neo 24/12/2015Eu já vinha ouvindo falar da autora desse livro, V.E. Schwab (ou Victoria Schwab, mas ela só usa o Victoria em seus livros YA), muito tempo antes de pegar Um Tom Mais Escuro de Magia para ler, e praticamente todo mundo a adorava. Nem preciso dizer, portanto, que minhas expectativas foram parar no céu de tão altas - afinal, Schwab era (bem, é) famosa por escrever histórias diferentes, com personagens cinzentos e mundos originais. O que mais eu poderia querer de uma história de fantasia? Pois é.
Também não preciso dizer que isso tudo fez com que eu fosse com sede demais ao pote. E não, não digo isso porque não gostei do livro - muito pelo contrário.
Um Tom Mais Escuro de Magia é ótimo, talvez até mesmo excelente. Os personagens são bons - não são vagos nem unidimensionais, e permanecem consistente durante a história, mas infelizmente nenhum chegou a “sair do papel” pra mim. Meu único problema de verdade, porém, se deu com a Lila. Lila é uma personagem excelente tecnicamente falando, mas algo na caracterização dela me incomodou, e foi só ao me dar conta de que ela me lembrava a Vin de Mistborn apesar de ambas serem extremamente diferentes que eu entendi o porquê - caracterização forçada. No caso de Um Tom Mais Escuro de Magia, isso foi algo bem pequeno, felizmente, mas não pude deixar de lado a sensação de que a construção da personalidade dela ficou um tanto, hm, óbvia? Não me entenda errado - Lila é ainda, provavelmente, a melhor personagem do livro de longe. Eu só gostaria mesmo que a caracterização dela tivesse sido um pouco mais sútil.
A escrita de Schwab também é ótima e eu adorei as três Londres e o modo como cada uma foi retratada, mas senti falta de um pouco mais de worldbuilding. Quero dizer, a única coisa que todos os quatro - bem, três, já que Londres Negra caiu há anos - mundos paralelos têm em comum é o fato dessas três/quatro cidades se chamarem Londres. Todo o resto do mundo é diferente. A parte física é igual, sim, ou seja, os continentes existem da mesma forma, mas os povos, os países, etc, são diferentes, mas nada disso foi mostrado. No máximo tem uma menção ou outra a um reino que não conhecemos, mas fora isso… necas.
Porém, o que me fez não dar cinco estrelas pra esse livro foi o plot, que eu achei um tanto simples. Me manteve intrigada, sim, e eu quase não larguei o livro enquanto o lia, mas… bem, eu esperava mais. E é por isso que eu odeio o hype. Comecei essa história achando que leria o livro do século, aquele que seria melhor que 99% do que tem no mercado, e né, não foi isso que achei. Achei um livro muito bom, mas sinceramente, faz tempo que quero ler um livro que faça com que eu me torne fã dele - o que não acontece desde Captive Prince, que li em 2014 - então apostei todas as minhas fichas em Um Tom Mais Escuro de Magia, mas esse era o cavalo errado. Ou seja, it’s me, not you.
No fim das contas, essa é uma série que com certeza vou continuar lendo, e Schwab é uma das autoras que prestarei atenção em 2016 (ela tem outro livro muito famoso de super-heróis, Vicious, que mal posso esperar pra ler), mas, como já disse, esperava um pouco mais de Um Tom Mais Escuro de Magia. 4.0 estrelas.
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