Maluf, como foco central e é tão bonito e diferente o jeito de ver o mundo, o modo de encarar a vida. A pouca percepção da cultura árabe é emocionante, principalmente, por todo o contexto que o Assaad vivência. De certa forma, o autor faz uma terapia com o leitor contanto um pouco sobre a historia da família, falando um pouco de si e deixando o livro como legado sobre tudo isso. Uma ótima leitura.

Christian Assunção 12/06/2017

Belo, poético e angustiantes, livro incrível.

Vinicius 29/03/2021

Esperando por mais romances do autor
Da mesma forma que ocorre em "O avesso da pele", minha última leitura, o livro traz um narrador que ao revisitar a história da sua família, tenta se conhecer e buscar um novo significado à tradição que carrega, no sangue e na alma.

Com uma escrita lírica, em momentos fazendo uso de um realismo fantástico, é fácil se encantar com a escrita de Marcelo Maluf. De início pode parecer um pouco confuso a alternância entre narradores e as idas e vindas entre passado e presente. O fato de o autor utilizar da própria história da família, inclusive com os mesmos nomes, faz um jogo interessante entre realidade e ficção.

Por coincidência minhas leituras tem se conectado de alguma forma e coloco aqui também uma expressão da escritora Jhumpa Lahiri na introdução do romance Laços, de Domenico Starnone (minha leitura atual), dizendo que aquele romance lida com "herança econômica, genética e emocional". O mesmo cabe aqui. Rever as feridas do passado em busca de libertação é sempre um tema interessante.

Jvcsantanna 18/04/2020

Descoberta muito boa
Comecei a ler sem pretensão nenhuma, confesso que nunca tinha ouvido falar desse livro. Fiquei surpreso ao estar lendo um livro capaz de despertar tanta emoção e reflexão. Conta a história de um rapaz que revisita memorias do avô morto, o qual imigrou para o Brasil durante as perseguições aos cristãos que ocorriam no Líbano. Esse avô guarda um segredo que vai sendo explorado no decorrer do livro. É um livro que faz rir, chorar, pensar. Acabei com a certeza de que vou ler de novo.

Felipe 31/12/2020

Surpreendente
Gostei bastante dessa leitura, da sensibilidade das palavras, da forma como o medo é descrito, e como ele pode nos paralizar, caso nós fiquemos rendidos à ele.
Um misto de realismo fantástico, atrelado às experiências autobiográficas do autor, nos transportam para desvendar os segredos de Assab, que vem para o Brasil fugindo da perseguição dos turcos durante o domínio do Império Otomano na região que hoje é o Líbano. Marcelo, neto de Assab, viaja no tempo até o ano de 1966 e acompanha seu avô escrevendo em seu caderno sobre os motivos que o levaram ao Brasil, além dos sentimentos que essa mudança envolveu.
Grata surpresa para fechar o ano.

"Mas como eu não iria explorar a vida de Khnum como fazem os criadores, eu tive tempo de saber que o berro de um carneiro é a sua imensidão íntima, doada em forma de som para o mundo. Quando um carneiro berra, ele expressa a sua angústia, raiva, medo ou alegria. O berro de um carneiro é a maneira dele de se comunicar com Deus. O Cristo berrou: ?Pai, por que me abandonaste??.

Ju 29/12/2020

Autoficção sensível que mergulha em memórias familiares para aniquilar o medo peretuado por gerações.

Felipe.Camargo 10/10/2021

124° Livro: A imensidão íntima dos carneiros, Marcelo Maluf

Incrível como no Brasil não valorizamos os artistas nossos, falou isso em.todas as esferas artística! O livro lido foi uma ótima descoberta!
O que inicia a narrativa é o medo, marca de um passado que o narrador tenta descobrir visitando as vivências de seus antepassados, no Líbano, no início do século passado.
A história é repleta de simbolismos e envolve o leitor do começo ao fim!

regifreitas 22/10/2021

A IMENSIDÃO ÍNTIMA DOS CARNEIROS (2015), de Marcelo Maluf.

Marcelo Maluf nunca chegou a conhecer o avô, já falecido quando ele nasceu, em 1974. Mas as histórias contadas por seus familiares sobre essa figura acabaram despertando nele o desejo de resgatar as memórias sobre esse avô. Na busca pelo passado familiar, o próprio Marcelo acaba empreendendo uma viagem de autodescoberta e resgate de suas origens.

