Resenhas - Homens Sem Mulheres

Clarinha 19/04/2024

Murakami é sempre bom
Este livro possui 7 contos, eu particularmente gostei de alguns e de outros nem tanto, mas em geral achei um livro bom, talvez tenha sido o livro do escritor que menos gostei até hoje, mas isto não significa que seja ruim!
Eu adoro a escrita do Murakami e o modo como ele deixa muitas vezes as histórias ( as vezes com toques surreais) em aberto, porém com conteúdo para diferentes interpretações.
Entre os contos do livro posso citar meus preferidos sendo:
Yesterday
Órgão independente
Kino

Por fim, deixo alguns trechos do livro que gostei:

Há um poema clássico japonês que diz: ?Depois do nosso encontro, percebo o quanto meu coração era livre de aflições?.

?Quando nem a gente sabe direito o que está procurando, essa busca se torna bem difícil.?

?Só me lembro de fragmentos, e já nem tenho mais certeza se estão corretos. Afinal, a memória é, inevitavelmente, algo sempre recriado.?

?A música tem o efeito de despertar nitidamente a memória, às vezes a ponto de fazer doer o peito.?

Yasmim 15/04/2024

"Perder uma mulher, é perder todas as mulheres."
Homens sem mulheres me fez perceber muitas coisas, primeiro que é raro ter a perspectiva de um homem sofrendo por mulher (ou talvez eu não esteja acostumada), mas pensando bem, independentemente do gênero sexual, as pessoas vão errar, vão magoar as outras e se magoarem com as pessoas.

Haruki Murakami simplemente foi luz nessa coletânea de contos, eu poderia conversar por horas sobre cada um, e por os pingos nos is, porque simplemente o livro abriu minha cabeça e se alojou lá.

Drive my car e Órgão Independente simplesmente foram os que eu mais gostei, os outros ficaram meio vagos, e a escrita de Murakami sempre deixa um fim em aberto, o que faz a gente ler o conto e pensar "meu deus, e depois acontece o quê?", e nisso aqui ele simplesmente é nossa Sherazade.

Também amei o conto ligado a "A Metamorfose" de Kafka, pois tivemos o relato de um homem virando barata e agora uma barata virando homem, simplesmente impactante.

Rosie 14/04/2024

Um dia, de repente, você vai ser um dos homens sem mulheres
Murakami foi certeiro com as mulheres nesse livro, ele vai tocar na ferida de alguns e algumas também.

Aqui nesse livro temos 7 contos onde o autor trás para nós histórias de homens que perderam mulheres - ou vivem sem elas - por alguma razão. Para alguns leitores Murakami pode retratar a mulher de uma forma ruim - se não, beirando a misoginia - para um autor tão renomado. Já eu acredito que em tantas histórias retratando o 'homem' como um ser injusto e maldoso com a mulher, nada mais justo trazer o contrário - que também é uma realidade. Em todos os contos as mulheres fizeram algo que marcaram profundamente o coração desses homens, seja de abandona-los até de traí-los e outros acontecimentos.

Não vi o livro com olhos de que o autor tentou trazer uma personalidade má para mulheres e as descreveu de forma 'nojenta' como normalmente vejo comentários sobre o autor, na verdade encherguei o livro como se ele tentasse mostrar o ponto de vista dos homens de que "nunca irão de fato entender/compreender o que se passa na cabeça de uma mulher".

Eu ganhei essa obra de presente de uma jovem aprendiz do meu ex-trabalho e passei ele na frente dos demais do Murakami que eu queria ler justamente para poder assistir ao filme da Netflix (e vencedor do oscar), Drive My Car, que é baseado em um dos contos dessa compilação.


O que eu achei de cada conto segue abaixo:

1° conto - Drive My Car: O conto é bom, envolvente, profundo; e o que deu a base para o filme.

2° conto - Yesterday: É um conto sensível, que mostra como podemos perder o suposto amor da nossa vida facilmente, ou será que ele não era para ser o amor da nossa vida? Em um ranking, esse está em 1° lugar dos meus contos favoritos do Murakami, o tipo que pegarei para reler sem perceber em algum futuro.

3° conto - Órgão Independente: Outra boa história. Quem disse que não é possível morrer de amor? ou melhor falando, quem disse que um coração partido ao meio não mata alguém? Durante meu histórico eu disse que era um favorito, mas pensando agora eu apenar gosto.

