Biia Rozante | @atitudeliteraria 29/11/2015De modo geral é bom“(...)Ninguém pode escolher a família em que nasceu. Ninguém pode escolher o próprio nome, ou a aparência, ou que tipo de pais tem. Mas, quando ficamos adultos, temos a chance de escolher, e podemos nos tornar a pessoa que gostaríamos de ser.”
Com capítulos intercalados entre o presente e o passado, o autor tenta de várias formas nos envolver, criando um cenário de suspense e mistério que aos poucos vão se revelando, mas que ainda assim, em minha opinião seguem confusos. Thrillers realmente não é meu gênero literário preferido e mesmo que tenha me sentido atraída pela sinopse e promessa de um enredo envolvente e surpreendente, ao final da leitura me senti decepcionada.
No passado Audrey e George se conheceram na faculdade, tornaram-se amigos e logo depois namorados, com o final do semestre cada um vai para sua casa e quando George retorna para a volta das aulas recebe a notícia de que Audrey se suicidou. Indignado e sofrendo ele decidi ir até a cidade de Audrey para ver se consegue desvendar o que aconteceu e essa viagem só serve para lhe mostrar que nada era como ele se quer imaginou um dia e que Audrey possuía mais segredos do que uma pessoa “normal”. No presente vinte anos se passaram e George leva uma vida entediante, em um relacionamento confuso com sua amiga/namorada Irene. Até que o passado volta a bater em sua porta com um pedido arriscado.
O título faz jus à trama, uma vez que a personagem principal - a desconhecida - seja, exatamente isso, um ser indecifrável, confuso, conflitante e misterioso. A cada momento que pensava estar conhecendo um lado seu, eu descobria que estava enganada, a personagem em si tinha muito a ser explorado e poderia ter surpreendido, porém fiquei esperando o grande boom e nada aconteceu.
Em contra partida temos um mocinho sem graça, com atitudes idiotas e que me deixou revoltada, pois enquanto que nós temos que ler o livro inteiro para ir compreendendo quem realmente é a “Desconhecida” e o que a liga a George, ele por sua vez já a conhece, sabe seu passado, sabe no que está se metendo e mesmo assim escolhe tomar certas decisões. E o autor não me convenceu que o vínculo que possuam era suficiente para tais atitudes e aceitação. E quando cheguei ao fim da obra e vi aquele final só tive plena certeza do quanto George era estúpido. Minha vontade foi de gritar: SÉRIO ISSO PRODUÇÃO?
De modo geral as ideias para o enredo são boas, o autor teria uma trama sensacional, mas acabou se perdendo e não conseguindo desenvolver de maneira satisfatória. Senti que faltou algo, que a história não atingiu seu ápice.
Ainda assim, se você é fã do gênero e está à procura apenas de um passatempo vale a leitura, apenas não vá com grandes expectativas.
A capa da obra está linda, a diagramação simples, mas bonita, parabéns a Editora Novo Conceito por mais um trabalho bem realizado.
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