Bekah Abreu 29/01/2016"A gente só vê o que está na nossa frente, o resto é suposição."Hey galerinha que adora um ebook!
Tinha lido o ‘ O Morro dos Ventos Uivantes’ há pouco tempo e quando vi a sinopse desse livro, morri de amores. A temática, estória e personagens eram quase como uma adaptação do grande clássico da Emily. Só que ao começar a ler, percebi que a autora foi esperta e deu rumos totalmente inesperados para a trama. Por isso, se você for ler esse livro, achando que ele vai ser EXATAMENTE igual ao que se inspirou, está enganado. Alice Hoffman tentou fazer uma estória que buscasse o mesmo ponto de ‘’O Morro’’, que seria o amor obsessivo, mas em quesitos diferentes; portanto se você for fã do clássico e ficaria triste se algumas coisas mudassem, aconselho que leia com cuidado.
March não vai para casa a tempos, desde que teve sua filha, ela resolve se dedicar apenas ao marido e a pequena, e agora, rebelde Gwen. Só que, com a morte de sua babá Judith, ela resolve voltar ao local. Só que ao chegar lá, ela é envolvida por um passado pesado e sufocante que envolve Hollis, seu irmão de criação e primeiro amor. Hollis que veio do nada, agora tem tudo e é quase o Rei daquela pequena cidade. Ele tem quase tudo e só falta apenas uma coisa que seu coração, obscuro, almeja: March.
Lembro que esse não é um romance ‘a lá’ Cinquenta Tons. Então não esperem um cara obsessivo, mas fofo. Acredito que a escrita tentou passar, de forma mais real, os relacionamentos de dependência, co-dependência e doentios.
O amor é envolvido por uma lama de desejo e possessão. O que nos faz refletir, sobre o que seria o amor e o que seria sentimento de posse, até obsessão.
A autora mudou um pouco as personalidades dos personagens, para que se encaixassem no seu proposito. Alguns, eu achei legal, como a Gwen, a filha desmiolada. Porém acho que ela pecou com Hollis, deixando ele, em certos pontos, totalmente diferente do proposito do Heathcliff. Quem amou o amor exacerbado e fiel do Heatcliff, não deve tentar vislumbrar ele em Hollis, por que há diferenças consideráveis.
Outra coisa que não gostei, mas entendo, é o fato da autora ter focado numa relação sexual tórrida. Mas acho que, mesmo eu não gostando, deu mais realidade.
Hollis sofreu demais e de certa forma eu realmente entendo o porquê da sua alma ter se tornado tão negra. Acho que o sofrimento dele criou um monstro. Só que algumas coisas não justificam outras.
Já March me representou uma pessoa que é fraca perante o desejo da paixão. Por vezes eu quis ‘quebrar a cara’ dela e mostrar o quanto ela estava perdida. Só que isso foi o mais legal. A autora construiu bem a personalidade de uma co-dependente.
Bem, além dos personagens conhecidos, também tem os intrínsecos da estória, como o juiz e a melhor amiga de March que foi uma das que mais gostei.
Bem, voltando à estória.
Adorei o ‘folclore’ obscuro, criado ao redor da trama, envolvendo o frio e as conversas secretas das raposas. Acho que deu um clima bem sobrenatural que tanto amo. Além disso, a cidade inteira é cheia de segredos, por isso fica interessante à leitura. Vamos abrindo estórias que nunca deviam ser abertas e escutamos segredos inaudíveis.
A leitura é sempre focada num personagem, então vemos vários pontos de vistam dando um ‘quê’ a mais na estória. A cidade
Além dos que já falei, amei demais o Hank. Ele é um sofredor nato, que mesmo com tantas coisas, consegue manter a alma pura. Acho que amei ele demais e fico pensando nele, mesmo depois do livro. Torcendo para que ele seja feliz (sou doida, eu sei).
Também adoro o marido sofredor, Richard. Acredito que ele é o que chamamos de perfeito e acreditei até no fim que ele ia receber uma recompensa.
O amor entre Gwen e Hank quebrou meu coração e torci muito por eles. Adorei a relação deles dois com o ‘covarde’. Acho que foi um dos momentos que mais amei do livro.
Agora, o grã-finale: Quem estava preparado para um fim daqueles? Eu chorei demais e realmente fiquei tocada. Acho que quem ler, vai sentir seu coração tocado e cheio de sentimentos, aos montes. Só posso dizer que gostei demais.
Recomendo sim e claro. Acho que todos precisamos de um momento de reflexão. Que coisa melhor do que refletir sobre o amor?
Beijos leitores viciados!