4° conto - Sherazade: Aqui chegamos em mais um conto que foi base junto com o 1° para o filme da netflix. Esse é o mais fraco da coletânea, ao meu ver, porém foi muito bem representado no filme. Alguns pontos soltos que o autor não fechou antes de finalizar aqui e que no filme se completou com o roteiro.

5° conto - Kino: Esse é o que eu menos entendi. Também, segundo algumas informações na internet, seria um conto base do filme, mas não consegui compreender onde ele se encaixou. Além de termos um leve suspense na história. Entretanto, novamente, senti que ficou pontos faltando e que a história não foi completamente contada.

6° conto - Samsa apaixonado: Esse conto aqui eu prefiro entender que Murakami não estava muito bem da cabeça; que talvez ele possa ter ingerido algum tipo de alucinógeno; que talvez ele possa ter tido algum tipo de alucinação durante a escrita. Não sei, mas é o conto que eu menos gostei de todos desse livro e o que menos faz sentido para a coletânea. Algo bem irrealista para um livro que trazia histórias cotidianas.

7° conto - Homens sem mulheres: De longe o meu favorito aqui. O que da jus ao título e o que faz você entender o que o Murakami quis mostrar com a obra. Achei lindo; sensível; e bem tocante. É um conto que vale a pena ser relido sozinho em um futuro próximo.

Finalizando aqui então, essa coletânea é interessante para entendermos o que de fato é esse grupo na sociedade chamado "homens sem mulheres" e é interessante quando chegamos na conclusão de que um dia todos nós seremos "homens sem mulheres" - até mesmo nós mulheres seremos "mulheres sem mulheres" hahaha

Além disso, deixo minha recomendação do filme "Drive My Car" disponível na Neftlix.

"Mas será que nós conseguimos compreender alguém por completo? Mesmo que amemos esse alguém profundamente?"

Obrigada por ler tudo isso,
Se cuide.
bjs
:)

luadepaginas 09/04/2024

Meu primeiro contato com a escrita do autor e gostei muito! Como ele transformou situações cotidianas em reflexões foi o que mais me impressionou.

h4gatha 05/04/2024

Nao sou homem e tenho mulheres
Uma boa pedida pra quem quer começar a ler o autor, é com certeza um dos melhores livros de contos que eu já li, destaque para "drive my car", "órgão idependente" e "samsa apaixonado"

Tem como tema central (como o nome já diz) homens que por alguma circunstância, seja o abandono, morte ou traição, se veem privados da presença das mulheres que amam

esse é um tropo recorrente que quem já leu murakami vai reconhecer logo de cara: a mulher inalcançavel e idealizada e o homem coitado, melancólico e sozinho. E dentro dessa relação e da cabeça dos personagens ele reflete sobre o amor, solidão, dependência e muitos outros temas correlacionados com aquela pitada de realismo mágico característica

Acho interessante como ele coloca o homem em papel de vulnerável e como, diante dessa visão sensível e masculina, podemos identificar muitos padrões. O complexo madonna-prostituta é muito presente na obra, assim como aquela noção que "o homem só se apaixona uma vez na vida".

Super vale a pena!

Dora50 03/04/2024

Em resumo, um bando de homem vibe Luísa Sonza e um tanto de mulher vibe Chico moedas?

Brincadeirinhas a parte, esse livro foi espetacular, pois trouxe um lado mais vulnerável dos homens, principalmente em Órgão independente, o Tokai tão querido, amei demais e foi o meu favorito de todos os 7 contos.

As mulheres são vibes Chico moedas, todas aquarianas natas, mas a mensagem do livro é muito boa, além de ser de fácil compreensão.

Amei Samsa apaixonado, quem leu ?a metamorfose? de Kafka vai entender toda a referência, e todos os contos são muito bons, vale a pena a leitura

Theo.Tell 03/04/2024

Comecei a ler esse livro por ele ter sido inspiração para o filme "drive my car" dirigido por Ryusuke Hamaguchi.
Homens sem mulheres é um livro composto por diversos contos em que cada um existe um sentimento de perda. Haruki Murakami tem uma escrita muito fluída e um tom de melancolia na medida certa.
De todos os contos os meus preferidos foram drive my car e Kino (esse ultimo me fez chorar). Lerei mais livros dele!

