Tsugumi

Tsugumi Banana Yoshimoto




Resenhas - Tsugumi


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Andre.28 08/08/2020

Nostalgia na cidade: a sutileza e sensibilidade de Banana Yoshimoto
A nostalgia é um sentimento humano, que vez ou outra, nós podemos experimentar. Esse sentimento também pode nos remeter a um valor significativo diante de nossa transitória existência. Simbolismos de uma juventude que vai amadurecendo, a luz da sensibilidade de a amizade. O tempo que trás para nós as sensações que outrora não havíamos percebido no passado. Tsugumi segundo romance escrito pela autora japonesa Banana Yoshimoto e publicado em 1989, tem todos os referenciais de uma trama simples, sutil, sensível que estampa a nostalgia da juventude japonesa.

Narrado em primeira pessoa por Maria Shirakawa, uma jovem de 19 anos de idade, que sai da sua cidade natal na península de Izu para iniciar vida universitária em Tóquio. Recém-chegada em Tóquio, Maria não consegue esquecer os momentos felizes que viveu na cidade sua cidade natal. Em passagens nostálgicas Maria vai relembrando o ar litorâneo da pequena cidade. Na medida em que conta a história, Maria rememora a sua infância e parte da adolescência com as suas primas: Yoko Yamamoto e Tsugumi Yamamoto (a personagem título desse livro), passagens que vão desde suas caminhadas a beira mar até a vida cotidiana na pensão Yamamoto e os ataques de mal humor de Tsugumi.

As memórias de Maria Shirakawa são marcadas pela sua prima, Tsugumi, uma jovem belíssima de seus 17 anos que sofre de uma doença crônica que praticamente a fragiliza e a mantém em contínuo estado de risco de vida. A saúde debilitada de Tsugumi não consegue destituí-la de uma personalidade despótica, pouco sensível e até certo ponto, cruel. Tsugumi não é delicada, e suas virtudes estão mais escondidas numa personalidade irritadiça e sem paciência. Para as pessoas conviverem com ela – sejam parentes e amigos –, são requisitadas quantidades gigantescas de paciência e resignação. Maria e Yoko mantém um relacionamento de contrastes com Tsugumi. Uma mistura de brincadeiras, sensibilidade e pitadas “estranhamento” tortuoso entre amigas. Nas últimas férias de verão Maria volta sua cidade natal – a convite de Tsugumi – para uma espécie de despedida nostálgica. Entre as caminhadas na areia com o cão Poti, Maria viverá dias incríveis com suas primas, num tom de melancolia e congraçamento da juventude partilhada.

Banana Yoshimoto nós brinda com personagens femininas fortes, sutis e carregadas de sensibilidade. Uma narrativa simples, completamente banhada de nostalgia, com reflexões sobre a juventude e sensibilidade aguçada. Os escritores japoneses têm muito disso: não é necessária a explicação complexa, apenas a escrita simples e carregada de simbolismo, com a certeira dose de sutileza. O poder da imaginação, da interpretação caberá ao leitor. Esse tom nostálgico, a dualidade entre a “cidade grande” e a “cidade pequena”, as saudades de um passado cheio de um repertorio de emoções percorre toda a trama. Um retrato agridoce da juventude. Não é a toa que a Banana Yoshimoto é uma das minhas escritoras favoritas. Amo pouco? (risos)
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Yuri Ferreira 04/07/2021

Falta de coragem e personagens insuportáveis de chatos.
Ler "Tsugumi" depois de ter passado pela experiência íntima, profunda e bela de "Kitchen" é quase agonizante. Digo isso com um peso enorme, pois fiquei apaixonado pela escrita da Banana Yoshimoto depois de ler seu primeiro livro. O que é irônico, visto que "Tsugumi" tem mais cara de primeira obra que "Kitchen"; não pelos temas abordados, mas sim pelo desenvolvimento superficial de suas personagens e pelas más escolhas narrativas.

Maria, a protagonista do livro, consegue ser uma placa sinalizadora esquecida, numa curva mal iluminada de uma estrada qualquer, de tão desinteressante e simples que a personagem é; o que, de certa forma, explica o título do livro ser o nome da personagem (e talvez verdadeira protagonista da obra) que apresenta mais destaque e desenvolvimento (que às vezes tropeça um pouco na hora de fazer escolhas importantes para o fluxo da história, mas já chego nessa parte).

