Nocaute

Nocaute Anderson Fernandes...




Resenhas - Nocaute


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Natália Ranhel 01/06/2020

Achei q era um livro estudo sobre a maioridade penal e na verdade é uma ficção.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 29/03/2017

Nocaute
Este é o segundo livro dos autores jornalistas, sendo o primeiro "Entre quatro poderes", escrito com mais dois colegas.
Neste, o protagonista é Antônio, uma criança que já nasceu sem estrutura familiar. Sua mãe era menor de idade e morreu no parto, o pai era um traficante que foi morto e os avós não queriam saber do neto, restando somente um tio, que ele perdeu aos cinco anos de idade.

Sendo órfão, foi posto em um orfanato, onde teve que aprender a se defender para que os outros não abusassem dele, o que o fez receber o apelido de Pitbull por estar sempre metido em brigas e ser temido pelos demais garotos, o que acabava dando muito trabalho para os funcionários do orfanato e resultou em o mandarem, com doze anos, para a Cracolândia.
Pitbull vive por um tempo nesse cenário do mundo das drogas trabalhando para o dono do lugar, mas é preso em uma emboscada e mandado para um reformatório, onde conhece o casal Marcos e Cláudia, que faziam trabalho voluntário com os infratores. Incrédulo da bondade das pessoas, no início Pitbull demonstra muita resistência ao trabalho do casal, mas quando percebe que eles querem ajudá-lo de verdade, permite abrir-se. A partir de então, com a prática de esporte, artes marcias mais especificamente, o garoto encontra uma forma de superar suas limitações. É assim que Antônio Silva, contraria todas as imposições sociais e tem oportunidade de mudar seu futuro.

O livro põe em debate questões sociais e polêmicas, como a diminuição do maioridade penal, que estava sendo discutida há um tempo atrás, o papel do ECA, importância dos trabalhos sociais com adolescentes infratores e discriminação racial. Desse modo. é um livro que certamente faz o leitor refletir seus posicionamentos sobre a Educação e o Esporte, ferramentas capazes de transformar a vida de uma pessoa.

Num geral, gostei muito do livro por toda reflexão que ele provoca. Achei alguns diálogos, pouco verossímeis. A narrativa feita com uma linguagem jornalística acabou formalizando muito a história, mas por outro lado, esse tipo de narrativa fez com a leitura fosse mais direta.

site: http://www.impressoesdemaria.com.br/2016/10/nocaute-anderson-fernandes-e-debora.html
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Lina DC 02/04/2016

"Nocaute" conta a história de um jovem que passou a vida inteira em meio à pobreza e que após muitos tropeços, conseguiu quebrar o ciclo de violência e criminalidade em que se encontrava.
A história se inicia no ano de 1984, quando uma jovem de 15 anos chamada Thaís entra em trabalho de parto no seu barraco na Favela Corre Fogo, em SP. Jovem, assustada e sem o apoio de Jonas, pai do bebê e um dos gerentes de tráfico na favela.
Infelizmente Thaís não irá conhecer seu filho Antônio. Os pais da jovem, Almerinda e Nicolau também não querem se responsabilizar pelo bebê, que vai acabar nas mãos de Claudemir, o irmão de Jonas.
Claudemir e Jonas são irmãos e mesmo passando pelas mesmas situações na vida acabam em lados distintos da lei. Enquanto Jonas decide trabalhar com os traficantes na favela, Claudemir inspira-se na memória de seu pai Jailson e torna-se policial. Morar na favela, ser o responsável por um bebê e ser um policial não é fácil, e o destino leva a melhor, deixando Antônio órfão pela segunda vez.
É possível observar que Antônio não teve um dos melhores começos. Cada vez que uma oportunidade surge em sua frente, ela é repentinamente tirada de suas mãos.
Antônio com apenas cinco anos de idade vai parar em um abrigo, onde a lei dos mais fortes prevalece. Com o tempo, ele perde seu nome de batismo e é chamado de Pitbull.
Os anos passam e as idas e voltas com o sistema penitenciário acontecem. Aparentemente, ninguém nunca estendeu a mão a ele e mostrou uma alternativa para sua vida. Pitbull, sem conhecer mais nada, acostuma-se com as regras da selva e acaba aprendendo a sobreviver.
É nesse momento que sua vida tem uma nova virada: ele conhece Claudia, Marcos e Matheus. Claudia e Marcos são casados e trabalham em uma ONG e decidem que não importa o quanto Pitbull os afaste, eles irão lutar por ele. Graças aos dois e ao seu filho Matheus, o protagonista tem pela primeira vez na vida, uma segurança familiar e pessoas com quem contar que não tenham segundas intenções com ele.
A vida é cheia de altos e baixos e Pitbull é um exemplo perfeito disso. Sua vida é repleta de perdas e decepções, mas também demonstra recomeços e segundas chances, às vezes até mesmo terceiras e quartas. Conforme a sinopse explica, o livro ainda debate inúmeros temas de âmbito social e é uma obra intensa e reflexiva.
Com um personagem crível e uma história de vida difícil, Pitbull representa inúmeros brasileiros que estão em busca de seus recomeços.