Moya2 24/03/2024

Uma pequena coletânea de contos.
7 contos sobre o mesmo tema e nenhum se parece com outro.
Os contos são sobre homens sem mulheres, mas com um plano de fundo completamente diferente em cada capítulo.
Murakami divaga com suas peculiaridades e faz boas reflexões sobre o indivíduo, relacionamentos e cotidiano, com pitadas de seu habitual surrealismo.
Há até uma homenagem à Franz Kafka (um de seus autores favoritos) com o personagem Samsa de ?A Metamorfose?, que ele nos deleita com uma visão inédita e perspicácia ímpar.

Fabi 24/03/2024

Alguns contos gostei mais que outros? Mas todos valeram a pena. Eu gosto muito de como o Murakami conduz suas histórias de forma que é sempre (ou quase) impossível prever para onde vamos!

bluerised 16/03/2024

Incrível como o Haruki Murakami me prende. Meus contos favoritos foram drive my car, sherazade e kino, mas o livro por inteiro me encantou. vou continuar lendo os livros dele.

André Catta Preta 13/03/2024

Meu primeiro do Murakami!
A ideia de ler Homens sem Mulheres surgiu do hype criado pelo filme Drive My Car, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2022 e genuinamente um excelente filme sobre luto, que é um conto que fora adaptado para a telona.
HSM é um livro de pequenos contos, que devem ter em média umas 50 páginas. Todos eles são sobre a temática do amor perdido, sobre a incapacidade de se conectar plenamente com uma parceira e sobre a dor de se amar.
Por mais que às vezes o estilo de escrita do Murakami acabe sendo um pouco over nesse livro, eu acho que tive uma boa primeira experiência. Destaco os contos do Dr Tokai do Kino, que reporto serem altamente cinematográficos. Gostei bastante também de como o conto de Gregor Samsa expande a mitologia de Kafka para um caminho completamente diferente, explorando um amor ingênuo que resulta de toda a estranheza da metamorfose.
Super recomendada a leitura.

Adrianow 07/03/2024

Eu realmente gostei muito de cada conto, eles não são repetitivos. Os detalhes que o murakami descreve cada personagem é muito foda.
?Kino? e ?Orgão Independente? são os meus contos favoritos, com uma menção honrosa a referência que ele fez ao kafka em ?Samsa Apaixonado?

Wintruff 03/03/2024

Não sei como me sinto ao final desta leitura, é um livro com varias faces e coerências apesar do surrealismo de murakami. Como sempre ele arrasa na escrita que te intriga e te faz pensar ?que???. Vale a pena ler apesar de não ser um livro particularmente incrível .

Thiago 03/03/2024

Perspectivas do mesmo assunto
Durante os 7 contos escritos aqui, diversas perspectivas e pensamentos sobre a relação homem x mulher são trazidas. Em algumas, a solidão que pode tomar um homem ao perder quem se ama, ou o incômodo de não ter mais como saber porque algumas coisas aconteceram, restando apenas à imaginação e aceitação dos fatos.

Talvez esse livro não seja para todos, mas não apenas para homens. É para todos aqueles que já se viram sem algo que fazia parte de si, ou precisava desse algo mas nunca o pôde ter, talvez, quem sabe, para quem já teve a sensação de incompletude na vida por outras razões.

Leia com calma e busque entender o que está por trás das palavras escritas, da música que se fala e da inocência de Gregor Samsa.

Tai Martins 28/02/2024

Território ausente
Há sempre no mundo ficcional de Haruki Murakami um realismo fantástico revestido de uma aura melancólica. Neste livro não é diferente: homens e mulheres ocupam a realidade sem rumo, esvaziados, ansiando por uma revelação que não existe.
Ou ela existe, mas apenas mostra pistas de sua existência através de vestígios distantes, em um mundo onírico que é o nosso e também não é. É como uma espécie de memória que não evocamos, mas da qual fazemos parte.

Neste livro, há sete narrativas interligadas por perdas. Um mundo onde os homens são sem mulheres. Mas a falta não é só dessa ordem: há ainda uma ausência difícil de traduzir, sombria demais para se enxergar, mas claustrofóbica o suficiente para sentir.

Não somos a mesma pessoa depois de ler Murakami.