Vanessa Boedermann 15/04/2018A Lenda de Materyalis | Blog Corredora LiteráriaOlá Corredor Literário
Na resenha de hoje falo sobre a obra A Lenda de Materyalis do autor Saymon Cesar. Como sempre é uma resenha livre de spoilers, então fique tranquilo e espero que aprecie!
A narrativa inicia-se com uma carta do personagem Mudrik para Harcos, narrado é claro em primeira pessoa. Mudrik é acusado de heresia, por isso está refugiado, nesta carta ele deixa orientações e alguns objetos aos nove sucessores (dentre eles está Harcos) da ideologia venirista. Eles estão à procura do Sinkra, um objeto que supostamente detém a formula da criação da vida e dá a quem o possuir um enorme poder, desejam com ele acabar com a guerra ideológica que já dura há milênios entre as duas ideologias conhecidas como Marilista e Teryonista, chamada de Marteja pelos antigos.
Um dos artefatos deixados por Mudrik é o cristal esférico, o Sinkrorbe, objeto esse que mostra o futuro próximo e é por meio dele que acompanhamos as profecias, as oito visões que o Harcos presencia durante uma noite inteira. Esse artefato possui dia, horário e tempo (referente as estações do ano) correto para ser administrado e obter resultados efetivos. Com essas visões Harcos pretende encontrar pessoas que possuam habilidades para se juntar ao grupo em busca da Sinkra.
Após a carta de anotações iniciais e antes da primeira visão de Harkos, há uma mapa do Reino de Aliank, que me ajudou bastante a me situar e a entender o funcionamento de tudo.
A trama foca nos ataques de Marjuk (uma espécie de urso bestial), porém há suspeitas de que seja a própria guardiã da floresta Majara, a metamorfa Dotter, que pode estar por trás de tudo que vem acontecendo em torno do Reino, portanto dois Grankans que possuem poderes específicos (Sarlakos um homem rude e genioso e Liliel uma elfa justa e destemida) são destinados a missão de investigar e trazer a julgamento o culpado. Nesta equipe Sarlakos e Liliel são acompanhados por outros elfos Elorkans que possuem outros tipos de especialidades e pegam caminhos distintos para cobrir uma área maior.
Assim cada núcleo de personagens aparecerá em uma visão do Sinkrorbe, mas mesmo antes dessa divisão de equipe, Harcos já assistiu algumas situações pelo Sinkrorbe (a propósito, a personagem herege Ridka ficou "meio de lado" mas sinto que o autor fez propositalmente, pois haverá algo maior envolvido com ela).
A floresta de Majara guarda um segredo obscuro, a floresta possui uma maldição que atinge todos os elfos, então para que eles possam entrar no local usam uma proteção bem peculiar, pois correm risco de vida. Há outra coisa muito tenebrosa envolvendo Dríades (que não irei contar por conta de spoilers).
Esta obra contém dois seres incomuns nas minhas leituras, um elfo alado e também é citado o elfo do mar (creio eu que é um gancho para o próximo livro, acho incrível quando sou surpreendida assim).
Mas quem é Materyalis??? Ele é descrito na maior parte das ideologias como a divindade suprema, responsável pela criação de tudo, já para outros Materyalis é definido como um fenômeno de consciência parcial da gênesis e a incerteza acerca do assunto provocou então a guerra ideológica entre diversas raças e que se estende por milênios.
O dragão Garlak (a coisa fofa e meiga da capa) jaz adormecido dentro de um vulcão e o personagem Berong (rei de Aliank) não aparece em nenhuma cena fisicamente é apenas citado como resolvendo alguns problemas, esse mesmo rei foi quem adormeceu o dragão, então algo de muito sinistro deve estar escondido nesse núcleo palaciano, outro belo gancho para me segurar. Talvez haja até mesmo pessoas disfarçando sua ideologia, infiltradas no palácio ou talvez até mesmo mais ideologias?!
Com certeza o autor também terá muito mais coisas boas a apresentar nas próximas obras, usando os ganchos deixados e explorando novos caminhos, pois nessa obra em questão já fui surpreendida, me vi em meio a guerra de ideologias (creio que ele poderá explorar tanto o passado quanto o futuro da trama tomando este livro como base).
Esta obra possui linguagem, símbolos, seres, êxodo, mitologia, mundo, e é claro sistema de magia próprios.
A prosa tem um ritmo agradável e constante, a leitura fluiu muito, aquele tipo de leitura que você diz a si próprio: Vou ler só mais um pouquinho por hoje!... Mas é impossível parar!
O autor desenvolveu e definiu muito bem a personalidade de cada personagem, os deu vida realmente, muito além de apenas páginas viradas. Fiquei triste até com a morte de um guarda real (um personagem não tão importante de fato, ou seja, esse autor tem o dom de cativar o leitor).
As cenas de batalhas são incríveis, ricas em detalhes na descrição, fiquei tensa, suei como os personagens e senti o sangue espirrando em mim.
Ao final do livro há anotações que me clarearam muito a mente a respeito das ideologias, explicações acerca dos símbolos e acerca das oito visões de Harcos (que servirão de apoio para as próximas obras). Para quem curte um bom e velho RPG a la D&G com certeza essa obra é um prato transbordante. Sem dúvida alguma essa obra tem que ser lida por você! E eu aguardo aqui ansiosamente pelo livro dois para contar para vocês! Aliás ele já está para ser lançado...
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Vejo você em breve!
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