spoiler visualizarKarly.Fonseca 15/02/2019
Mais romance do que fantasia!
Esse livro estava na minha estante havia tempos, comprei a trilogia completa em uma promoção, e achei que me encantaria com a história e esperei o momento certo para começar a ler. Bem, realmente gostei muito, mas ainda sim esperava mais.
Pra começar, Feyre é uma humana que caça e luta para sustentar sua família sozinha, as irmãs e o pai não fazem nada para ajudar, e o tempo todo ela mostra um rancor deles. Essa responsabilidade de cuidar da família é uma obrigação imposta por um juramento para a mãe no leito de morte. Estamos em um mundo dividido em territórios, em que há humanos e feéricos, seres imortais que podem se transformar em animais. As terras de cada um são separadas por conta de um tratado há muito assinado para acabar com a guerra que assolava o mundo. Então o que sabemos sobre eles,os feéricos, são nada mais que lendas. Após Feyre matar um feérico transformado em animal, é obrigada a deixar sua família e partir com um grão feérico, um senhor poderoso responsável por um reino, para viver com ele, mas não como prisioneira ou escrava, muito pelo contrário, quase como uma dama (?). Aí que a história vai se desenrolar.
O livro é em primeira pessoa, ponto de vista da Feyre, então tudo o que sabemos é o que ela vê, ouve ou pensa, e como a personagem é muito rancorosa e um pouco ignorante, não consegui mergulhar no mundo da corte primaveril. Mesmo assim, eu, uma amante de fantasia, não deixei de apreciar as descrições tímidas que me apresentava aos poucos àqueles seres e seu lar, assim como à maldição e ao perigo iminente que os cercava. Eu não acreditei muito no casal principal, talvez tenha sido por não ter gostado muito do personagem principal, porque o Tamli, o grão senhor, se mostrou muito apático e sem interesse em tudo, por mais que se tentasse convencer que ele se importava com seu reino, seu povo e até com a Feyre, não rolou, até pensei que o Lucien poderia ser um par bem mais interessante.
A história demorou a se desenvolver, muito arrastada, desde a vida da Feyre com os humanos e até mesmo no mundo feérico, demorou a se mostrar interessante, até mais ou menos na metade, quando na noite da fogueira somos apresentado aos costumes dos imortais, e o casal apresenta um pouco de química, as coisas começam a melhorar. Mesmo assim, não me conformo em como a personagem parecia não raciocinar nunca, por exemplo: ela mata um feérico e como “punição”, sua família é salva da miséria e a Feyre tem uma vida de lady, com empregada particular e tudo..aff. Pelo menos, quase no fim do livro isso se explica, tudo bem ufaaa...rs... mas a falta de curiosidade da personagem é irritante. Como já citei, a segunda metade do livro foi a que mais me agradou, mas mesmo assim teve algumas situações que não gostei, como a ação final, tudo muito confuso e, pasmem, fácil. Sim, fácil, porque eles estavam aprisionados por 49 anos, seres poderosíssimos e super espertos, e uma humana meio boba, com habilidade de caça conseguir salvar o mundo?? Sei lá! Falaram muito da vilã, construíram uma expectativa e tanto, o que no fim se mostrou uma decepção, muito fraca, o que eu vi foi uma mulher invejosa e despeitada. Não posso deixar de pensar que se os feéricos tivessem se unido, poderiam ter se rebelado e se salvado há mais tempo. E o enigma então, risível. Mas tudo bem, vou parar de falar mal, e terminar dizendo que amei o personagem Rhys, ele sim promete, e até a Feyre fica melhor perto dele. O Lucien também, a relação de amizade dele com o Tamli, adorei, gostaria de ver muito mais sobre ele. Acho que mesmo com as partes que me decepcionaram, o livro entregou uma história boa, com personagens interessantes e que prometem. Já vou começar a ler o segundo.
Outra coisa a se pontuar é que o livro é uma releitura da Bela e a Fera, o que fez com que pesasse mais no quesito “conto de fadas” e romantismo, do que na fantasia e aventura.