Thiago275 29/11/2021
Busquem os originais!
Em 1893, Arthur Conan Doyle publicou o conto "O Problema Final", em que Sherlock Holmes é morto após uma luta com o Prof. Moriarty nas famosas Cataratas Reichenbach. Esse conto inaugura o período conhecido entre os fãs como O Grande Hiato, até a volta do detetive anos mais tarde no conto "A Casa Vazia".
Moriarty, publicado em 2014 por Anthony Horowitz, procura reconstituir aquela época, narrando fatos ocorridos imediatamente após a morte de Holmes e Moriarty.
Agora que o grande vilão, o "Napoleão do Crime", como Holmes o chamava, está morto, um grande criminoso americano está pronto para tomar o seu lugar como chefe de todos os bandidos de Londres: Clarence Devereux. E, para detê-lo, os dois protagonistas desse livro não vão medir esforços: Altheney Jones, um inspetor da Scotland Yard que aparece em alguns contos de Holmes; e Frederick Chase, um membro da famosa agência de detetives americana Pinkerton.
Anthony Horowitz tenta homenagear Holmes e Conan Doyle fazendo seus personagens usarem alguns truques do detetive. E, em alguns momentos, ele mesmo mimetiza alguns traços da escrita de Doyle. Infelizmente, sem o mesmo brilho. Sherlock Holmes possui um fascínio todo seu. Ele é único. Seus métodos de trabalho não caem bem em nenhum outro personagem.
O final do livro é até certo ponto surpreendente. Mas qualquer fã de Holmes, por mais que não adivinhe o final, vai sentir certas coisas estranhas na narrativa. Coisas que um bom escritor, como o próprio Conan Doyle ou Agatha Christie, nunca deixariam tão evidentes.
Todos que me conhecem sabem que eu sou grande fã de livros policiais e de mistério. Admiro autores contemporâneos e seus personagens brilhantes, como JK Rowling e seu ótimo Cormoran Strike; Michael Connelly e seu grande Harry Bosch; Stieg Larsson e sua inigualável Lisbeth Salander; e até mesmo Dan Brown com seu simpático Prof. Langdom.
Mas, infelizmente (ou felizmente!) nenhum autor que ouse escrever usando personagens clássicos, como Sherlock Holmes ou Hercule Poirot, vai chegar perto do brilhantismo dos originais. Por isso, sigam meu conselho: se quiserem ler sobre esses personagens, as histórias legítimas sempre estarão lá para serem lidas.