SahRosa 24/05/2016
Resenha Exclusiva do Blog Da Imaginação à Escrita
Nildrien – O Pergaminho, é uma fantasia medieval com muita aventura, bom humor e uma mistura de nostalgia. O motivo? Muito simples, tempos atrás, na minha adolescência para ser exata, eu era fissurada em jogos de RPG (Role-playing game), então para mim, ler Nildrien foi bem nostálgico, lembrando-me bastante de games como Final Fantasy Tactics e tantos outros do gênero, que unem vários personagens, com classes ou profissões distintas para salvar o mundo do mal. Tenho que dizer que este fator foi um dos melhores pontos na trama de Manoel Batista, pelos livros de fantasia que eu li, nenhum teve essa distinção de classes e raças como foi em Nildrien e para quem adora RPG, vai ficar fascinado por esta leitura, afinal, todos os toques, magias, criaturas e elementos que englobam este tipo de jogo está presente no livro, por isso mesmo foi tão nostálgico, me lembrou tanto Final Fantasy Tactics que me deu uma enorme vontade de tirar o pó do console e jogar novamente.
Uma poderosa força emana da Caverna Antiga, há algo valioso por dentre os confins de túneis e perigos que estão presentes nesse lugar místico. A muito tempo, Arkross Shawron, um mago poderosíssimo de Nildrien escondeu na Caverna Antiga um pergaminho, contento seus maiores segredos, além de magias poderosas, toda caverna é banhada com a força que emana deste artefato. Um grupo de mineradores decidiu testar a sorte na Caverna Antiga e consequentemente, encontraram o esconderijo de Arkross, mas apenas um deles saiu vivo do local e este fez um mapa que leva ao misterioso tesouro da Caverna Antiga.
Para evitar que o segredo de Arkross caia nas mãos do Reino das Trevas, um grupo de aventureiros é enviado para a Caverna Antiga, para deter quais qualquer ameaça. Este grupo é formado por pessoas distintas, cada uma com uma habilidade especial, mas apenas alguns possuem experiência necessária para este tipo de missão, muitos ali são inexperientes, mas corajosos o bastante para enfrentar uma missão em nome de Nildrien. No entanto, o Reino das Trevas está disposto a tudo para conseguir o pergaminho e enviou seus melhores combatentes, será uma batalha de proporções sem igual, afinal, quem possuir o segredo de Arkross, terá em mãos um poder inigualável.
Além do grupo de heróis, que são quinze, temos os vilões e mais dois antagonistas na trama, além de outros personagens secundários e terciários, que compõe o livro, por mais que possa parecer um número grande e realmente é, o autor consegue dar espaço para todos, a narrativa é feita em terceira pessoa, mas foca um pouco em cada grupo, seja os mocinhos ou vilões, gostei bastante do foco para os antagonistas, foram uma dupla bem peculiar, mas importante na história, na verdade, como um todo, os personagens são fundamentais e cada um tem uma importância. De início o leitor pode acabar ficando um pouco confuso, mas com o passar das páginas, nos acostumamos com cada um e pelas descrições que o autor dá nas páginas, fica fácil lembrar quem é quem. Eu bem que gostaria de citar vários na resenha, mas seria algo muito extenso, no entanto, quero dizer que Kylet, o Paladino da Luz, Karson, Lóris, a princesa do reino de Skyllus, Josh, príncipe do Reino de Asenhar (o reino das Trevas), Nayhan e Raven (os antagonistas), são personagens que merecem destaque, foram os que eu mais gostei, cada um deles tem uma história intensa e interessante, principalmente Josh e Lóris (talvez eu tenha sido a única, mas shippei os dois!), que em determinado ponto, revelam um pouco de seus segredos, gostei bastante da dupla dos reinos opostos, sem dúvidas, o leitor terá vários personagens como prediletos, o autor teve cuidado em moldar e nos mostrar suas personalidades e peculiaridades, mesmo que seja um grupo grande, realmente deu para sentir apreço com muitos e até raiva de alguns.
No entanto, apesar de Nildrien ter sido uma leitura muito boa, acredito que o enredo demorou um pouco para engrenar, pelo menos foi o que senti. Até compreendo que a intensão da primeira parte do enredo, era para nos apresentar os personagens e entender um pouco mais sobre Nildrien, seus reinos, deuses e criaturas, mas mesmo assim, fez com que minha leitura acabasse ficando mais lenta, mesmo que seja um livro grande, com mais de 500 páginas, até o enredo se aproximar da Floresta das Sombras, a leitura estava um pouco cansativa, quando a ação deu vez e fomos apresentados ainda mais para as habilidades dos personagens, o enredo fluiu melhor, a batalha na Floresta das Sombras entre Nildrien e Asenhar foi incrível, quando o grupo finalmente chegou na Caverna Antiga, a trama ficou cada vez mais intensa, por isso mesmo que entendo que boa parte do início do livro era para situar o leitor no universo de Nildrien e consequentemente, pode dar essa impressão mais lenta, mas garanto, o enredo fica tão bom a partir da Floresta das Sombras que você não quer mais parar de ler!
Foi a partir das cenas de ação que a nostalgia tomou conta de mim, as batalhas me lembraram muito os games de RPG, gostei muito que o autor teve cuidado em mostrar as habilidades de seus personagens, temos uma gama imensa de classes, como paladinos, guerreiros, clérigos, magos, feiticeiros, arqueiros, além de também uma mistura entre essas classes, o que eu apreciei muito, toda essa atmosfera de fantasia é presente em Nildrien, e por este livro ser uma introdução, pois termina com muitas perguntas e ganchos para uma possível continuação, somos apresentados a universo grandioso, criativo e cativante. Manoel Batista tem um potencial grande, sua escrita é fluída e envolvente, mesmo sendo um livro extenso e tendo um pouco de lentidão para finalmente a ação acontecer, Nildrien – O Pergaminho, cumpre seu papel e traz para o leitor uma fantasia medieval de qualidade, bem estruturada e com ótimos personagens.
Para finalizar a resenha, quero falar um pouco do trabalho editorial, Nildrien – O Pergaminho, foi publicado pela editora Novo Século, com o selo Talentos da Literatura, como já mencionei algumas vezes em outros livros da editora, principalmente os publicados neste selo, a revisão carece de atenção, me deixa triste ver que obras tão boas, tenham uma revisão tão regular, encontrei alguns erros bem chatos na obra, principalmente da metade para o final do livro, por tanto, fica a minha dica para que a editora tenha um pouco mais de cuidado neste quesito, afinal, a diagramação e capas, são boas, uma pena que a revisão deixe a desejar, alguns erros até podem passar despercebidos, afinal, todos erramos, mas alguns realmente me deixa inconformada e na maior parte dos livros que li do selo Talentos, tem esse problema.
No entanto, mesmo com a falha na revisão, Nildrien – O Pergaminho, é um livro que indico com toda convicção, uma aventura com magia, segredos, amizade e lealdade, quem gosta de fantasia, terá em mãos uma obra ótima, recheada de personagens e desafios incríveis!
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