MiCandeloro 24/11/2015
Com um final surpreendente!
Beau era um jovem de 17 anos e filho de pais separados. Durante quase toda a sua vida, morou com a mãe, Reneé, uma mulher muito atrapalhada e meio maluquinha que, mesmo inconscientemente, obrigou Beau a amadurecer muito cedo, já que ele assumiu rapidamente as tarefas e responsabilidades do lar, bem como os cuidados para com ela.
Porém, pelo visto, a presença de Beau não era mais necessária. Reneé havia se casado de novo e Phil estava cuidando bem dela. Em razão disso, Beau quis dar espaço aos pombinhos e resolveu ir para Forks viver com Charlie, seu pai, pelo menos até concluir o ensino médio.
Beau ainda não acreditava que havia tomado àquela decisão. Ele odiava Forks, a paisagem verde claustrofóbica da cidade e, principalmente, os dias constantemente nublados e chuvosos. Sem contar que ele e Charlie nunca foram íntimos. Como seria dividir a casa com um quase completo estranho? Apesar de tudo, Beau achava que estava fazendo o mais acertado, pelo bem de sua mãe.
Ao chegar em Forks, as coisas não pareceram tão ruins quanto ele imaginou. Charlie foi muito receptivo, a ponto de lhe dar um carro como presente de boas vindas. No colégio, logo fez muitos amigos e até conquistou o interesse de muitas pretendentes, algo nunca antes ocorrido. Mas nada disso se comparou ao fascínio que ele sentiu ao ver Edythe pela primeira vez.
Rapidamente, Beau desenvolveu uma obsessão pela menina de pele marfim, com os traços mais perfeitos que vira na vida.Todavia, desde logo, Beau percebeu que Edythe não era uma garota comum, e nem mesmo se parecia humana. Resoluto em querer se aproximar e descobrir tudo sobre ela, mal sabia Beau o risco que corria. Nunca a morte lhe pareceu tão tentadora.
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!
***
Quando soube que a Edição comemorativa de 10 anos de Crepúsculo contaria com um bônus completamente inusitado, consistindo na história que eu tanto amava escrita com o gênero dos personagens invertido, fiquei muito desgostosa. Havia acabado de sair de uma grande decepção com Grey, um livro que considerei desnecessário, e estava com medo de Stephenie Meyer macular a memória incrível que eu tinha de Crepúsculo. Estava decidida, eu não ia ler Vida e Morte.
No entanto, depois de eu muito me informar sobre essa nova trama e sobre os motivos que levaram a autora a escrevê-la, fiquei curiosa e até animada em conferir. Logo que o exemplar chegou em minhas mãos, enorme e lindo, não resisti e tratei de lê-lo.
Na medida em que conhecia Beau, fui me apaixonando. Ele é um fofo! Um garoto magricela, branquela quase albino, altão e desengonçado, com TOC por organização e limpeza, inteligente e irônico e com um coração maior que o mundo. Por mais que ele tenha características similares as de Bella, não consegui achá-los parecidos. Beau não é reclamão e depressivo, nem todo cheio de mimimis. Ok, ele tem seus maus momentos, afinal, é comum que um jovem que se ache feio e nada de especial tenha certas crises de autoestima e se sinta inseguro, mas nada que seja incomum a um adolescente, independente do sexo.
Assim como Beau, Edythe tem as suas particularidades. Apesar de sua aparência belíssima e impecável, e de seus traços delicados e de sua estrutura mignon, em seus trejeitos, ela parece ser uma adolescente como outra qualquer. Seu palavreado não é rebuscado e sua postura não é pomposa, além do que ela fala umas coisas que tenho certeza de que Edward nunca diria. Também tive a impressão de Edythe ser mais passional e de expor com maior facilidade do que Edward, os seus sentimentos e pensamentos para Beau.
Fico feliz com a existência dessas diferenças. Acho que teria ficado muito incomodada se Meyer tivesse simplesmente tentado reproduzir Edward em "outro corpo", porque, afinal, Edward é único e insubstituível. A única coisa que me atrapalhou um pouco foi o fato de que não consegui criar uma imagem mental de Edythe, portanto, demorei um pouco mais para me apegar a ela.
Afora isso, me diverti demais com a inversão de papéis de todos os personagens do enredo (com exceção de Charlie e Reneé, que se mantiveram os mesmos). Fiquei tentando identificar cada um e me senti meio perdida ao tentar comparar os dois textos na medida em que faz muito tempo que li Crepúsculo, e não conseguia me recordar de todos os detalhes. Senti que, para a leitura funcionar, precisava enxergar Vida e Morte como uma obra independente e me entregar a ela exclusivamente e, depois que fiz isso, deu super certo.
Entretanto, foi impossível não me lembrar de Edward ao ler diversas falas de Edythe que, confesso, para mim soaram meio estranhas e artificiais ditas por uma mulher, mas, enfim. Isso fez com que me desse uma vontade súbita de reler Crepúsculo.
Ao me aproximar das últimas páginas do volume, dei um grande berro quando percebi que a titia Meyer havia alterado o desfecho. Sim!!! O final de Vida e Morte é inédito e, posso dizer, eu surtei, no bom sentido. A autora tomou coragem para fazer tudo o que eu sonhei para Crepúsculo, apesar de que o rumo que ela tomou deixou claro que a obra não terá continuação, o que me deixou um pouco triste, porque sim, fiquei ansiando por mais.
Para quem não sabe, a ideia de escrever este exemplar surgiu do interesse que a Editora de Stephenie tinha em fazer algo de interessante para comemorar os 10 anos de Crepúsculo. Como Meyer sempre se incomodou muito com os comentários preconceituosos que faziam sobre Bella, acusando-a de ser a legítima donzela em apuros, decidiu reescrever a trama do livro invertendo o gênero dos personagens para nos provar que a história continuaria a mesma, independente do humano ser homem e do vampiro mulher.
Neste novo trabalho, Stephenie se divertiu muito e aproveitou para corrigir diversas coisas que a incomodavam, arrumando palavras erradas, explorando ideias que na época não passaram pela sua cabeça, reparando erros na mitologia vampírica e adicionando detalhes novos em razão de seu protagonista atual ser menino e precisar de certos ajustes para o enredo ficar mais coerente. Achei que todas as modificações foram válidas e a autora foi muito bem sucedida em sua empreitada.
Para quem quiser saber mais sobre a Edição Especial de Aniversário / Vira-Vira / Crepúsculo e Vida e Morte, cliquem AQUI.
Esta é, certamente, uma excelente oportunidade para aqueles que sempre torceram o nariz para Crepúsculo ou passaram a odiar a Bella por causa dos filmes, lerem Vida e Morte e conhecerem finalmente essa história sobre a magia, a obsessão e o frenesi do primeiro amor. E para quem já leu Crepúsculo e é fã, leiam Vida e Morte e surpreendam-se com esse presente que a Stephenie Meyer trouxe para gente.
site: http://www.recantodami.com/