O Fio da Navalha

O Fio da Navalha W. Somerset Maugham




Resenhas - O Fio da Navalha


53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Pavozzo 23/02/2024

"A lâmina afiada de uma navalha é difícil de atravessar, por isso os sábios dizem que o caminho da salvação é árduo"
Em 1946, o crítico americano Edmund Wilson escreveu na revista "The New Yorker" o seguinte: "Nunca consegui convencer-me de que ele (Maugham) fosse nada mais do que um escritor de segunda ordem". Embora sinto-me incapaz de oferecer uma argumentação contrária consistente, sou da opinião de que o crítico exagerara em suas palavras.

Neste livro, obra da maturidade do autor, Maugham consegue reunir três características que são-me muito apreciadas: uma escrita agradável, o desenvolvimento de personagens complexas, e uma história capaz de proporcionar reflexões sobre propósito e o sentido da vida.

Lawrence Darrell é um jovem aviador cheio de gosto pela vida, mas a experiência traumática da morte de um amigo durante a primeira guerra mundial vai transformá-lo completamente: de que adianta lutar tanto, viver perseguindo sonhos e buscando experimentar tudo de bom que a vida tem para oferecer se, no fim, vamos terminar prostrados em uma vala, esperando inertes que os vermes roam as frias carnes de nossos cadáveres? O questionamento levará Larry por uma viagem pelo mundo e pelo interior de si em busca de respostas.

Maugham não se limita ao drama pessoal de Larry - acompanhamos o caminho trilhado por outras personagens em razão de suas escolhas de acordo com os propósitos de vida que cada qual possui: seja este prestígio social, segurança financeira ou uma família. Entretanto, como uma navalha de dois gumes, o que talvez seja mérito na obra acaba também por ser o seu defeito: apesar de Larry ser a razão principal para que essa história nos fosse contada, o autor não consegue trabalhá-lo tão bem quanto Isabel, amiga de infância e noiva de Larry, e Elliott, tio de Isabel.

Repleto de observações espirituosas, Maugham narra aqui uma história de sucessos, na qual todos encontram, no fim, aquilo que buscavam em vida. A questão é: isso lhe fez feliz?
edu basílio 25/02/2024minha estante
que elegância tem o seu relato :-)




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Raquel.Furchinetti 13/02/2024

Amei! Pena que acabou!
Acima de tudo amei a escrita do Somerset Maugham. Nunca tinha lido nada dele antes. O autor detalha personagens, circusntâncias e cenários muito bem, mas sem florear. Os capítulos são curtos e vão puxando um ao outro que você nem percebe. A estória da busca principal, que é a de Larry quanto a espiritualidade e o sentido da vida também é muito legal em contraponto com seus amigos que vivem uma vida de luxo e glamour. Aliás, como vi alguém aqui ,comentar, o livro é uma série de buscas diferentes e a forma como as pessoas vão intergindo com visões de mundo diferentes. Eu simplesmente amei. Deu até uma dorzinha no coração de não mais acompanhar os personagens porque acabamos nos afeiçoando a todos eles.
comentários(0)comente



Ruan222 18/01/2024

Sentido da vida e vocação
A história que Somerset Maugham nos conta, gira em torno da personalidade de Larry que, ao perder um amigo na guerra ? tendo este dado a vida para salvá-lo ?, se choca com a realidade da morte e decide se livrar de todas as vaidades que o circunda para empreender uma busca sincera pelo sentido real da vida humana (o que aparece para ele, de início, como uma busca por uma resposta satisfatória para o problema do mal). Larry é um personagem enigmático e incompreendido ? isto é assim porque sua vocação está inclinada às coisas próprias do espírito; enquanto os demais, por outro lado, buscam prestígio social, conforto, e os bens que são próprios do mundo sensorial. O livro não nos traz respostas concretas acerca dos dramas que o substancia, mas fornece amostras razoáveis de destinos humanos possíveis, que servem de material para que meditemos acerca de nossa própria jornada pessoal.
comentários(0)comente



