Vanda 30/04/2016
Uma história bem movimentada cheia de ações e reviravoltas
A Esposa do Conde é um romance épico que se passa na Inglaterra, no século XIX. O livro começa no ano de 1858, em um salão da nobreza Vitoriana, onde é festejado um grande e esperado evento: o casamento do Conde de Surrey e da Senhorita Margareth Sinclair, filha do Lorde Sinclair, um importante lorde inglês.
Vamos embarcar no tempo e conhecer esse movimentado romance?
Hugh Ruthenford tem um segredo em sua vida que inclui cumprir o juramento de se vingar de todos que no passado humilharam seus pais e maltrataram sua mãe, e viu em Margareth Sinclair uma peça perfeita para iniciar seu plano de vingança. Lorde Sinclair, além de ter uma filha rebelde e voluntariosa, atravessa uma fase de dificuldades financeiras e vê no pedido de casamento de Hugh Ruthenford, a grande chance de evitar a ruína financeira de sua família, além de transferir a responsabilidade da filha para o futuro marido. Assim acontece o típico casamento de interesses, bastante comum na época, e que, neste caso, só interessava a um dos noivos: o Conde de Surrey.
Tudo seria perfeito e pacato se Margareth fosse uma moça com ideias, desejos e comportamentos comuns aos das moças de sua época, mas não. Margareth é uma bela moça da alta sociedade, determinada, que tinha planos de conhecer o mundo, se engajar em lutas e decidir seu destino. Não aceitava a ideia de não ter poder sobre seu próprio corpo nem de se submeter às vontades do marido. Esse casamento arranjado pôs fim aos seus planos e sonhos.
Hugh Ruthenford, além de um nobre milionário é bonitão, charmoso, de aspecto rude, de aparência selvagem e com um fortíssimo apelo sexual, o que provoca inúmeras e desconhecidas sensações em Margareth. Já Margareth é uma bela mulher, sensual por natureza, recatada diante da sociedade, consciente da condição de submissão imposta às mulheres da época, mas que dependendo da situação, mostra seu lado perspicaz e guerreiro, conseguindo ser charmosa e ao mesmo tempo uma rebelde indomável, que sabe o que quer e vai atrás disso, sem medir as consequências, sendo justamente essa rebeldia motivo de admiração aos olhos de Hugh.
A trama é muito movimentada, cheia de ações e reviravoltas. De cara, o casamento não é consumado na noite de núpcias, pois Margareth se recusa a entregar-se ao marido por desconhecer o que exatamente vai acontecer durante o ato e por achar que o marido não foi gentil nem delicado ao tocar seu corpo, sem contar com Aila, uma criada mala que insiste em continuar a satisfazer as necessidades do Conde e a frequentar sua cama, infernizando a vida dos dois, principalmente a de Margareth (mas, depois que os dois se acertam, sai de baixo). Cenas quentíssimas e apimentadas vão mexer com os leitores. Entretanto, a história não é construída só com romance e cenas tórridas. Margareth promete ajudar Hugh no seu plano de vingança e, nesta hora, elabora planos, digamos, poucos nobres e até mesmo cruéis para alcançar seus objetivos. Em certas situações, ela chega a questionar-se sobre a decência e humanidade de seus atos.
O Conde de Surrey, a cada dia, se vê mais fascinado pela jovem Condessa. Sua participação e apoio na elaboração e execução do seu plano de vingança são fundamentais, surpreendendo-o em muitos momentos com sua extrema inteligência e sagacidade. Seu lado mulher, amante e parceira também vai ganhando força com o tempo. A autora mantém um bom ritmo na história, não deixando que o andamento se torne cansativo, criando um ambiente especulativo e de tensão, o que desperta a curiosidade e o interesse nos leitores. No desenrolar da trama vão sendo apresentados todos os acontecimentos que cercam o passado de Hugh e de seus pais, cabendo a cada um julgar a licitude dos meios que Hugh e Magareth se utilizam para conseguirem seus intentos. A trama prossegue com o casal enfrentando situações adversas, inimigos poderosos, além de terem que aprender a lidar com suas diferenças, fraquezas e imperfeições e a compreender e atender aos fortes apelos sexuais existentes em cada um.
Pra quem curte romances de época, A esposa do Conde não decepciona. É um romance épico, que foge dos mimimis justamente por trazer embutidas cenas adultas, eróticas e sensuais, além de uma grande dose de intrigas e suspense. Quanto a autora, Lilith Al, nunca tinha lido nada escrito por ela e posso dizer, com certeza, que sua escrita me agradou muito. Percebe-se que os diálogos, títulos, tratamentos, e costumes foram narrados de maneira condizente com a época dos acontecimentos. A linguagem utilizada, mesmo sendo de época, não é cansativa, acredito que pela maneira envolvente com que a trama se desenrola, mesclando passado e presente de forma harmoniosa, o que facilita o bom entendimento do enredo, além das cenas calientes que envolvem o casal Hugh e Margareth. Em relação aos personagens, é fácil admirar Rodolf e Tessie, pais de Hugh, antipatizar com a inescrupulosa criada Aila, desprezar o duque Paxton, assim como se apaixonar pelos personagens centrais, Hugh e Margareth, que são profundos, intensos e com características e personalidades complexas.
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