Emanuel.Silva 01/04/2017
Pier, poeta, Paolo Pasolini
Conhecia apenas o lado cineasta de Pasolini, após ser apresentado a seu ultimo filme "Salò ou os 120 Dias de Sodoma". Fui cativado rapidamente pela historia e o contexto que me contaram de toda a produção deste filme, fiquei intrigado com toda a magia que percorre a historia de seu engajamento politico, social e cultural na Itália e o mistério que permanece referente a sua morte. Algo me manteve preso a Pasolini durante algum tempo, achei o "Salò" um filme pesado, singular, mas ao mesmo tempo um filme com muitas coisas a serem ditas, porém, não me contentei somente com este lado do Pasolini que ele se projetava no fina de seus dias, e voltei para o inicio de sua filmografia, afim de observar de maneira vertical a construção de algumas de suas ideias e etc.
Comecei assistindo seus três primeiros filmes, "Mamma Roma" para mim foi um espetáculo singelo, rico, belo e natural. Dei uma pausa com as obras da sétima arte de Pasolini e fui para suas linhas escritas, Pasolini antes de cineasta era escritor, poeta e um individuo vivendo e existindo em uma Itália nada estável.
A dos escritos de uma pessoa nos permite adentrar um universo subjetivo, mascarado, misterioso, outras vezes verdadeiro, real e único de quem o escreve. Conseguimos isso com facilidade lendo tudo que Pasolini escreveu e esta nessa obra. Um sujeito com a cabeça na sociedade, na movimentação constante, na mutação irrefreável que nos rodeia hoje e rodeava as pessoas do passado. Tive contato com um Pasolini que não para assim como a sociedade que ele vivia, não parava de pensar, analisar, criticas e manter, essa roda girando.
"Neste mundo culpado, que só compra e desdenha,
o mais culpado sou eu, petrificado de pena."