A Filosofia na Alcova

A Filosofia na Alcova Marquês de Sade




Resenhas - A Filosofia na Alcova


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Jackson240784 21/05/2023

Em um quarto repleto de divãs, almofadas, lençóis e cetins, a jovem Eugênia é guiada pelo experiente Dolmancé e pela senhora de Saint?Ange nas artes da libertinagem.
Erotismo, ideologias libertárias e submissão se misturam, assim como os corpos nus dos três amantes, na obra máxima do mestre do sadismo.
Um romance denegrindo a moral e os bons costumes onde exalta que o prazer, mesmo que sobre as custas da dor alheia, deve ser aceito e venerado como correto e natural.
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Lee 11/01/2009

Uma verdadeira obra prima da literatura francesa, vale lembrar que se trata de uma obra do único Marques de Sades, um escritor muito alem de seu tempo!
Muito alem de meras perversões e compilação de crimes, Sades mergulha em uma analise lógico racional sobre a questão do vicio e da virtude, questiona a moral vigente em sua sociedade enquanto abre caminhos, tanto intelectualmente quanto fisicamente, em Eugenie.
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Ângelo Von Clemente 20/04/2014

Palavras não tenho que descreva tamanha infâmia.
Obra condiz inteiramente com a fama de seu referido autor, sendo ela considerada por muitos como uma de suas mais ''leves'' no que diz respeito a depravação. Pessoalmente eu NÃO ACONSELHO tal leitura a absolutamente ninguém, salvo estudantes de psicologia e semelhantes áreas, pois a referida obra apresenta um conteúdo verdadeiramente bárbaro, mesmo se analisada sobre um ponto de vista critico e dentro de seu respectivo contexto histórico. Rogo aos leitores que pretendem ler tal obra somente por curiosidade que se desfaçam imediatamente de tal desejo, pois que o conteúdo aqui apresentado é inapropriado desde a primeira página. Não sou defensor do puritanismo, tampouco sou provido de preconceitos religiosos como muitos poderão supor pela resenha que aqui apresento, isto é algo que quero esclarecer antes de tudo. Para os leitores curiosos tentarei resumir os temas abordados nesta obra, arriscando-me assim a faze-lo de forma artificial... O autor nos faz querer crer a todo o custo que a perversão e a imoralidade são características inatas a todo o ser humano e respectivamente a natureza, ao decorrer de sua narrativa ele faz aberta e feroz apologia ao crime em todas as suas formas imagináveis, podendo citar dentre elas: O estupro, o assassinato, o infanticídio o parricídio, a sodomia, o roubo, a pedofilia e dentre outras variadas formas de depravação humana.
Analisando bem a vida do autor não resta dúvidas acerca do motivo de seus incontáveis anos de carcere e em instituições psiquiátricas (Perdoem-me a forma de me expressar, mas és um verdadeiro asno imbecil aquele que vier defender-lhe a moral, cousa que ele desdenhosamente se orgulha de nunca ter tido ao decorrer de toda a sua vida)De minha parte somente tenho a dizer: Acho realmente uma pena que tal individuo não tenha desfalecido na prisão da Bastilha.
De fato o Marquês de Sade era um homem cuja mentalidade se encontrava muito a frente de seu tempo, e que em suas obras geralmente são abordadas questões ideológicas e criticas demasiadamente relevantes até certo grau, tendo também em uma possível tentativa de defesa sua a questão do contexto histórico. Apesar das questões morais e filosóficas levantadas em suas obras, não pude eu compreender a que se atribui a suposta genialidade do ''diviníssimo marquês''
Ignorância em demasia de minha parte, dirão os árduos defensores desse ''filosofo brilhante e incompreendido''
Não querendo desmerecer a estes últimos, muito pelo contrário, visto que a opinião de cada um deve ser devidamente respeitada.
O que pretendo ao realizar esta resenha é justamente expor aqui os meus pensamentos, e espero não ter problemas ao faze-lo.