Enquanto em "Kitchen" Banana mostrou seu extraordinário potencial, arriscando de maneira inusitada em assuntos como morte, luto e companhia (com um toque de representatividade e comentários sociopolíticos), em "Tsugumi" ela se retrai, talvez numa tentativa de ser mais autobiográfica, olhando para si mesma, como dito no posfácio da autora. O que, de maneira alguma, seria um problema... se o livro ao menos se assumisse desse jeito. A diferença de potência e nível de escrita entre os dois livros chega a soar bizarra.

Voltando para os personagens. Maria já tem, basicamente, todos os seus problemas resolvidos. Mesmo com uma família completamente bagunçada (pai amante, mãe triste, prima bizarra), ela consegue ter TODAS as soluções narrativas já... resolvidas. Sério, não tem o que dizer da própria protagonista do livro, e muito menos dos outros personagens, que são tão caricatos e estáticos nas suas interações quanto a mesma. O único destaque vai mesmo para a Tsugumi e só porque ela é. aparentemente, um desvio dessa simplicidade preguiçosa dos outros personagens. Digo aparentemente porque, no final, a autora reprime as suas habilidades novamente para nos entregar um desfecho anticlimático; não por não ter feito tal coisa (sem spoilers aqui) com a personagem, mas porque foi completamente expositiva sem necessidade. O que talvez não seja uma surpresa, visto que durante o livro inteiro vemos essa mesma superexposição dos fatos, pensamentos e diálogos nada orgânicos dos personagens.

Esperava ousadia nas decisões importantes e encontrei um tipo de medo - parecido com o de alguém que se procura no escuro - o que me deixa mais triste do que com raiva para ser sincero.

O que resta, então, é um livro que quer ser tudo e nada ao mesmo tempo, ao invés de se entender como obra. É uma pena, pois acredito no potencial da autora.

Ainda assim, poderia ter falado sobre nostalgia, saudade e amor com a mesma intensidade e profundidade de antes. Ou talvez isso seja apenas eu tentando lembrar demais. De uma forma ou de outra, faltou coragem... para nós dois.
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andrealog 29/05/2021

Surpreendente e suave como o Japão deve ser
Descoberta maravilhosa de uma escritora sensível, dona de uma prosa fantástica. Foi meu primeiro livro dela e já estou apaixonada pelas personagens, Mari, Yoko e Tsugumi conquistaram meu coração. Cada uma do seu jeito
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lilaceblue 26/11/2023

Um mergulho no tempo que não volta mais
Tsugumi é um livro tocante, onde não precisa ocorrer muitas coisas na história para transportar quem lê á maresia, aos momentos de um verão que não ocorrerá nunca mais e nas companhias desse tempo.

Sempre tive esse sentimento de, enquanto passo alguma experiência ou momento onde sei que será marcado pelo resto de minha vida, em relembrar exatamente desse fato durante vivo. Pensar que nada será o mesmo (inclusive eu nunca serei também). E o livro traz, banhado em todas as suas páginas, esse sentimento da forma mais nostálgica, sensível e linda. Me senti acolhida em ver tal sentimento melancólico e escrito de forma tão única e admirável.

Além de ser uma história fluida, calma e tocante, repleta de momentos que nos trazem em maioria o saudosismo, ela nos remete detalhadamente com leveza os cenários e momentos descritos.

Amei as notas da autora e da edição. É um livro sobre o amor familiar, nossas interpretações sobre as pessoas, suas doenças, seus sentimentos e uma época e pessoas que não voltam mais (mas que não impede novos começos).
Taís 02/12/2023minha estante
Sábias palavras ?




Vicent 27/12/2021

Tsugumi era cruel.... e agridoce
Pensei que o livro falaria sobre a mudança de cidade de uma pessoa, que saia de sua cidade natal para uma metrópole. Felizmente, para minha surpresa, é bem diferente disso.
Tsugumi fala, na verdade, de despedidas. A protagonista Maria relata diversos momentos de sua vida em que viveu com sua prima, Tsugumi e como foi sua mudança para Tóquio. A autora, então, consegue magistralmente nos passar o sentimento agridoce do viver/morrer. Ao mesmo tempo que Maria tem que lidar com a despedida de sua cidade natal, convive com Tsugumi, que poderia morrer a qualquer momento. Esse sentimento de volatilidade é bem simbolizado pelo verão vivido por Maria e seus amigos em sua cidade, sinal constante de que logo logo veria o outono e tudo acabaria.... Suas descrições e sentimentos nos fazem sentir essa dualidade curiosa de se sentir feliz por viver algo, mas se sentir triste por saber que esse algo é efêmero. Podemos não viver com uma Tsugumi, que pode partir do nada, mas creio que todos temos relações, estados de vida ou bens que sabemos que em breve irão embora. Como lidar com isso? Maria e Tsugumi nos ajudam a pensar e como agradeço a sensibilidade dessa autora.
Por fim, destaco que Tsugumi é uma personagem muito cativante, apesar de ser bem chata!
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Ana 18/12/2021