site: http://www.viajenaleitura.com.br/
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Marcos Pinto 19/03/2016

Merece ser lido!
Antonio Silva é um garoto, aparentemente, sem sorte. Após uma série de tragédias, ele vai parar em um orfanato. Em pouco tempo, após algumas influências negativas e um tratamento não tão humanizado, ele acaba por cometer crimes. Do orfanato para uma unidade de tratamento de menores foi um pulo. Ali, sua formação criminal concluiu-se. Porém, há sempre uma esperança.

Na unidade de tratamento de menores, Antonio Silva, agora conhecido como Pitbull, recebe uma oportunidade de mudança. Com a entrada de Marcos e Claudia na instituição através de um trabalho voluntário, ele tem a chance de superar suas perdas, seus crimes e sua desilusão com companheirismo, estudo e esporte. Era uma chance única em sua vida. A questão é: ele irá aproveitar?

Nocaute é um livro que me surpreendeu completamente. A forma que foi escrito, a narrativa politizada e a capacidade de síntese dos autores contribuiu para que a leitura fosse prazerosa e também esclarecedora. Essa é o tipo de obra que, ao mesmo tempo em que te dá uma boa leitura, te faz pensar. Aliás, assuntos que geram reflexão não faltam nessa narrativa.

“(...) Existem duas fases na vida de uma pessoa. Antes da educação e depois dela. Quer mudar o mundo? Dê um livro, um lápis e uma borracha a uma criança” (p. 65).

Os autores claramente são muito politizados, então inseriram uma série de assuntos essenciais no enredo. Começamos com a discussão sobre o ECA e como ele tem falhado em alguns pontos. Há também o toque em assuntos para lá de importantes, como a redução da maioridade penal, a falta de perspectiva e recuperação em centros de internação para menores, o suicídio, como a leitura pode mudar pessoas e como o esporte e educação são essenciais na formação do indivíduo.

Além do debate de temas importantes, o livro também se destaca pela forma em que é narrado. Por serem jornalistas, Fernandes e Kaoru possuem uma forma bem peculiar de contar a história. Não há meias-voltas, metáforas desnecessárias e palavras complicadas, os autores são claros, objetivos e diretos. Em muitas partes, inclusive, o livro lembra bastante a linguagem altamente denotativa usada em jornais. Isso deixa a obra com uma leitura muito fácil, mesmo abordando assuntos mais complexos.

Os autores também merecem os parabéns pela criação de um protagonista extremamente convincente. Pitbull é o retrato de centenas de crianças e adolescentes que vivem em situação de semiabandono no Brasil. Ademais, possui sentimentos fortes, de amor e de ódio, de felicidade e de fúria, o que o deixa muito mais humano e próximo do leitor.

“Certa vez Oscar Wilde disse que se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio nesse mundo. Se fico em silêncio é porque não quero ser mal interpretado” (p. 74).

Além do excelente enredo, o livro também conta com uma edição muito boa. A capa é simples, mas combina completamente com o enredo. O livro foi impresso em papel pólen e possui letras e espaçamentos em tamanho confortável, o que deixa a leitura ainda mais rápida. A revisão apresenta alguns problemas, mas nada que prejudique a leitura.