Matheuzices 13/01/2024

Nos levando numa jornada desde o fim da Primeira Guerra Mundial, até o príncipio da Segunda, Somerset cria um romance que se pinta como não sendo um romance. Como se fosse uma história biografica, ele consegue nos transportar para aquela época por conta da quantidade de detalhes que transfera para suas páginas. Seguimos a história de Larry, um piloto de avião da Primeira Guerra e sua insistência em querer achar o significado da fé, o significado da vida, o significado de Deus na vida humana, sua jornada nos leva a época de oura Europeia, mas começamos nos Estados Unidos e terminanmos no lugar mais improvável para um romance escrito nesta época, India. Vemos como a humanidade é profunda e ao mesmo tempo superficial. Posso dizer que foi uma grande supresa ser o primeiro livro de 2024.
comentários(0)comente



Daiana 20/11/2023

Inesperado
O que falar desse livro
Não era da minha lista de livros, veio de brinde em uma troca.
No livro é o próprio autor que conta sua história e a da sociedade em que convive, com seus amigos em destaque. Ele da foco em Larry, um de seus amigos e conta sua história de vida em busca da felicidade. Um homem que larga tudo, dinheiro, amor, amigos em busca da felicidade, vai em viagens, trabalhos e livros. E chegamos ao final do livro sem saber se ele realmente encontrou, mas descobrimos um cara diferente e mais leve.
comentários(0)comente



JJFelix 30/09/2023

"Dotado de profunda força interior. Larry Darnell acredita que a verdadeira felicidade está na essência das coisas.
Assim, renuncia ao longo de sua existência a todas as oportunidades de adquirir posição social, prestígio e riqueza e decide correr o mundo à procura
da sabedoria e da purificação da alma.
Essa incansável busca --- fio condutor
de um enredo que leva Larry a conviver
com personagens multifacetadas e influenciar o destino de muitas vidas --- é narrada com sutileza e emoção por Somerset Maugham, um dos maiores
ficcionistas da literatura de todos os tempos."
comentários(0)comente



Deghety 04/06/2023

O Fio da Navalha
Segunda vez que leio este livro e a satisfação foi a mesma.
Maugham narra uma história que tem como principais protagonistas, Elliot e Larry, mas em um contexto geral, se trata de metas e ideiais.
O que torna esses dois personagens especiais em particular, é o fato de que são, a grosso modo, iguais,  mesmo cada qual com ideiais se extremando.
Elliot é aficionado por status, núcleos aristocratas e tudo que o coloque em evidência na sociedade.
Larry é aficionado pelo saber, pelo mundo espiritual e é indiferente às convenções sociais.
O Fio da Navalha que os separa é justamente esses contrastes, porque em seus corações, tirando inevitáveis defeitos, há bondade, solidariedade e honra.
Me parece, que esse é o principal ponto do livro, a importância das sementes, desconsiderando a aparência e como se comportam as cascas.
comentários(0)comente



Ronaldo.Ruiz 28/11/2022

Em busca pelo sentido da existência
Antes de iniciar a resenha de "O Fio da Navalha", do escritor W. Somerset Maugham, gostaria de contar um pouco da minha jornada para chegar até ele.

A primeira vez que ouvi falar desse livro foi em 2013, há quase dez anos, portanto. Embalado na época pela leitura de "A Montanha Mágica", de Thomas Mann, procurei outros romances com uma pegada mais filosófica. Porém, outros livros foram entrando na minha lista de interesses e "O Fio da Navalha" acabou indo parar no fim da fila.

Recentemente, após a perda de um amigo muito querido, voltei a me interressar nele. "Quem sabe esse romance me dê respostas para as perguntas que eu ando me fazendo", pensei.

LARRY

O livro conta a história de Larry Darrel, um ex-aviador que lutou na França durante a Primeira Guerra Mundial. Ele sofre um grande trauma ao ver seu amigo morrer após este salvá-lo de um ataque de aviões inimigos. Um jovem que, até poucas horas atrás era uma pessoa tão animada, agora jazia no chão sem vida, como um velho fantoche abandonado por seu criador.

Depois de passar algum tempo nos Estados Unidos, Larry decide abandonar a vida confortável e próspera de seu país, inclusive sua noiva Isabel, para procurar respostas para suas dúvidas existenciais, entre elas: por qual motivo existe o mal no mundo?

