Mulheres de Cinza

Mulheres de Cinza Mia Couto




Resenhas - Mulheres de Cinza


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Ricardo.Borges 12/02/2022

Mulheres de cinza
Do autor, eu já havia lido ?Terra sonâmbula?, então estava um pouco preparado para o ritmo desta leitura, poética, envolvente, misteriosa (um mistério quanto ao rico e diferente cenário cultural africano, na verdade, não o mistério regado por suspense). Logo no começo, fui atingido por vários trechos realmente impactantes (?- e a outra dor, mãe? - que outra? - a dor da alma.? ou ?gosto de cinza, faz-me lembrar os anjos, não sei porquê?.), enquanto a história se construía demoradamente como uma dura fantasia real. Na maior parte do livro, o enredo se desenrola entre uma provável e temida invasão da aldeia e pelas cartas numeradas do sargento, sempre regado por muitas outras frases fortes (?as lembranças escuras são como abismos: ninguém se deve debruçar nelas?.) e, também, com o fortalecimento dos personagens, especialmente Imani que, durante a trama, narra e vivencia algumas tragédias e se fortalece entre suas crenças e seus conflitos pessoais (?como tornar-se uma só criatura??), culminando em um final que deixa um ?gostinho de quero mais? para continuar a leitura dos outros livros da trilogia.
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Maria/May 18/01/2023

Mia Couto tem uma característica em usar muito da poesia para escrever, tanto no decorrer do livro quanto nas próprias falas das personagens. Isso faz com que a leitura dele seja diferente e ao mesmo tempo, minuciosa, para entender corretamente o que ele diz.

O livro é bem diferente do que estou acostumada, a começar pela localização e pela cultura dos povos locais. Além disso, por se tratar do final dos século XIX, precisamos nos inserir nesse tempo para poder compreender a história, principalmente por se tratar de uma guerra entre colônia e colonizados.

Por fim, recomendo a leitura, principalmente se você sempre lê livros brasileiros ou estadunidenses.
Um Leitor 11/12/2023minha estante
Essa prosa-poética de Mia Couto foi o que mais me impressionou na leitura. Estou louco para ler o próximo.




Dani Ramos 11/05/2017

Todos deveriam ler!
Achei a leitura complexa, mas ao mesmo tempo, intrigante! Você se depara como era a vida dos negros, como eles são usados e manipulados facilmente pelo opressor mais forte. Imani, é uma jovem de 15 anos, mas que para mim, ela transmite uma sabedoria e conhecimento além da sua idade. Sua inteligência e capacidade de falar português fluente e até escrever, mostra como é perspicaz e madura.
Imani explica que seu nome, "não é um nome". E que em sua língua materna "imani" quer dizer "quem é?". Bate-se na porta, e do outro lado, alguém indaga: - Imani?
A cada capítulo, você aprende mais e mais! É incrível como achamos que sabemos das coisas, culturas e povos. Que somos os melhores e inteligentes. O que mais me afetou nesta leitura, foi a simplicidade e pureza de Imani. Seus olhos bondosos e profundos. E que não importa aonde você nasça, você pode ser sim, alguém diferente e buscar o seu futuro. Eu super aconselho a leitura para quem gosta de aprofundar seus conhecimentos! O livro é muito bom.

site: https://www.instagram.com/leituraazul/
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Carolina 20/01/2021

Já havia lido outro livro do Mia Couto. Este, o primeiro de uma trilogia, é ambientado no fim do século XIX, em Moçambique, em pleno período colonial.
A história é contada através de duas perspectivas: Imani, uma jovem moçambicana que foi criada em uma pequena vila e domina a língua portuguesa. E, Germano, um sargento português enviado para Nkokolani, a vila na qual Imani morava.
Através de narrativas entremeadas entre os dois personagens, conhecemos um pouco mais sobre a cultura moçambicana, a violência da guerra e da colonização e das perspectivas de cada um sobre o mundo.
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Sabryelle Torres 09/09/2018

É uma história que traz como pano de fundo o contexto histórico-cultural da Africa no final do século XIX, dessa forma acompanhamos a luta entre portugueses e africanos pela região de Gaza. Há no decorrer do enredo a visão de dois personagens totalmente distintos como o Sargento e a protagonista Imani, é muito interessante ver como ambos colocam os mesmos fatos dentro de contextos diferentes. É um livro construído a partir de muitas metáforas, que ampliam a interpretação dos fatos, e mostram a profundidade cultural de cada um. Em alguns momentos me lembrou Iracema de José Alencar.
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Mary Manzolli 11/07/2021

Imersão na cultura africana
Mulheres de Cinzas é o primeiro romance histórico, da trilogia "As areias do Imperador", obra em que Mia Couto nos leva à Moçambique, durante a colonização portuguesa, para nos contar a história do império de Gaza, o segundo maior império africano liderado por um nativo, cujo último monarca foi Ngungunyane, e sua luta contra os avanços da dominação portuguesa, que lá chegando se impuseram como donos de terras habitadas desde sempre pelo povo nativo.
A história é contada através dos olhares da jovem Imani, nativa da tribo dos VaChopi, uma das poucas tribos que se opôs ao imperador, apoiando, assim, a colonização portuguesa, e do sargento português Germano de Melo, mandado ao vilarejo para lutar contra o imperador Ngungunyane.
É uma imersão na cultura, tradições e crenças de um povo e também é sobre resistência em não permitir que as histórias dos verdadeiros donos daquelas terras fossem apagadas pela invasão do homem branco, sem perder o lirismo, a poesia e a leveza.
Mia Couto mistura história, folclores e feitiçarias ao mesmo tempo em que narra todos os horrores da guerra, de modo que nos choca e nos apazígua a alma simultaneamente e nos leva à reflexão de que não obstante os corpos possam ser escravizados, o espírito sempre será livre.
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