Diante de todos os aspectos, é claro que indico Nocaute. Se você procura um livro que vá além de um enredo bonitinho e que te faça pensar, essa obra é perfeita para você. Tenho certeza que você estará muito satisfeito após terminar o livro.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/03/resenha-premiada-nocaute.html
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Ani 11/03/2016

Sinceramente, não sei como começar essa resenha. Acredito que a sinopse revela bastante sobre a história, então acredito que não preciso falar muito sobre ele. Conheci os autores quando li Entre Quatro Poderes e me encantei pela escrita. Como todos sabem, eu AMO um romance, quando voltado para o chicklit então, me conquista. Mas é sempre bom sair da rotina e ler algo um pouco diferente, e isso acontece com as duas obras dos autores. Em Entre Quatro Poderes, o foco é a corrupção já em Nocaute, os autores falam sobre a Maioridade Penal. Como são dois jornalistas, há diversas informações que eu tenho certeza, que foram checadas por diversas vezes.




Pitbull é um jovem que pode ser seu vizinho, colega de classe, uma pessoa que você encontrou na rua ou ainda está para nascer. Sabe aquela frase “a vida não está fácil”? Então, para ele, ela faz sentido desde as primeiras horas do dia. O jovem perdeu tudo e todos que tinha e acreditava ser uma família aos poucos e de maneiras diferentes – as quais eu não vou ater por causa do spoiler – e por causa disso, ficou a mercê da sorte. Enquanto estava no abrigo, sabia que, pela idade, não seria adotado. Quando teve uma oportunidade de família, descobriu o preconceito da pior forma possível, o ódio tomou conta dele e de uma forma ou de outra ele acabou caindo no mundo do crime.

"Realmente irmão, vivemos uma época em que a sociedade enxerga nossos pobres como escória, como lixo. Em vez de buscar pela solidariedade, ela prefere o afastamento."

E isso tudo é apenas uma parte do que acontece na vida de Pitbull. Entre diversas reviravoltas dos destinos – todas ruins, diga-se de passagem – ele conhece um casal que compadece de sua história e começa a orientar e ajudá-lo. Antônio descobre no esporte a salvação dos seus problemas e uma forma de superação.

"Mas o que val a pena mesmo é saber que simples gestos de atenção trazem à luz pessoas que muitas vezes estão acostumadas a viver em plena escuridão."

De uma maneira sutil, os autores mostram uma história que pode ser real e acontecendo até mesmo do seu lado. O fator de discussão e reflexão da obra é a Maioridade Penal que está sendo discutida direto. Para ser bem sincera, não sabia muito bem do que achar da temática. Acho que muitas coisas precisam ser debatidas e que preciso MUITO estudar melhor o caso. Mas é nítido que vivemos em um sistema falho, que engole as pessoas sem dar reais oportunidades de crescimento.
Acredito que há muito que melhorar no nosso governo, menos repressão, menos presídios, mais escolas, mais educação. Sim, eu acredito que com mais escola, não haveria um índice tão alto de criminalidade.




Enfim, como a primeira obra, os autores conseguem nos fazer pensar e refletir sobre temáticas que vivemos e passamos diariamente. Por ser um livro escrito por jornalistas, percebi um número alto de informações na obra, o que é bom, mas da forma como foi escrito, perdeu um pouco a naturalidade, principalmente nos diálogos. Localizei poucos erros de português e a parte gráfica está simples e ótima. Li a primeira edição pela editora Buriti, mas o Fernando me informou que a obra agora está lançada pela editora Publicar e ganhou uma nova capa que está linda! A leitura está super recomendada!

"Em uma sociedade marcada pela extrema desigualdade social, as populações pobres e negras são as mais vulneráveis às violações de direitos humanos, sendo que as mais graves violações se dão justamente na infância e adolescência e que resultam em que resultam em consequências muitas vezes irreversíveis."

site: http://www.entrechocolatesemusicas.com/2016/03/nocaute-anderson-fernandes-e-debora.html
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Greice Negrini 05/03/2016

Uma obra para refletir!
Antônio Silva não conheceu a mãe, uma adolescente que morreu no momento do parto. O pai, um traficante, também foi assassinado logo em seguida para vingar a morte da mãe do menino. A única pessoa que restava na vida do recém nascido e que desejava agora ficar com ele era seu tio Claudemir que, mesmo sem muitas condições, aceitou criá-lo com amor e carinho. Mas isto não foi por muito tempo. Aos cinco anos uma tragédia deixou o menino totalmente sozinho na vida e de lá ele foi colocado em um orfanato.