Essa busca vai levá-lo novamente a França, depois Alemanha e Índia.

Um aspecto interessante da obra é como ela retrata a incompreensão da maioria das pessoas diante de alguém que prefere buscar sabedoria em vez de ganhar muito dinheiro, buscar prazeres, diversões e posses materiais.

Enquanto os demais personagens são atingidos por mudanças provocadas pela passagem do tempo, como crises econômicas, doenças, perda do prestígio social, mudanças de costumes e a morte de entes queridos, Larry parece sempre sereno, como se tivesse compreendido algo que explicasse tudo.

Até há um paradoxo engraçado: quanto mais ele fica desapegado de coisas materiais, mais ele parece tê-las.

HISTÓRIA REAL

Maugham se inclui na história como um personagem menor. Aliás, ele diz que os acontecimentos de "O Fio da Navalha" foram reais. As pessoas que aparecem no livro apenas tiveram seus nomes trocados. Muito do que sabemos sobre elas é contado ao próprio escritor por outros personagens em longos diálogos.

Como eu vinha da leitura de dois livros cheios de ação, demorou um pouco para me acostumar com o ritmo da obra. Há um enredo, mas as coisas acontecem devagar. Aos poucos fui me afeiçoando aos personagens e seus dramas.

(De vez em quando, também gosto e preciso descansar nas páginas de um livro.)

Na verdade, o enredo nem é tão importante assim. O mais interessante neste livro são os temas tratados nele. Apesar de alguns deles serem mais densos e o autor ser contemporâneo dos modernistas, a escrita de Maugham é clara e flui bem.

ÍNDIA E HINDUÍSMO

O capítulo 6 me marcou bastante, por retratar a Índia e falar sobre o hinduísmo, uma religião que sempre me chamou a atenção, mas da qual conheço muito pouco. Durante sua leitura, fiz pesquisas sobre lugares e divindades, o que aumentou a minha vontade de conhecer a Índia algum dia.

Nessa parte, ficamos sabendo como foi a peregrinação de Larry nesse país por meio de uma conversa entre ele e o escritor, que atravessa a madrugada em um café parisiense.

Uma das passagens mais legais acontece quando Larry se emociona diante de um busto de três cabeças com o qual ele se depara nas Grutas de Elefanta (trata-se da trindade conhecida como Trimúrti). Curiosamente, Larry reencontra lá um swami que havia conhecido em um navio e que lhe recomendou visitar o local. Ele explica que a imagem representa a Realidade Final, composta por Brama, o criador; Vichnu, o conservador; e Siva, o destruidor. Você pode até não se tornar um devoto dessa entidade, mas é preciso concordar que se trata de um belo simbolismo para a existência cíclica que envolve todas as coisas do universo.

"O Fio da Navalha" é um livro muito bom e pretendo voltar a ele no futuro. Confesso que não encontrei nele respostas conclusivas para as perguntas que me atormentam. Mas sinto que dei um passo a mais na minha busca.

site: https://marcenarialiteraria.art.blog/2022/11/28/resenha-13-o-fio-da-navalha-de-w-somerset-maugham/
comentários(0)comente



Lia 31/07/2022

Leia
Peguei esse livro despretensiosamente porque nunca tinha ouvido falar do autor (uma pena) mas achei o título interessante. Amei! A escrita é muito boa e me fez conhecer a fundo os personagens, suas dúvidas, inquietações e desejos.
comentários(0)comente



Abduzindolivros 27/12/2021

me identifico com os homi do Maugham
Nessa história, Larry é convocado para ser um combatente aéreo na 1ª Guerra Mundial e volta com um trauma após um companheiro sacrificar-se para salvá-lo. Então, começa a se questionar se a vida é só isso mesmo: trabalhar e especular para ficar rico, ir a festas, comprar imóveis, talvez sustentar uma amante, casar-se com uma moça elegante e ter filhos...