Gostaria enfim de concluir o meu raciocínio com uma pequena advertência, e com alguns poucos trechos da obra para que os leitores possam melhor apreciar em que me baseio para dar tal opinião.

Primeiro a advertência:

Aos seres sensíveis, verdadeiramente humanos e dotados de um sentimento raro denominado empatia: Rogo-lhes de toda a alma que jamais tenham a curiosidade de folhear algo que seja da autoria deste autor, visto que o conteúdo abordado em suas obras é extremamente pernicioso e pode chocar espíritos puros e desavisados.

Aos estudantes do ramo da psicologia e leitores interessados em se aperfeiçoar no estudo do comportamento humano em geral: Desejo-lhes prudencia e acima de tudo estomago para desbravar as obras deste individuo tão contraditório. Garanto-lhes que aqui terão um vasto conteúdo para ser analisado acerca do funcionamento da mente de um maniaco depravado e extremamente perturbado que se utiliza avidamente do sarcasmo e da ironia no intuito de realizar criticas sociais que imediatamente perdem o valor (dentro da minha concepção, que os senhores podem interpretar como bem entenderem) graças a demência de quem as tenta solidificar.

Poderia eu prolongar muito mais a discussão acerca da presente obra e de respectivo seu autor, entretanto acredito que tal coisa não seja necessária, visto que eu me tornaria por demasiado repetitivo em minha analise. Aceito de bom grado o esteriótipo de ''você não compreendeu o sentido da obra ou não soube interpretar o autor'' Em minha defesa digo unicamente que me prestei a algo que muitos não tem a coragem de fazer; A de expor minhas opiniões sem medo da critica.


Para finalizar tenho aqui alguns trechos que mais chamaram minha atenção e mais me indignaram na presente obra aqui discutida, muitos dos quais eu uso como fundamentação para as minhas criticas:

-

''Em uma palavra, ouso sustentar que o incesto deveria ser a lei em todo o governo cuja base fosse a fraternidade


''É, entretanto, absolutamente certo que o estupro, ação tão rara e tão difícil de provar, prejudica menos ao próximo que o roubo. Esta
invade a propriedade, aquele limita-se a deteriorá-la. Que podereis responder ao autor do estupro quando ele lhe provar que o mal que praticou é, de fato, bem medíocre, pois ele não fez nada mais que colocar o objeto de que abusou no estado em que logo seria colocado pelo casamento ou pelo amor?''


'' A sodomia é um vício de organização e em nada contribuímos para semelhante organização. Desde a mais tenra data, há meninos que sentem essa inclinação e que nunca se corrigirão. As vezes é fruto da sociedade, mas mesmo nesse caso pertence à natureza; sob todos
os aspectos, é obra da natureza e em qualquer caso o que ela inspira deve ser respeitado pelos homens


''É, pois, superior às forças humanas poder provar que existe crime na pretensa destruição de uma criatura de qualquer idade, sexo ou espécie''


''Quem, senão a natureza, nos aconselha os ódios pessoais, as vinganças, as guerras, enfim, todas as causas de perpétuo assassínio? Ora, se ela nos aconselha é porque disso necessita. Como podemos, em conseqüência, nos supor culpados para com ela, se não fazemos mais do que segui-la? Já dissemos mais do que o necessário, para convencer qualquer leitor esclarecido, de que é impossível ultrajar a natureza com o assassínio.''


''A bondade não passa de uma fraqueza que a ingratidão e a impertinência dos fracos forçam sempre os que a praticam a se arrepender''


''Todos os homens têm, pois, um direito de gozo idêntico sobre
todas as mulheres. Não há, pois, um único homem que, em face das leis da natureza, possa ter sobre uma mulher um direito único e pessoal. A lei que as obrigará a se prostituir quando quisermos, nas casas de deboche de que falamos, e que as obrigará a frequentá-las caso a isso se recusem, que as punirá se faltarem um só dia, será, pois, uma lei das mais equitativas e contra a
qual não se poderá invocar nenhum motivo legítimo ou justo

(2) Não venham dizer que me contradigo, aqui; é que, depois de afirmar que não fartas o
direito de ligar a nós uma mulher, eu destruo esses princípios dizendo que temos o direito de constrangê-la; repito que tratamos do prazer e não da propriedade; não tenho direito de propriedade sobre uma carta forte que encontro em meu caminho mas tenho direito de
nela saciar minha sede aproveitando da água límpida que se oferece a meu destrate; assim também não tenho direito de propriedade sobre as mulheres mas, em função de meu prazer, posso constrangê-las a me satisfazerem caso queiram se recusar.''


''Um homem que desejar possuir uma mulher ou donzela poderá, pois, se estas justas leis vigorarem, intimá-la a comparecer a uma destas casas e lá, sob as visitas das matronas que regerão este templo de Vênus, ela lhe será entregue e terá que satisfazer, com humildade e submissão, todos seus caprichos, por mais estranhos e irregulares que possam ser; pois não há nenhum que não esteja no sistema da natureza, que ela não aceite. Teríamos que pensar na fixação das idades, é verdade. Sou de opinião que não se deve estabelecer nenhum limite; seria restringir a liberdade daquele que desejasse gozar uma menina, por exemplo. Quem tem o direito de comer o fruto de uma árvore pode, sem duvida, colhê-lo verde ou maduro, segundo as inspirações de seu gosto. Mas, objetar-nos-ão, há uma idade em que a saúde da jovem pode ser prejudicada pelas ações do homem. Esta consideração não tem nenhum valor: desde que me dais o direito de propriedade do gozo, este direito é independente dos efeitos que sua prática produz; é absolutamente indiferente que seu uso seja vantajoso ou prejudicial para o objeto que a ela deve se submeter. já não provei que é legal obrigar uma mulher a esse respeito e que, assim que ela desperte o desejo de ser possuída, deve submeter-se a ele, pondo de parte todo sentimento egoísta? O mesmo acontece com sua saúde. Desde que as considerações que se tenham a esse respeito possam destruir ou enfraquecer o prazer daquele que a deseje, e que tem o direito de dela se apropriar, este cuidado com a idade se torna inútil, porque não se trata aqui, absolutamente, de saber o que sente o objeto condenado pela natureza e pela lei à satisfação momentânea dos desejos alheios. Não se trata neste exame senão daquilo que convém a quem deseja. Mas nós restabeleceremos a balança''


P.S: Os trechos escolhidos são consideravelmente amenos se comparados com o restante do livro, e foram escolhidos quase aleatoriamente ao longo da leitura para dar uma noção geral da mentalidade do autor.
Keylla 28/12/2015minha estante
Adorei sua resenha. Muito coerente. Já tentei ler "OS 120 dias de sodoma" por duas vezes e acabei abandonando. Não dá.
Seguirei sua primeira advertência.


Garrit 08/04/2019minha estante
Vi o livro em promoção, e o autor sempre me despertou curiosidade. Agradeço por expor parte do conteúdo. Seguirei seu alerta e me voltarei para outros autores. Excelente resenha!




Haylane.Rodrigues 15/06/2011

Ironicamente chego a conclusão que o que há de mais perverso é punir um indivíduo com os rigores da lei e da moralidade vigente, quando esse alguém não vive sujeito a tal.

No ano seguinte após ser libertado da pena de morte em Carmes, onde era prisioneiro, Sade publica clandestinamente "La philosophie dans le boudoir" e sai "descabaçando" geral: virgens, jardineiros, adúlteros, pederastas, monarquistas e judeus. Sade arrebenta.

Um livro para múltiplos orgasmos... filosóficos.
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Andre.Crespo 08/08/2011

Quando a moral não tem vez
Marquês de Sade. Para muitos, esse nome é símbolo de tudo o que há de corrupto, sujo e indecente numa pessoa. Para outros, como eu, um exemplo de um homem atemporal, infinitamente a frente de sua época, e por que não, ainda mesmo da época atual. Sua enorme incompreensão até os dias de hoje demonstra isso.