Quem não conhece muito os orfanatos do governo pode achar que tudo é maravilhoso, mas não foi assim com o pequeno Antônio. A vida dele foi um golpe de azar e para sobreviver em um lugar deste precisava ser esperto, brigar para impor um lugar ao sol e não virar escravo de outros internos. Aos dez anos de idade já era alto e parecia mais velho e em uma oportunidade de passar a noite de Natal fora de casa, com voluntários, o que o garoto fez foi além dos limites: uma tentativa de roubo que agora o caracterizava como um bandido. Afinal, para Antônio, agora denominado Pitbull, a vida não tinha sentido.

Quando completou doze anos ele já se tornou um inferno e todos o temiam. O jeito mais fácil agora era fazer com que ou fugisse do orfanato ou sumissem com ele. E foi assim, em um dia, seguindo ordens de algumas pessoas para ir até a Cracolândia, que Pitbull nunca mais voltou àquele lugar onde morava. O seu lugar era nas drogas, vivendo de empregado escravo para um vendedor e quando pensava que a vida iria melhorar, só piorava cada vez mais. Até que um dia, quando acreditou poder ser resgatado, caiu em um golpe tão brutal e acabou sendo acusado de assassinato de outros jovens e foi parar em um reformatório.

Clara é uma professora universitária casada com Marcos, um professor de artes marciais. Juntos eles tem um filho que sempre os acompanha, o Matheus. Eles cuidam de uma ONG que trabalha com projetos que visam ajudar a educar e recuperar garotos infratores que estão detentos. Quando Pitbull acaba conhecendo o casal, a primeira reação é a de ódio, já que na vida nunca teve uma chance concreta de felicidade ou de fazer algo certo e mesmo que o casal tenha uma vontade de ajudá-lo, Pitbull não quer nem tentar.

Aos poucos Pitbull vai aceitando as palavras do casal e mesmo com muita dificuldade de acreditar em outras pessoas, começa a crer em um futuro melhor após completar dezoito anos e sair daquele inferno. E quando isto acontece tem a surpresa de ser adotado pelo novo casal. A partir daí começa uma nova vida para Pitbull que tentará se tornar um adulto diferente do que foi quando criança e adolescente, mas precisará enfrentar maiores desafios e aceitar que tudo sempre tem um preço.

O que falo sobre o livro?

A questão do tema de maioridade penal é um assunto que foi bastante discutido no ano passado e que continua com uma grande repercussão. A mídia mostra diariamente a questão de assaltos e infrações cometidos por menores que de uma certa forma frustam a sociedade que se sente impune e de mãos atadas, travando uma briga com a justiça e com os direitos humanos.

Este parágrafo acima é até que um bom começo para uma redação e é até um sentimento que tenho também em relação a tudo o que vejo também pela mídia. Quando comecei a ler Nocaute sabia que teria que enfrentar a questão da maioridade penal como tema e até mesmo antes disto já havia um conflito interno em minha mente sobre o caso. Afinal, o que é que ocorre de verdade?

A maioria das pessoas que vai ler esta resenha teve uma vida que pode ser considerada normal para qualquer criança: nasceu, cresceu, brincou quando devia, estudou quando devia, teve amor da família e tudo o mais. Desta forma há uma análise de que não podemos reclamar disto ou daquilo ou então há aquela famosa frase quando algo sai do contexto se alguém entra para o ramo do crime, por exemplo: "mas ele sempre teve tudo o que quis!". Pois bem, a verdade que me bateu na cara é que Nocaute repercute com uma diferença e que mesmo assim me fez repensar várias vezes.

Sempre me peguei pensando em como estes infratores deveriam ser punidos de uma forma mais severa e o fato é que se uma criança apanha durante um ano inteiro, a tendência geralmente é que passe a recorrer da força para com outra pessoa, já que foi isto que ela aprendeu. Ou então o fato de que se cresce alvo de traficantes e não tem como sair e receber boas oportunidades, o jeito é sobreviver da maneira que lhe são oferecidas as chances e geralmente o crime aproveita muito isto.

Em certos momentos de Nocaute pensava que todos tinham que ser presos, e pensava depois que tudo era uma consequência da vida, que precisavam de novas oportunidades. O livro faz com que possamos refletir sobre esta questão. Mas também há o lado de quem ajuda, de como funcionam as organizações não governamentais e que pessoas voluntárias muitas vezes fazem de tudo para salvar pessoas já corrompidas.