Larry então foge do padrão do círculo social em que está inserido: enquanto todos estão ocupados com seus divertimentos e em trabalhar ?duro? para juntar dinheiro, vivendo o american way of life, ele não procura emprego, passa o dia todo lendo obras de grandes filósofos e enfim empreende uma viagem pela Europa e Ásia, trabalhando em minas, fazendas, mosteiros, levando uma vida frugal e contemplativa com o objetivo de encontrar algo que ele sentia que lhe faltava, mas que não estava nos jantares ou nos empregos em escritórios de corretagem.

E ele é duramente criticado por aqueles que vivem desse estilo consumista e elitista. Maugham assume o papel de narrador e personagem dessa história, e apresenta o contraste das pretensões de Larry a partir de descrições do estilo de vida de pessoas importantes para ele, como sua ex-noiva, Isabel, o marido dela, Gray, seu tio Elliot, entre outros. Maugham, como narrador e partícipe, expõe as nuances do pensamento meritocrático dessas pessoas para evidenciar a busca de Larry, e aí nós vemos diálogos revelando falta de empatia, hipocrisia e a dureza desse pensamento do ?se eu fiquei rico foi porque mereci?.

Só que ele não tece julgamentos. Apenas expõe, e não o faz para demonizar quem vive dessa forma. Tampouco santifica o comportamento de Larry. Mostra de forma honesta essas pessoas sendo o que são e conquistando o que desejam, sem romantizar e sem esconder as contradições dos seus pensamentos e atitudes.

Todos os personagens que aparecem nessa grande fofoca têm importância, e ensinam algo ? mesmo os menos relevantes. São jogos sutis mostrando como todas as criaturas estão se esforçando para conseguir a aprovação de seus pares e serem célebres de alguma forma, ou aproveitar a vida, ou buscar a própria destruição como uma forma de vingança às agruras da existência. E todos oferecem contraste a Larry, tornando sua busca abstrata muito mais sólida e nos fazendo aplaudi-lo, por não tentar mudar as pessoas ao seu redor apresentando-se como a solução para os sofrimentos e futilidades, e assumindo a responsabilidade por fazer sua escolha derradeira: ser livre.

Vale muito a pena dedicar um tempo para ler essa obra, o cara manda muito, é um fofoqueiro de mão cheia e sabe como prender a gente do início ao fim. Recomendo fortemente.
comentários(0)comente



Paula Horn 27/12/2021

Uma grata surpresa!
Comecei o livro sem saber do que se tratava e logo nas primeiras páginas já me vi encantada com a forma da escrita.

O livro é contado em primeira pessoa e narrado por um escritor, que é um ótimo observador, e que nos apresenta a vida de outras pessoas em torno do que no início poderia ser uma história sobre o relacionamento de dois jovens (mas é muito mais). É um livro com tanta riqueza de detalhes (sem ser maçante), com diálogos tão interessantes, personagens tão bem construídos e escrita tão fluida que parece que você está lendo vários livros dentro de um só.

Me apeguei ao livro instantaneamente e não consegui largar enquanto não acabei? também me apaguei aos personagens e agora ficou um vazio e vontade de ler outras obras do autor (que eu não conhecia).

Uma pena esse livro não ser tão conhecido pela nova geração.. eu mesma só li porque achei ele ?sobrando? por aqui? mas vou fazer minha parte e ?espalhar a palavra? pra que chegue em mais pessoas! Kkkkk
comentários(0)comente



Luciana 15/11/2021

O livro me surpreendeu. O enredo, os personagens, a passagem do tempo, tudo muito bem descrito e com uma evolução muito envolvente. Não consegui deixar a leitura de lado em nenhum momento.
comentários(0)comente



paulla.costa.779 20/06/2021

A história de um jovem americano Que rompe com a sua vida confortável. Para buscar uma experiência espiritual. Em que se fala do grande conflito Ocidente- Oriente. Tudo isso em meio a primeira guerra mundial.
comentários(0)comente



MrkFloripa 13/04/2021

Impactante
Reli depois de 30 anos e continua uma referência, diálogos bem elaborados e discussões profundas. Introspectivo e reflexivo não é um livro "moderno" mas um clássico de leitura obrigatória
comentários(0)comente



53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR