Carla Brandão 12/10/2016Era feriado, como hoje. O pai, a mãe e o irmão estavam ocupados, cada um se dedicando a uma atividade diferente. A menina estava entediada e procurava, sem sucesso, um meio de desligar o tempo lerdo e chato. Foi aí que a primeira carta chegou. O envelope não tinha remetente nem destinatário e o papel cor de rosa contido nele anunciava que aquela não era uma carta qualquer, tinha sido escrita por um ser de outro planeta. Nela, ele oferecia uma caixinha de tempo.
Os dias passam, birras e brigas acontecem e novas cartas misteriosas continuam chegando, sempre oferecendo um produto diferente: vidrinhos de desculpas, máquina de reciclar palavras e até um robô capaz de fazer tudo dentro de casa. Mas seus pais e seu irmão não parecem dar muita atenção ao que o ETezinho tem a dizer... Talvez seja hora dele enviar sua última carta e se despedir. A menina achou que era a única a se interessar pelo ETzinho e que só ela sentiria saudade dele, mas descobre que ele é mais querido do que ela imaginava...
Com ilustrações lindas, o livro é narrado pela menina. A linguagem é simples e dá mesmo para imaginar uma criança contando todas aquelas coisas, o que facilita a identificação dos pequenos e a sensibilização dos adultos quanto às situações que ela vive. O texto é inteligente e, com a ajuda das ilustrações, vai dando dicas e elementos para que o próprio leitor tire suas conclusões a respeito das cartinhas e do ET. Está tudo ali, mas é o pequeno leitor que precisa juntar as peças e interpretar o conteúdo.
A mensagem trazida pelo livro é importante para todas as idades. Como estamos usando nosso tempo? Dedicamos ele só ao trabalho e às obrigações ou também a estar junto com aqueles que são queridos por nós? Precisamos cuidar bem dos nossos ETzinhos!
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