É fácil notar que o livro foi escrito por jornalistas, já que a trama mostra muito um texto informativo. Isto não estraga a leitura, mas parece em alguns momentos que estamos lendo um jornal e não um livro. Percebi mais esta questão no início, nos primeiros capítulos. Também percebi a incoerência na questão do linguajar de Pitbull. No início do livro ele tem uma linguagem bem informal, de uma pessoa que foi criada em orfanatos ou até mesmo nas ruas e logo em seguida já vem com diálogos sem erros ou gírias e para mim isto não é algo que se perca facilmente, fruto de uns meses de estudo.

Fora esta questão, o livro trata de assuntos bastante relevantes na análise dos dramas nacionais. Trata a vida de Pitbull sob um paradigma que vemos diariamente e nunca paramos realmente para racionalizar em um contexto geral. A leitura traz ainda trechos lindos de diálogos que engrandecem e enaltecem o real sentido da vida e da capacidade do ser humano de mudança.

Gostei também da diagramação, muito bem feita e com ótimo acabamento. Gostaria de que a capa contivesse uma visão um pouco mais profunda de Pitbull, mas de todas as formas mostra o final real da trama.

site: www.amigasemulheres.com
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Bruno.Fonseca 23/02/2016

Uma crítica severa a realidade de muitos jovens de periferia no Brasil
Em Nocaute nós somos apresentados a história de Antônio, mais conhecido como Pitbull. Antônio não teve muita sorte na vida, aliás, não teve sorte nenhuma desde que nasceu. Desde o ventre de sua mãe, Antônio não era desejado, minto – Antônio não foi planejado, seu pai era um traficante, sua mãe uma moça que além de ter que lidar com uma gravidez na adolescência não teve a chance de sorrir com o filho no colo. Seu pai foi assassinado pelo avô numa espécie de vingança pelo que fez com a filha, também foi o mesmo que entregou o neto como se fosse uma mercadoria para o tio de Antônio e se debandou para o nordeste do país. Antônio cresceu sendo educado por aquele que o acolheu e se esforçou muito para isso, mas o destino não era legal com Antônio, seu tio que era um policial, logo foi assassinado num dia que estava fazendo o famoso “bico”. Antônio foi entregue para um abrigo e lá sua trajetória de vida começa a ser traçada. Não é uma das mais belas trajetórias de vida que você vai ver conhecer, mas também não é tão diferente de muitos casos que estapam os programas policialescos sensacionalistas que passam nas tediosas tardes regados a bons conteúdos da TV aberta. A história de Pitbull tem muito a dizer sobre as injustiças da vida, tem muito a dizer sobre a redução da maioridade penal e também sobre como agarrar as oportunidades que a vida lhe dá. É possível recuperar alguém que só se fodeu na vida mesmo antes de nascer? É preciso reduzir a maioridade penal? Como encarar a sociedade sendo que do viés dela, você tem apenas a classificação de marginal? São essas e outras questões abordadas pela dupla de jornalistas em Nocaute.

Nocaute é um livro muito fácil de ler e você consegue terminá-lo rapidamente. Pois sua narrativa é simples e, é de entendimento de qualquer um. Os autores se preocuparam em situar o leitor o tempo todo e não usaram muitas referências que de alguma forma não fazem parte do cotidiano de qualquer pessoa. Aliás, o livro usa diversos artifícios para aproximar ainda mais o leitor, algum como as regiões de São Paulo onde a história se passa, músicas que são conhecidas pela maioria e também em situações que muito se assemelha ao cotidiano dos paulistanos.

Leia o restante através do link.

site: http://www.proibidoler.com/resenhas/uma-critica-severa-a-realidade-de-muitos-jovens-de-periferia-no-brasil/
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Kris Monneska - Conversas de Alcova 11/02/2016

Uma obra socioeducativa
Olá Jovens, estamos hoje voltando do recesso de carnaval e por isso as coisas andam meio que lentas por aqui. Fiz planos de fazer tanta coisa produtiva nesse feriadão, mas meus planos deram em nada. E mesmo não tendo viajado, ou caído na folia meu carnaval foi pura mazela. Trocando em miúdos, dormi e assisti séries.

E hoje eu trago pra vocês a resenha de Nocaute um lançamento nacional pela editora Buriti. Que chega ao mercado literário abordando temáticas super atuais, como questões sociais, maioridade penal, ainda que essa indiretamente e pra se mostrar mais atualizado ainda, o livro ainda tem como plano de fundo o universo do UFC, uma das mais recentes paixões nacionais.

A História de Nocaute é narrada em primeira pessoa e nos apresenta a história da vida de Antônio Silva, mesmo antes do seu nascimento. Sua mãe, Thaís, é uma menor, moradora da favela Corre-fogo em São Paulo e morre em decorrência do parto e seu pai, Jonas, é um dos traficantes do morro. Os avós paternos que nunca apoiaram o envolvimento da filha com o marginal, culpam tanto o pai quanto a criança pela morte da filha e deixam o menino aos cuidados do tio paterno, Claudemir. E antes de fugir o pai de Thaís ainda se vinga assassinando Jonas com quatro tiros, deixando assim o neto órfão de Pai e Mãe.
Sendo assim a ultima pessoa que resta para antônio no mundo é seu Tio Claudemir, um PM honesto e trabalhador, mas por ironia do destino aos cinco anos de idade Jonas acaba por perder também o tio e acaba indo parar em um orfanato, com poucas esperanças de ser adotado, devido a sua cor e idade. Lá dentro, necessitando de aprender a defender-se já que prevalece a lei do mais forte, o menino mirrado torna-se agressivo e recebe a alcunha de Pitbull. Ano após ano, devido a uma gama de falhas no sistema, Pitbull acaba saindo do abrigo e indo parar nas ruas, caíndo nas drogas e na criminalidade, e indo parar em uma unidade de internação de menores delinquentes. Lá ele acaba conhecendo Marcos e Claúdia que trabalham em uma ONG e começa a perceber, que com um pouco de esforço e perseverança ele é capaz de mudar a sua história, começa a aprender artes marciais e descobre que pode ter um futuro, mas nunca esquecer o passado.
Nocaute foi o meu segundo contato com a escrita do Anderson e da Débora, o primeiro livro que li dos autores foi entre quatro poderes e eu também gostei bastante, mas não tanto quando desse. Ambos os livros abordam temáticas que possamos chamar de polêmicas, principalmente pelo prisma atual, e ainda assim os atores conseguem escrever uma obra leve, que permite ao leitor ter uma litura dinâmica e altamente fluída. Em Nocaute, para mim, foi possível notar um maior amadurecimento da escrita de ambos, assim como o maior aprofundamento nas questões sociais abordadas na narrativa.

"Acho que é difícil para algumas pessoas entenderem que outras não tiveram as mesmas oportunidades que elas. Temos casos de crianças que já nascem na rua. Como alguém que inicia uma vida na rua vai conseguir sozinha mudar a sua realidade?"

O enredo de Nocaute é altamente reflexivo e questionador. Mostra claramente o cotidiano das crianças em situação de risco em várias cidades do nosso país, os abusos sofridos, o preconceito, o porque delas terem ido parar aonde estão. E ao mesmo tempo que nos apresenta ao problema, mostra-nos também uma solução para ele. Pois se uma coisa fica clara na obra é o poder transformador da educação, do diálogo, de como um bom professor tem o poder de mudar o mundo de alguém.

"Me transformaram quando eu ainda era um adolescente perdido. Me tiraram da escuridão e me mostraram a luz. Agora eu tento apenas dar a minha contribuição e mostrar o caminho a outros jovens."

Eu adorei essa leitura, foi uma leitura fácil e que me deu muito a pensar. A obra é didática, leva ao leitor muito conteúdo social a se refletir e estimula bastante a leitura crítica. Recomendo muito a leitura, para todas as faixas etárias, pois acredito que o conteúdo da obra vale muito a pena de ser abordado dentro do ambiente escolar, como forma de levar as crianças a pensarem na sociedade como um todo e cogitarem desde cedo ideias de como mudar essa realidade absurda em que nos encontramos, afinal, são elas o futuro da nação.

Espero que vocês tenham gostado da resenha. Beijos de Luz ♥

site: http://www.conversasdealcova.com/2016/02/resenha-nocaute-de-anderson-fernandes-e.html
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Ana Lopes 10/02/2016

Um bom livro com uma excelente narrativa...
Nocaute é um livro para os amantes de lutas e rings e também de uma boa história de superação. A narrativa em terceira pessoa conta a história de vida de um jovem chamado Antônio e sua trajetória nos octógonos assim como suas dificuldades na vida.