Despedidas
"Tsugumi" foi minha primeira leitura de Banana Yoshimoto, que parece ser uma autora de destaque na literatura japonesa contemporânea.

O tom da obra é bastante calmo, e tocou meu coração em sua forma delicada e profunda de abordar a temática da despedida.

Em diversos momentos o mais importante não eram os acontecimentos da trama em si - apesar de serem interessantes as idas e vindas das memórias de Maria -, mas sim as descrições de seus sentimentos ao viver seu último verão em sua terra natal.

Do ponto de vista de alguém que teve experiências de despedida, é uma obra que dá palavras àquilo que muitas vezes não conseguimos explicar. E é belo o misto de alívio e melancolia que vem de sua leitura.

Queria parabenizar também a tradução direta do japonês! O texto é fluido e muito belo em português, e sou grata à tradutora (profa. Lica Hashimoto) por isso.
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B.norte 09/01/2021

Leitura rápida
É uma leitura rápida, meio arrastada, mas por incrível que pareça não é cansativa.
É uma descrição da vida cotidiana, com uma escrita leve e bem ao estilo japonês, vida que segue, não tem muitos acontecimentos que nos deixam eufóricos (apenas um), mas depois dele, é novamente, vida que segue...
Pra quem gosta de literatura japonesa e esta acostumado com o tipo de enredo que eu citei, o livro é ok.
Caso contrário, acredito que não irá agradar muito os leitores brasileiros, por não haver muitas reviravoltas e nem grandes conflitos...
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marcelly 15/05/2022

Eu gostaria de dizer pouca coisa, somente para registrar o porquê de um livro com 4 estrelas estar na lista de favoritos. Não é o melhor livro que já li, mas é encantador e envolvente. O motivo dele estar nos meus favoritos talvez seja o motivo de própria autora gostar de ter escrito, o sentimento de nostalgia. Como a narradora, vivi momentos incríveis da minha infância e adolescência no interior com meus primos e avós, então esse livro trazendo a mesma premissa, me fez sentir o gosto de chuva com chocolate quente vendo todo mundo odeia o Chris na sala da minha avó. Como o tempo era gostoso nessa época, enfim, foi por isso que ele entrou nos favoritos. Me fez relembrar e sentir o gosto de coisas gostosas do passado ♡
alice.bardasson 16/05/2022minha estante
??




emma40 28/04/2023

Livro ótimo para se ler no verão
Este foi meu primeiro livro da Banana Yoshimoto e já fiquei muito curiosa para ler os outros livros da autora. Nesse livro ela explora nostalgia, morte, vida e amizade utilizando os pequenos momentos cotidianos de um verão significativo porém passageiro da vida da personagem Maria e da vida de sua prima de gênio forte Tsugumi. Esse livro tem umas das mais bonitas descrições do mar, do céu e de uma cidade no verão, a autora conseguiu captar a essência da estação e o sentimento que às vezes a gente tem de estar experienciando algo significativo no momento em que ele está acontecendo. Por fim amei a edição, é o segundo livro que leio da editora e sempre acho incrível o cuidado que eles têm em explicar elementos da cultura e a qualidade da edição, e o marca-páginas que combina com a capa, recomendo muito.
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Marry dudis 07/07/2021

Tsugumi
Eu não conhecia a autora, o livro tinha uma ideia geral legal,é uma leitura mais confusa e poética,tsugumi passa emoções sem dizer palavras ,uma garota de espírito forte,que não deixar nada a abalar.
E a Maria é a telespectadora das ondas sensitivas de Tsugumi.
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Jéssica Fernandes 08/06/2021

Perfeito! Foi meu primeiro contato com a literatura japonesa e confesso que estou apaixonada!
Fazia muito tempo que não lia um livro que me prendesse TANTO e me remetesse à tantas memórias, principalmente relacionadas ao mar. Que leitura deliciosa e nostálgica!!!!
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Pratelivros 09/04/2021

