Croniana 20/01/2016
Sutilmente (e suficiente)
conto me inspirou tanto quanto ou mais do que as situações que presenciei - e que presencio - e que em um único dia deram luz ao gigante ideal desse blog; a Nina organiza as palavras daquele jeito que nos inspira e nos "obriga" a, imediatamente, escrever, e eu nem sabia que havia um jeito de fazer isso que não fosse através de um imperativo bem disfarçado. Corri os olhos pelas páginas e nada de técnicas me veio como forma de avaliação, achei imerecido analisá-lo como outros e, definitivamente, não seria justo à forma como foi escrito.
Resolvi contar que sua foma de narrar também me lembra o meu poeta preferido, o Manoel de Barros, ele que tanto pregava o transver o mundo tenho certeza gostaria de sua escrita; a forma como descreve um amor acontecendo, não importa qual tipo de amor seja este, é tão verdadeira que me fez reviver os momentos em que presenciamos essas emoções e como deve ter sido maravilhoso escrevê-las. O conto descreve, minuciosamente, a determinação e a beleza de um sentimento recém descoberto, numa profundidade que nos faz duvidar da intenção da autora ao nomear o conto: "Ei, Nina, como assim Sutilmente? Você nos coloca no canto em que se projetam as ações e nos faz assistir, impotentes, àquele encontro e o mar de emoções que ele causa?" Sim, é isso o que ela faz. O sutilmente, desconfio, vem do modo como o sentimento vai sendo narrado variando de curiosidade e proteção à algo tão profundo que não saberia nomear. O que nos faz, justamente, questionar: em que ponto perdemos a sensibilidade e a capacidade de empatia que permite a um ser humano agir como a Giovana age? Em que momento deixamos de enxergar o amor como amor por se tratar de uma relação diferente do que erroneamente esperamos?
Talvez nada do que falei faça mesmo sentido ou seja a real intenção da autora mas são, com certeza, algumas visões que são possíveis graças a essas suficientes páginas (o "suficiente", caro leitor, desconfio, você só irá entender quando ler o conto da Nina, e é essa é a minha palavra para acompanhar o bem nomeado da autora, então dá licença, Nina): O meu Suficiente é sobre o seu Sutilmente, e é como eu sinto.
site: http://www.cronicasemeira.com.br/2016/01/sutilmente-e-suficiente-sobre-o-conto_20.html