Mesmo muito conhecido, Sade é pouco lido. E muitíssimo menos lido é esse "A Filosofia na Alcova". Neste livro, encontrei o Sade na forma que esperava: um crítico imperdoável e mordaz de valores retrógrados como a religião, a nobreza, o moralismo e todo o pudor hipócrita e besta da sociedade.

Calcando-se em uma prosa atraente e fluida, composta apenas de diálogos, Sade nos mostra como três pervertidos natos tentam - e aos poucos conseguem - converter uma garota ingênua, na flor da idade, numa perfeita meretriz, ou seja, numa puta, destruindo todos os ensinamentos errados que havia recebido de sua mãe.

Através de seus personagens, o Marquês destila os seus pontos de vista, atacando todo o tipo de hipocrisia, seja ela religiosa, moral ou política. Mesmo que em algumas partes ele caia no "discursismo", o Marquês consegue chegar a seu objetivo: destruir todo o tipo de falso ou verdadeiro moralismo que possa existir.

Dedicado aos "voluptuosos de todas as idades e de todos os sexos", como Sade diz em seu prólogo, "A Filosofia na Alcova" posssui diálogos poderosos, o que mantém o livro hilário em sua maior parte. É com maestria que o Marquês consegue destilar todo o seu saudável deboche de forma sadia, e claro, menos pornograficamente impossível.
Clio0 04/11/2011minha estante
Comparativamente, a pornografia de Sade dificilmente se equipararia a relatos de costume, ou mesmo ao atual modus vivandis. Após ler esse livro, fica-se claro que a polêmica de Sade deveu-se muito mais ao seu ataque social do que ao conteúdo erótico de seus escritos.




déia mack 06/06/2009

O perversor
Marquês de Sade é um personagem polêmico na história da literatura, e até hoje várias histórias controversas tentam definir quem foi este homem. Mas o que não se pode negar é que ele possuía o dom da oratória, neste livro picante discute filosofia, chegando até mesmo a chocar os leitores mais "moderninhos". Leiam, leiam muito, mas leiam sem preconceitos!!!
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Icaro.Jatoba 01/12/2020

Assustador e excitante. Li o livro editado pela Esquina Editora em 1980.
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robertablo 29/12/2011

O horror
Sade tem o dom da escrita, mas o usou para depreciar todos as virtudes e morais que existem na sociedade. Estupro, incesto, assassinatos, tortura, roubo, etc., tudo é correto. Tudo pode. Tudo deve ser difundido e apreciado. Ele usa como principal argumento que se algo está presente na natureza, este algo é correto. E ainda não mede palavras para criticar as boas morais, sentimentos de piedade e sobretudo, religião.

A única coisa interessante é você ter praticamente todas as suas morais criticadas e entender o raciocínio por trás destes pensamentos. Como uma pessoa que defende tortura o faz. Mas fora isso, o livro é chocante (no mau sentido), asqueroso.
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Steph.Mostav 16/01/2022

Os infortúnios da virtude e as prosperidades do vício
[TW: estupro, pedofilia, tortura]

Com sua obra, Sade combate o idealismo sentimental de boa parte dos romances de seu século através da paródia. Suas críticas atingem em cheio a sociedade da época, principalmente através dos personagens virtuosos, que sempre sofrem nas mãos dos libertinos como suas vítimas. Assim como o prazer desses libertinos se dá através do sofrimento dos virtuosos, valores como virtude, sensibilidade e boa moralidade são sempre atacados em discursos nos quais as vítimas ocupam o lugar do "outro" e o discurso preponderante é sempre dos algozes, os libertinos.

"De modo geral, ocorre o seguinte nos romances de Sade: contam-se duas histórias paralelas (e complementares) que se cruzam, se entremeiam: a dos infortúnios da virtude e a das prosperidades do vício."

Eugénie, a protagonista do livro, é educada segundo os valores de todo bom libertino por seus preceptores e passa por um arco de corrupção ao longo do livro para tornar-se um modelo segundo o que Sade considera uma pessoa fiel à própria natureza, que não distingue as boas das más ações. Para isso, deve eliminar tudo que se interpõe entre ela e sua felicidade, que para Sade é a luxúria e a satisfação carnal.

