Clara Carvalho 09/07/2020
O último dos canalhas
O último dos canalhas - Scoundrels - Vol.2
Loretta Chase
Editora Arqueiro
304 pág.
Nota: 5/5
Vere é o sétimo na linha de sucessão do ducado de Ainswood, por isso achava que nunca seria duque. Porém, ele não contava que passaria por tantos velórios, até o ducado chegar em suas mãos. Com tanto luto envolvendo o seu coração e com o título que nunca quis, o duque se fechou para o amor e tornou-se um verdadeiro canalha, achando que assim conseguiria lidar com sua dor.
Lydia também lidara com o luto, perdera a mãe e a irmã, e nunca sentiu o amor de um pai. Lydia cresceu sozinha, e aprendeu a ser autossuficiente. Ela usou o dinheiro do seu dote para investir em sua carreira promissora como jornalista. Em meio à um mundo de homens, ela escreve para sobreviver. Além disso, dedica sua vida à salvar mulheres e crianças desamparadas, vítimas de exploração sexual e trabalho infantil.
Vere não vê a hora de se vingar de Lydia, após ela socá-lo e humilhá-lo na frente de todos, sendo alvo de chacota. Para ele, ela era uma solteirona, e o pior tipo de mulher: aquelas que achavam que podiam pensar. Para ela, ele era um homem imprestável e pervertido. Entretanto, nenhum dos dois esperavam que eles achariam um no outro a válvula de escape para dor que ambos sentiam.
Loretta nos oferece personagens inigualáveis. O modo como retratou a cachorrinha Suzan, também me conquistou demais. Ainda, ela consegue nos tocar com a realidade deprimente de algumas mulheres consideradas escórias da sociedade, que eram abusadas e não tinham valor nenhum. E para completar ela remete à história do primeiro livro, fazendo as duas histórias se encaixarem de uma maneira surpreendente.
Esse livro foge de qualquer padrão de romance de época. Com essa história, ao mesmo tempo que nos apaixonamos e rimos, também refletimos sobre alguns temas importantes do período da regência, e ainda nos deparamos com cenas de ação. Loretta nos traz uma nova versão revolucionária dos romances de época. Para quem ama essa gênero, é um prato cheio. De longe, o meu romance de época preferido.
Por Clara Carvalho.