Ketma 10/11/2021
Há vida após fracasso?
Já fazia muito tempo desde meu último contato com um livro da Marian, mas se alguém me perguntar quem é minha autora favorita, eu sempre digo Marian Keyes. A escrita dela é como um abraço de mãe. Seus personagens são estranhamente mundanos e fascinantes. E eu simplesmente amo como ela consegue nos ensinar algo de forma sutil e bem humorada.
"A mulher que roubou a minha vida" pode não ser o melhor livro da autora, mas ele trás um pouco de cada elemento que faz as obras da Marian tão únicas.
Stella, a protagonista, é uma mulher de meia idade, com dois filhos e tentando salvar um casamento que já deu o que tinha que dá, quando, de repente, vê seu mundo virar de cabeça pra baixo por uma doença misteriosa. A partir desse evento tão traumático ela tem a chance de viver outra vida, muito mais emocionante e glamourosa (ou quase). Ela vai do inferno ao céu e bom... de volta a Terra.
A Marian, durante a leitura, me fez refletir sobre:
(1) As coisas mais simples do nosso cotidiano são as que mais fazem falta. "Ser capaz de coçar a sola do meu pé usando o dedão do outro pé representa nada menos que um milagre" Trecho de "Uma piscada de cada vez" (Que por sinal, queria na minha estante).
(2) A mutabilidade das coisas. Estamos sempre procurando por estabilidade, mas a vida é uma montanha-russa. Precisamos aceitar nossas quedas tanto quanto nossas escaladas.
Fracassar é a chance para um recomeço.