Resenhas - As Suspeitas Do Sr. Whicher

Nandu 29/07/2012

História interessante, mas a autora enrola muito. Podia ter metade do tamanho e ainda assim seria longo. Falta objetividade.

lodz 16/09/2014

A alvorada de uma profissão e de um genero literário
Tomando como ponto de partida o assassinato brutal de uma criança na
Inglaterra vitoriana a autora nos brinda não somente com investigação
de um crime e sua repercussão(sim já naquela época crimes no meio das
classes abastadas tinha um impacto maior)expõe a moralidade dúbia da
sociedade vitoriana mostra ainda o efeito que o episódio teve na
literatura do gênero Fruto de pesquisas e talento narrativo o livro
proporciona uma leitura agradável e que é mais importante agrega
conhecimento.

Adriano 15/02/2020

A origem dos romances policiais
Minha paixão pelos livros foi acendida pela leitura dos livros da Agatha Christie. Até hoje gosto muito de romances policiais.
Então, descobrir esse livro foi espetacular.
Trata-se da história real de um assassinato de uma criança na Inglaterra do século XIX que teve bastante repercussão.

O crime tratado no livro inspirou uma "febre detetivesca", e influenciou autores como Wilkie Collins (que escreveu a Pedra da Lua, considerado o primeiro romance policial), Charles Dickens, Edgar Alan Poe e Arthur Conan Doyle.
Então ler esse livro, muito bem escrito, bem pesquisado e num estilo de romance policial, é voltar a Inglaterra vitoriana do século XIX e compreender um pouco a mentalidade e desenvolvimento da investigação criminal moderna. A imaginação popular ajudou a moldar e formatar essa atividade nascente.
Para fãs do romance policial e de literatura de crimes reais, um livro imperdivel.

Ghuyer 14/01/2021

Uma Pesquisa Incrível, mas Uma Leitura Muito Burocrática
Empolgado com o estado de espírito true crime no qual Mindhunter havia me deixado, mergulhei de cabeça neste livro que eu já possuía há anos, mas que como de costume “deixei pra depois”. As Suspeitas do Sr. Whicher é apresentado como uma pesquisa histórica sobre o detetive real que teria inspirado Sir Arthur Conan Doyle na criação de Sherlock Holmes, e Charles Dickens na concepção do seu inspetor Bucket (de A Casa Soturna). E, sim, tudo indica que Jack Whicher foi o homem de carne e osso que precedeu os amados e famosos literários representantes de sua, à época, infame profissão. Kate Summerscale apresenta citações de documentos e jornais em que Dickens cita Whicher como uma de suas maiores inspirações, tendo inclusive convivido com o sujeito, a ponto de considerá-lo um amigo, além de um ídolo. A parte mais impressionante do livro é de fato a quantidade exorbitante de fontes atrás das quais Kate Summerscale correu e destrinchou para estruturar a narrativa com a maior quantidade possível de detalhes verídicos. Todas as facetas do crime em questão são explicadas e analisadas com base em fontes da época. Nesse sentido, como trabalho de pesquisa histórica, As Suspeitas do Sr. Whicher é realmente admirável. Quanto a uma reconstituição do trabalho investigativo de Jack Whicher e do quanto este respingou na criatividade de escritores de ficção policial da Inglaterra vitoriana, nem tanto. Veja bem, essa é a melhor parte do livro. Mas é uma parte pequena (Conan Doyle é vagamente citado num momento, por exemplo, e depois nunca mais). Particularmente, o que mais me cativou durante a leitura foram justamente as passagens em que Summerscale cita romancistas da época comentando sobre a atividade detetivesca. Há insights muito interessantes sobre o processo criativo daqueles autores (além de outras questões). Porém, a maior parte do livro se reduz a uma reconstrução burocrática dos eventos que precederam e sucederam um crime específico. É bom, é interessante, mas é também um pouco chato, com uma narrativa um tanto truncada em função da enorme quantidade de citações. Como dito antes, em termos de pesquisa, As Suspeitas do Sr. Whicher é admirável. Na hora de tornar essa pesquisa uma leitura intrigante, o resultado infelizmente não é tão incrível.