Uma viagem ao passado com sabor de maresia
Olha, fazia um tempo que eu não lia um livro com uma história me prendia tanto! A obra tem doses de humor, suspense, ação e uma pitadinha de tristeza que nos fazem querer devorar o livro em um dia só, mas ao mesmo tempo saboreá-lo devagar para não perdermos nenhum detalhe.
Nossa personagem principal é Maria Shirakawa, mas o objeto da obra é uma jovem chamada Tsugumi Yamamoto. Durante as 184 páginas, viajamos por lembranças de Maria em sua última viagem de férias de verão de volta à sua cidade natal, onde passou sua infância acompanhada das primas Tsugumi e Yoko. Lá, não há muito mais o que ver senão a Pousada Yamamoto e o mar, peças-chave na obra. A maioria, senão todos, os eventos mais importantes do livro ocorre nessas duas locações.
Por ter nascido com uma saúde muito debilitada, Tsugumi é tratada como uma bonequinha de porcelana. Desde pequena, sua vida é marcada por um entra e sai de hospitais, com febres constantes atrapalhando suas travessuras. Mas isso não a impede de ser encantadoramente um pé no saco. Tsugumi é boca suja, implicante, encrenqueira e está sempre pronta para soltar um comentário ácido sobre alguém, independentemente do momento. Como Maria diz, Tsugumi é o próprio demônio. E essa é sua melhor característica.
Apesar de às vezes cruel, Tsugumi tem uma visão sobre a vida e um senso de justiça admiráveis. Talvez por saber que a qualquer momento pode perecer por uma gripe sequer, ela não desperdiça tempo com amenidades; vai sempre direto ao assunto, doa a quem doer. Foge no meio da noite para passear na praia, arruma briga com os valentões para defender quem gosta, taca uma cadeira em alguém em um momento de raiva (sim, isso acontece mesmo) e arrisca a própria vida para salvar a de alguém que ama.

Para ver a resenha completa, dê uma olhada no blog Pratelivros!

site: https://pratelivros.blogspot.com/2021/04/resenha-tsugumi-banana-yoshimoto.html
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Matheus945 17/05/2020

Relaxante e nostálgico
Nesse meu primeiro contato com a Banana Yoshimoto, devo admitir que já me sinto apaixonado por ela. Esse livro é muito bom e espero poder convencer outras pessoas a lerem essa história.

Tsugumi trás na sua história, que não tem muitas aventuras, uma certa beleza no cotidiano. Ao mostrar como a narradora, Maria, se sente ao voltar pro seu lugar de origem e na iminência de saber que ele não será mais parte da sua família ela demonstra um certo pesar mas também um otimismo. Acredito que todas as pessoas que eventualmente saíram de sua cidade natal, sentem-se dessa forma. É aquela sensação de ?eu nunca mais vou ter essa vida de novo? e ?agradeço por ter estado e vivido aqui, pois foi a partir daqui que construí a minha vida?. E falando assim parece ser um livro pesado ou triste,e até é em alguns momentos, mas também feliz em outros, exatamente como a nostalgia.

A personagem da Tsugumi é um dos grandes focos da narrativa, como o próprio título diz, e de início temos a impressão de que ela é um demônio mesmo, como a própria narradora descreve, mas com o passar do tempo e principalmente desde o retorno da Maria, novas camadas da personagem vão se mostrando, nos fazendo compreender mais do por que ela é do jeito que é. E nossa, como ela é interessante. Até nos seus momentos mais ?malignos?, ela não deixa de ser interessante.

O livro também fala de alguns outros temas como amizade e amor, e não consigo deixar de reforçar o quão agradável esse livro é. Parecia que estava bebendo um longo chá enquanto lia, trazendo um quentinho pra dentro de mim. Recomendo muito.
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Livia Barini 29/04/2022

Esperava mais
O livro conta a história de Tsugumi, mas é narrado por sua prima Maria Shirakawa.
Imaginei que fosse um livro rápido de ler, pois é fininho. Mas acabei demorando para lê-lo. A escrita da autora é lenta, poética. Há descrições e metáforas. Nada excessivo, mas bem diferente dos romances atuais.
Não achei a Tsugumi assim tão má, para mim ela era direta, desbocada e às vezes mal educada, só isso. Não foi um livro que me prendeu, fiquei com a impressão que faltou história.
Parabenizo o trabalho da tradutora, excelente.
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