Vinicius.Correa 17/02/2020
Diferentemente de muitas sinopses, essa, descreve exatamente a premissa do livro. Ela não utiliza-se de metáforas para despertar a atenção do leitor, e sim, sendo simples e direta. O que é bom, pois assim podemos saber exatamente o que esperar da história, ou, bem, quase isso. Mas com um porém, que as vezes é meio chato; Como resenhar o livro, sendo que a sinopse já faz isso por mim? Fica o questionamento.
Entretanto, vamos lá.... Como é dito na sinopse, após a queda dos Anjos, eles irritados e ressentidos por terem sido abandonados, os mesmos retomaram um antigo projeto que anteriormente não havia dado certo: A criação da Torre de Babel dois ponto zero, mantendo o mesmo objetivo da antiga: Ser tão alta a ponto de chegar aos céus. A revolta era tanta, que acabou sobrando para nós, meros humanos, aguentar-mos o fardo de construir tal obra de grandes proporções, como escravos, é claro.
O personagem principal é Dário, um adolescente de 15 anos como uma personalidade, hummm, digamos... Nada simpática. É através dele que acompanhamos o decorrer da história. Vale mencionar que a escrita em primeira pessoa deste livro foi uma das poucas que eu realmente gostei. Como já disse em outras resenhas, e até mesmo em comentários pela blogosfera a fora, eu tenho problemas com este tipo de escrita, prefiro uma narração em terceira pessoa. Mas neste caso, acho que a narrativa aos olhos de Dário ficou incrivelmente legal. A personalidade um tanto diferente dos demais personagens, tanto deste como de outros livros, deixou uma excentricidade bacana na história, pois os acontecimentos do livro são apresentados com palavras dotadas de sarcasmo e livres de otimismo. O que tornou a leitura ainda mais interessante.
"Seja como fosse, eu tinha de continuar trabalhando. Ajudar o homem que estava apanhando? Claro que tinha vontade. Mas fazer o quê? Eu não era nenhum herói. Na verdade achava que heróis nem existiam, só em livros mesmo. Se existissem, por que não vinham dar uma mãozinha logo de uma vez?" - Página 15.
O legal é que a frase acima foi escolhida aleatoriamente! Eu não selecionei nenhuma frase durante a leitura e agora, de última hora, resolvi colocar uma frase para ilustrar o que eu estava falando, e na primeira página que abro, encontro essa. Tem melhores, é claro. Mas já deu pra entender o que eu quis dizer, certo?
Então, Dário apenas segue sua vida como escravo. Já aceitou a vida assim. E não levanta forças para muda-la. Mas após a descoberta de um misterioso anel, as coisas tomam outro rumo, é claro que não posso contar, se não estrago todo o climax da obra. Aliás, os acontecimentos desse livro estão organizados em uma variação ideal de momentos calmos e interessantes, com cenas agitas e/ou de ação. E com a narrativa sarcástica do Dário, tudo fica melhor.
Ao decorrer dos acontecimentos, vamos acompanhando a evolução dos personagens. Tanto do protagonistas, como dos demais. A história apesar de ser muito breve, tendo menos de 200 páginas, foi o suficiente para me agradar, mas, deixando aquele gostinho de quero mais. O que não é improvável que aconteça, pois mesmo tendo um começo, meio e fim, deixa pontos abertos para uma possível continuação.
Em relação ao acabamento do livro: Não poderia ser melhor. A capa foi muito bem construída, a diagramação não poupou nos detalhes e não me lembro de ter encontrado algum erro de português ou de digitação.
Em suma, é um ótimo livro. A mitologia angelical inserida na história, apesar de breve, foi excelente. No geral, o livro é breve, como se fosse um conto. Pois a leitura transcorre rapidamente, o li apenas em um dia. A escrita é envolvente e gostosa, nos impedindo de largar o livro enquanto não o concluirmos. Agradeço ao autor por te-lo cedido ao blog para eu resenha-lo; Gabriel, obrigado \o/