O ano em que vivi de literatura

O ano em que vivi de literatura Paulo Scott




Resenhas - O ano em que vivi de literatura


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Vitor 13/05/2020

Um romance fragmentado para um tempo fragmentado
Mais um bom romance de Paulo Scott, um dos melhores escritores brasileiros contemporâneos. O Ano em que Vivi de Literatura apresenta novamente sua linguagem ágil, formalmente perfeita, marcada pelas vírgulas que substituem os pontos e deixam a leitura dinâmica (lembrando, ao longe, a pontuação caudalosa de Saramago).

Tematicamente, o autor trata do Brasil contemporâneo e de suas relações velozes, frugais, superficiais; e mais especificamente da vida de um escritor, recém-vencedor de um vultuoso prêmio literário, preso num ciclo vicioso de sexo, bebedeiras e relações instantâneas. A narrativa, apesar de entrecortada, é bem amarrada no seu todo, e aos poucos forma um mosaico rico e verossímil de seu protagonista; e que casa perfeitamente com a história que se quer contar: um romance fragmentado para um tempo fragmentado, um legítimo romance de nosso tempo.

Mesmo que não tão bom quanto Habitante Irreal (este, além da ótima linguagem do autor, dotado de incrível pulsão narrativa), O Ano em Que Vive de Literatura é mais um bom livro de um dos nossos melhores escritores deste século.
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Aguinaldo 27/01/2016

o ano em que vivi de literatura
O ano de Graciliano, um escritor gaúcho radicado no Rio de Janeiro e narrador de "O ano em que vivi de literatura", é 2011, mas começa mesmo em novembro de 2010, quando encontra por acaso, num elevador de hotel paulista, uma das juradas de um grande prêmio literário. O sujeito eventualmente ganha o tal prêmio (que ele, antes um bom arrivista que um falso intelectual, transforma num apartamento no Humaitá, bairro de classe média carioca). Graciliano passa seu frenético ano de reinado mundano e literário tentando não pensar no livro novo que deveria escrever, trepando e se embebedando sempre que possível e assombrado com as lembranças de uma irmã de quem não tem notícias há vinte e cinco anos. Paulo Scott utiliza parágrafos longos onde registra muito bem tanto o fluxo de consciência de seu protagonista, seu mundo interior e suas dúvidas, quanto os diálogos exaltados que Graciliano mantém com os bizarros personagens que inventou. Ele descreve com sarcasmo tribos urbanas e literárias, hipsters e acadêmicos, jornalistas e blogueiros, editores e cineastas, todos iguais em suas ilusões, superficialidade, ufanismo, incomunicabilidade e inevitável decadência. O ritmo do livro e o protagonista lembram muito "La dolce vita" (de Fellini) e "Celebrity" (de Woody Allen). Assim como nesses dois filmes assistimos o falso glamour de certos ofícios e vidas (as de jornalista ou de cineasta, respectivamente), "O ano em que vivi de literatura" oferece ao leitor um antídoto à ambição de escrever e tornar-se um ícone literário. O livro termina reproduzindo um encontro casual num elevador de hotel, mas agora Graciliano é apenas cortês, não o escritor sedutor e envolvente que encontramos no início do livro, já parece imunizado do torpor que o cegava, parece ter se apercebido antes que os demais os desdobramentos inevitáveis de uma vida de auto-engano.
[início: 05/11/2015 - 09/11/2015]
"O ano em que vivi de literatura", Paulo Scott, Rio de Janeiro: editora Foz, 1a. edição (2015), brochura 14x23 cm., 253 págs., ISBN: 978-85- 66023-25-1

site: http://guinamedici.blogspot.com.br/2015/12/o-ano-em-que-vivi-de-literatura.html
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Eduardo 07/04/2020

Confesso que li o livro o tempo todo pensando que talvez eu não fosse exatamente o público que iria gostar desse tipo de narrativa. O livro tem um aspecto interessante que é retratar as instituições e pessoas ligadas ao campo literário no Brasil (críticos, editores, escritores, professores universitários etc). Acompanhei um tanto desinteressado as inúmeras cenas de porralouquice do personagem, e achei o seu tédio entediante. Talvez seja um livro que interesse mais a quem se choque com o que é narrado ou, pelo contrário, que se identifique mais com narrador-personagem.
Pelo estilo de narrar e por contar a história de um homem adulto com dificuldades de ingressar na vida adulta, lembrei bastante dos livros do Daniel Galera, um autor que não gosto muito e que, inclusive, está na lista de agradecimentos do livro.
Aline164 29/07/2023minha estante
Hmmm, estou tendo a sensação de que vou odiar hahaha, mas vou ler mesmo assim para depois tirar algum tipo de conclusão.




Dude 31/05/2019

Sem
No começo achei pretensioso demais para uma história banal. Novelinha de crise de identidade misturada com modernidade urbana.Depois foi melhorando a ponto de eu recomendar.
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