"Nesse sentido, o que se vê em A filosofia na alcova é uma educação pelo avesso. Uma “deseducação” em que os costumes e a religião são desqualificados de suas funções seculares de tornar os indivíduos felizes. Não conseguiram, pensa Sade. Jamais conseguirão porque seus princípios estão assentados em bases falsas. Deus não existe e a virtude é uma quimera."

Não é para menos que essa educação sexual e filosófica, além de política, ocorre na alcova, localizada entre um ambiente de conversação, o salão, e o de amor, que é o quarto. Isso porque, além das peripécias sexuais do grupo, Eugénie também é ensinada dos valores morais que devem ser empregados pelos republicanos caso queiram que seu sistema político progrida e se mantenha.

"Para Sade, a consagração definitiva de um Estado revolucionário não é possível sem que a sociedade sofra uma radical transformação na qual a libertinagem dos costumes representa o principal motor. A moral, aqui, só faz sentido se orientar as ações humanas para uma felicidade que só se traduz pela prática das mais variadas formas de prazer e de crueldade, e pela realização de todas as fantasias do indivíduo."

O sistema sadiano depende do outro, o virtuoso, para que o libertino alcance a satisfação sexual e, portanto, a felicidade de acordo com sua noção de natureza. Quem visa o bem só alcança a alegria de maneira indireta, através do deleite do outro. Só quem manifesta seus relacionamentos através da crueldade egoísta pode alcançar o verdadeiro contentamento e é assim que se constrói a bipolaridade libertino/vítima.

"Tese central do pensamento materialista sadiano. Destruição em nome da transmutação ou do movimento perpétuo. O que autoriza a violência do libertino é, pois, um saber: uma filosofia da natureza. Assim, o assassino ajuda a natureza porque lhe fornece efetivamente a matéria-prima para as suas reconstruções. Prestando este “serviço” à natureza, ele participa ativamente da circulação geral das espécies no sentido de sua renovação energética. Nada se perde. Transmutação não é destruição."
Anne L. 17/01/2022minha estante
que resenha, amiga! Já quero ler


Steph.Mostav 17/01/2022minha estante
Achei o livro muito bom, só não funciona para quem é muito sensível porque as crueldades são muito explícitas e gráficas




RuLopes 08/02/2013

Inusitado.
Marquês de Sade provou que é sim, a frente de seu tempo.

Para ele, não existem tabus.. O que é Deus? Nada além de um empecilho para os virtuosos se renderem a libertinagem. E eu, devo concordar com muitos, ele é o rei da dissertação. Sua oratória é convincente e plausível. Para ele não existem categorias no sexo, apenas prazer. Orgia? Sodoma? Sadomasoquismo? É apenas prazer, o gozo mais puro e natural que foi concedido pela natureza e que deve ser usufruído por todos.

Ele expressa toda sua opinião devassa e ateísta através de seu personagem Dolmancé. O Marquês é perverso e incrivelmente genial. Amei esse livro, em cada página. Uma obra prima da literatura francesa sem dúvida.

Eugenie se tornou apenas uma arma para mostrar verdadeiramente como a virtude é corrompível. É erótico, depravado e cruel.
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leonardo.capis 24/06/2021

Ao ouvirmos o nome de Marquês de Sade, o sadismo, o sadomasoquismo, a libertinagem e a imoralidade são maquinalmente associados à figura do autor. Em "A filosofia na alcova", livro que encontrei quando procurava por "Os 120 dias de Sodoma" (o qual não pretendo mais ler), Sade, utilizando-se dos diálogos de seus personagens, busca expor sua filosofia moral (ou imoral), argumentando que os costumes convencionados são antinaturais e devem ser totalmente modificados, atropelando qualquer coisa que se oponha às forças que ele chama de “naturais”.