Antônio perde sua mãe e seu pai logo em suas primeiras horas de vida e ainda bebê é abandonado pelos avós maternos sendo deixado então aos cuidados de seu tio paterno, um policial militar que irá cria-lo como seu filho até seus cinco anos de idade que é quando uma tragédia ocorre e o menino se vê novamente sozinho. Agora aos cuidados de um abrigo para menores ele descobrirá o que é ter de se virar sozinho e é lá que ele aprenderá a cuidar de si próprio.

Após alguns anos e um histórico nada bacana ele conhece Cláudia e Marcão através de um projeto social. Esse casal faz parte de uma ONG que busca ajudar jovens e crianças em situação de risco a ingressar na sociedade de maneira que possam se sentir amparadas ao invés de excluídas. E a principal atividade de Marcão é a luta, ele ensina às crianças auto defesa e incentiva-as ao esporte.

A princípio o jovem Antônio faz jus ao seu apelido de Pitbull. Ele tenta se manter afastado do casal por receio de confiar novamente em alguém e acabar se decepcionando. Mas após alguns impasses ele acaba cedendo a esse casal que quer apenas ajuda-lo, e é aí que sua vida começa a andar pra frente.

" Mas o que vale a pena mesmo é saber que simples gestos de atenção trazem à luz pessoas que muitas vezes estão acostumadas a viver em plena escuridão." Pág. 17

Essa foi uma leitura bem rápida pois a escrita dos autores é bem simples o que torna a trama bem leve e de fácil compreensão. É uma história bem interessante que relata a vida do jovem Antônio de forma bem ampla porém um tanto superficial eu diria, pois por diversas vezes eu me peguei querendo saber mais a respeito de determinados fatos e passagens de sua vida e senti como se tivesse pulado algumas páginas do livro.

É uma boa trama para aqueles que (como eu citei no início da resenha) curtem tramas focadas em lutas ou são fãs de UFC e MMA pois as descrições feitas de tais momentos de luta são impecáveis! É uma pena que o próprio Antônio não tenha sido tão bem explorado quem sabe assim eu poderia ter me aproximado mais dele, compreendido-o de certa maneira, pois confesso que ele não conseguiu me cativar em nenhum momento da trama.

Sabe aquele personagem por quem você simplesmente não consegue simpatizar? No começo ele é um menino rebelde e eu até gostei disso pois os autores relataram coisas que qualquer garoto nas circunstâncias dele fariam. Mas no primeiro encontro entre ele e o casal suas atitudes não pareceram justificáveis pra mim assim como em uma passagem mais adiante quando ele se torna responsável pela morte de uma pessoa inocente por seus atos inconsequentes. E nem mesmo todo o seu sofrimento e sua tentativa de redenção me fizeram sentir algum apreço pelo mesmo.

Já os personagens secundários conseguiram compensar tudo que eu esperava do protagonista. Cláudia é uma mulher forte e determinada que dedica sua vida em ajudar os outros. Marcão é o personagem carismático da trama, aquele que sempre tem um bom conselho pra dar. E Tereza se mostrou uma mulher de fibra apesar de ser uma personagem muito pouco explorada. Enfim, houveram outros personagens que poderiam entrar aqui, mas eu decidi selecionar apenas os que mais me impressionaram, porém garanto que há outros tão interessantes quanto nesse livro ;)

Para a trama no geral eu dei nota 4 no Skoob. Pela excelente narrativa, pela parte institucional, pelo incentivo ao olhar mais atento à jovens e crianças em situação de risco e pela edição linda que eu tenho em mãos. A editora Buriti fez um trabalho excelente com esse livro, a capa está belíssima e a fonte do miolo é ideal para a leitura, assim como as páginas amareladas. Eu não encontrei nenhum erro de digitação durante a leitura e o espaçamento está super bacana.

" Parece que as pessoas estão de olhos vendados para os problemas sociais. Muitas vezes o momento de cegueira é tão intenso que elas passam por cima desses problemas e nem percebem." Pág.16

site: www.livrosimaginarios.com.br
Kris Monneska - Conversas de Alcova 11/02/2016minha estante
Eu acho que o livro é mais pra quem curte questões sociais que MMA, porque o MMA é mais o plano de fundo da história.




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