Transportando-se ficcionalmente para uma Santa Bárbara D’Oeste, interior do estado de São Paulo, no ano de 1966, Marcelo acompanha os últimos dias de vida de Assaad Simão Maluf. A história é narrada pelo próprio Assaad, através de um caderno de memórias. Marcelo, entretanto, num engenhoso mas simples artifício, acompanha tudo como uma espécie de segunda voz, uma presença invisível mas participante, refletindo e interferindo conforme o avô vai contando sua vida. Assaad relembra sua infância no Líbano, nas montanhas de Zahle, quando pastoreava carneiros. Depois de uma tragédia familiar, em 1920, ainda criança, Assaad é mandado para viver no Brasil, onde crescerá e constituirá sua própria família. Embora distante, as lembranças desse passado sempre o assombrarão.

O texto de Marcelo é extremamente bonito, sensível e lírico. Ele flerta com o realismo mágico - sem nunca passar da conta ou perder a mão - ao reinventar o passado familiar, com base nos relatos que lhe chegaram em segunda mão. E embora algumas tragédias sejam narradas, o texto não perde a leveza e os simbolismos propostos são simples e eficientes.

Este livro já estava na minha mira há um bom tempo, e hoje me arrependo de não ter lhe dado uma chance bem antes. Marcelo Maluf é, até o momento, a grande revelação das minhas leituras deste ano. Tornou-se um autor que quero conhecer melhor daqui para frente.

Peleteiro 25/09/2020

Leitura fluida, cativante e sensível
Não me pegou como uma pancada, mas fluiu tranquilamente. O destaque fica a cargo da abordagem às práticas e crenças religiosas comuns na região do Líbano. Leitura fluida, cativante e sensível.

Abduzindolivros 30/12/2021

É uma história com potencial de atingir todo leitor. Todo mundo tem família, e uma história com ela. A gente herda coisas; cor dos olhos, pintas estranhas, calvície ou pelos demais, nariz grande, altura, predisposição para ser mais gordinho ou vara seca. Coisas que podemos ?corrigir?, se quisermos.

Diabetes, problemas no coração, pressão alta, depressão. Coisas que a biologia explica, coisas que podemos mapear geneticamente, que dá para entender fácil fácil de onde vêm.

Mas a gente também herda os medos. O calar diante do perigo. O falar demais para fugir. A raiva que ferve o sangue. Aquele encolher de ombros e o olhar baixo de quem se apavora, igualzinho a um antepassado que nunca conhecemos, nunca vimos, mas que sabemos replicá-lo porque alguma coisa dele, indetectável em um exame, corre dentro de nós.

Com uma linguagem poética, fantástica, Marcelo escreve sobre essas heranças que se manifestam em um problema no coração passado por gerações junto com os medos e traumas. Como é que se pode resolver a si mesmo sem saber de quanto tempo remontam os problemas?

A história é narrada tanto por Assaad, o avô, quanto pelo seu neto, Marcelo, em primeira pessoa ? mas sem que suas vozes se confundam. Passado encontra o futuro quando Marcelo transcende o tempo e espaço para acompanhar seu avô, nos seus últimos dias de vida, escrevendo para contar tudo o que mudou em sua própria história desde que seus irmãos foram assassinados, no Líbano.

Então Marcelo entende de onde vieram seus medos de enfrentar a vida, e seu problema no coração.

É sublime, perfeito, impossível não me identificar e não traçar um paralelo com minha própria história, e as heranças que também recebi.

O livro inteiro é uma lição de vida e de escrita ? o autor consegue dominar duas vozes diferentes em primeira pessoa, sem confundi-las, às vezes com mudanças de narrador dentro do mesmo capítulo, de um parágrafo para o outro.

Recomendo fortemente, que seja lido e relido várias vezes. Esse é um dos livros cujas lições não se esgotam.

Guilherme2290 29/07/2020

novo favorito.
esse livro me pegou de um jeito que só consigo agradecer por ele ter chegado até a mim, ainda mais neste momento. sei que, pela sinopse, a narrativa pode não parecer lá tão interessante, mas J U R O, ela é incrível.