A história gira em torno de Madame de Saint-Ange e Dolmancé, ambos libertinos pervertidos que tem em suas mãos a oportunidade de passar seus “ensinamentos” à Eugênia, uma adolescente que vai ao encontro de Madame de Saint-Ange sem saber o que a espera. Em meio a teoria, Eugênia assiste e participa de atos libidinosos comandados pelo sodomita Dolmancé com o auxílio de Mme de Saint-Ange. Apesar de um pequeno susto inicial, Eugênia assimila e encontra um grande prazer nas falas de seus preceptores e nos atos a que é submetida.

Sade infestou o romance com elementos que fizeram sua fama: sodomia, incesto e sadismo, para citar alguns, estão fortemente presentes nas cenas entre os personagens. Os atos são descritos de forma detalhada, e apesar de inicialmente serem um pouco chocantes, mais tarde se tornam enfadonhos. À certa altura eu estava odiando aquela Eugênia! Algumas falas dentro daquele bacanal, confesso, me fizeram rir. O livro é quase inteiro em diálogos, com poucos capítulos.

"A filosofia na alcova" muito provavelmente será o único livro do Marquês de Sade que eu terei lido. E digo isso gostando do livro, apesar de tudo. Explico: ao fim, o romance me passou a ideia de que fora escrito por alguém com alguma desordem mental, e não pelos depravados comportamentos sexuais, mas por sua filosofia absolutamente egocêntrica (o prazer próprio acima de tudo) e o desejo genuíno de que seu país a adotasse para se transformar em algo melhor, algo que não dá, em sã consciência, para levar a sério. Ainda assim, merece ser lido – uma vez.

site: https://trincheirasdoocio.wordpress.com/2021/01/19/a-filosofia-na-alcova-os-preceptores-imorais/
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Henrique 07/04/2014

A história é bem simples: um casal de irmãos (inclusive rola um caso entre os dois) trama uma emboscada para envolver sua visita, uma adolescente de 16 anos, num esquema em que serão ensinadas a ela, na teoria e na prática, as mais depravadas formas de desfrutar o sexo. Para servir de professor, eles solicitam os préstimos do indivíduo mais libertino, cruel, imoral, cínico e incrédulo, que conhecem.

A Filosofia na Alcova exige que você, durante a sua leitura, suspenda todos os seus bloqueios morais. Nesse livro, falava-se naturalmente de incesto, orgia, devassidão, sodomia, além disso, defende-se o ateísmo, pedofilia, assassinato, parricídio, infanticídio (entendido no sentido mais amplo e não no sentido estrito do código penal). Isso tudo no final do século XVIII, quando foi publicado! Imagina a repercussão à época! O livro é pesado até para os dias de hoje. Sentimos certo desconforto ao lê-lo. E dizem que não é o mais pesado, nem o mais cruel, do Marquês de Sade, hem!

A despeito do peso do tema, não deixe de ler o livro. A narrativa é fluida, o texto do Marquês de Sade é muito bom: ótimas metáforas, engraçado, dinâmico, elegante (apesar dos palavrões). Sou suspeito porque gosto muito do estilo de escrita do autor; até tento, nesse aspecto, me inspirar um pouco nele, e admito certa influência sua no meu estilo. E o sarcasmo fino e o senso de humor? Rio muito lendo suas obras.

E não pense que o livro é vazio. Ele usa o sexo e a depravação moral para criticar as instituições, a sociedade e os costumes franceses de seu tempo.

Respire fundo e leia.

P.S.: Escrevo contos e poemas eróticos. Caso se interesse, acesse o link abaixo.

site: http://apenaobscena.blogspot.com.br/
Dennis.Lurm 30/08/2016minha estante
Assisti no último fim de semana o espetáculo " Os 120 Dias de Sodoma" dogrupo Satyros e fiquei perplexo com o texto, não conheço a obra de Sade e com certeza irei ler ! você já viu esse espetáculo? recomendo !




Argemiro 07/08/2013

Opinião sobre a leitura desse livro
Livro de linguajar pesado, e de filosofia contraria a moral, decência, religião e bom senso, realmente este livro comprova a fama do autor, aconselho prudência ao lê.
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