Truga 08/08/2021
Livro legalzinho. Não achei excepcional.
Temple Grandin, autista e Ph.D. em Zootecnica escreve esse livro com o jornalista Richard Panek. O texto é em primeira pessoa pois relata os passos da jornada da Grandin e a relação da ciência e da sociedade com o autismo, desde de quando nasceu nos anos 40 até os dias atuais.
Essa construção histórica do livro, a partir da vivência da Grandin deixou o texto claramente com um emocional da autora. Livro estilo diário não é um tipo que estou acostumado.
Enfim, foi legal porque nesses últimos 70 anos ela passou do autismo como doença até à compreensão de uma colocação em um amplo espectro e tentativa social de proporcionar aos autistas a vida mais plena possível. No último capítulo ela dá conselhos (tipo um coach?) para os pais, responsáveis, autistas enfim, em relação à educação, emprego, etc.
O que mais gostei foi que Grandin mostra como a atualização do diagnósticos psiquiátricos publicados no primeiro DSM-I de 1952 mudou, ao longo de suas várias publicações até o DSM-5 em 2013. E como isso foi alterando o significado do autismo dentro da psiquiatria e da sociedade.
Ao longo do texto, Grandin vai apresentando artigos científicos que ajudam a corroborar os conceitos e a imagem que ela vai contando sobre o que acontece dentro do cérebro autista. (Há uma certa tradição americana de categorizar e numerar, colocar em caixinhas. Isso acontece em algumas áreas da psicologia de tradição americana. Achei que em alguns momentos do texto isso também fica visível).
Ao fim do livro fiquei com a sensação de tipo “hmm...ok. Contribuiu para tirar umas ideias bem senso comum sobre o autismo mas não sinto que aprendi muito, embora tenha conhecido outras possibilidades para pensar o espectro autista”.
➡️RESUMO: leitura tranquila, indicado para começar no assunto. Apresenta bibliografia científica séria. Livro estilo diário. Faz uma introdução histórica legal.